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Custos logísticos voltam a crescer no País, diz pesquisa

Custos representaram 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, gastos de R$ 507 bilhões

Caminhão na rodovia Fernão Dias: transporte foi o que mais pesou no aumento, chegando a 7,1% (R$ 312,4 bilhões) da composição do custo logístico em proporção ao PIB (Claudio Rossi/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 19h17.

Rio - Os custos logísticos voltaram a crescer no Brasil, aponta uma pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). A rubrica representou 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 - R$ 507 bilhões - após recuar em 2010 (10,6%) e 2008 (10,9%). O porcentual significa uma volta ao patamar de 2006.

"Houve a combinação de três fatores: aumento de custos, maior movimentação de carga no País e o Produto Interno Bruto (PIB) praticamente estagnado nesse período", diz Maria Fernanda Hijjar, diretora de Inteligência de Mercado do Ilos. Os resultados da pesquisa serão apresentados nesta quarta-feira, 9, no XIX Fórum Internacional de Supply Chain, promovido pelo instituto no Rio de Janeiro.

O transporte foi o que mais pesou no aumento, chegando a 7,1% (R$ 312,4 bilhões) da composição do custo logístico em proporção ao PIB. É a maior porcentagem desde 2004, quando representava 7,5%. O custo com transporte é composto por itens como o preço do diesel, pedágio e seguro. Na conta dos custos logísticos totais do País entram também gastos com estoque (3,2%), armazenagem (0,8%) e administrativos (0,4%).

A preponderância do modal rodoviário na matriz brasileira teve um peso grande na reversão da tendência de redução dos custos logísticos. A fatia das cargas transportadas por rodovias cresceu 1,8 ponto porcentual em dois anos, passando de 65,6% (2010) para 67,4% (2012). O volume movimentado pelas estradas neste período subiu 14% e somou 1,064 trilhão de toneladas transportadas vezes quilômetro útil (TKU). O reflexo disso no custo total do País com logística é agravado pelo elevado frete rodoviário, explica Maria Fernanda.

"É um ponto de atenção. Embora o Brasil venha discutindo a diversificação de modais, isso ainda não está acontecendo. O transporte rodoviário continua absorvendo uma parte muito maior do aumento do volume de carga transportada anualmente", diz a diretora do Ilos. Outros 18,2% passam por ferrovias, 11,4% pelo modal aquaviário e 3% dutoviário.

O frete rodoviário bateu R$ 259 por mil TKU em 2012, alta nominal de 19,9% frente a 2010. A diferença em relação a outros tipos de transporte é gigantesca: são mais competitivos os modais ferroviário (R$ 43 por mil TKU), dutoviário (R$ 49 por mil TKU) e hidroviário (R$ 59 por mil TKU).

Desde 2004, quando o Ilos lançou a pesquisa, o custo do transporte rodoviário de carga subiu 12% ao ano no País. O montante passou de R$ 202 bilhões em 2010 para R$ 275,6 bilhões no ano passado. O Ilos avalia que o modal rodoviário voltou a elevar sua participação na matriz de transporte em função da limitação da infraestrutura dos demais modais.

Para Maria Fernanda, o efeito das concessões sobre essa realidade é lento. Há ainda o risco de um descasamento na implementação dos programas de rodovias e ferrovias, por exemplo. O benefício na elevação da qualidade das rodovias privatizadas é contrabalançado com a instalação de pedágios, ou seja, aumento de custos. A opção por esse tipo de transporte pode elevar os gastos logísticos em proporção ao PIB.

"A movimentação de cargas vai continuar crescendo. Se o governo não der alternativas pode haver uma pressão ainda maior de custos logísticos", pondera. Nos Estados Unidos, o custo logístico é de 8,7% do PIB, proporcionalmente bem inferior ao brasileiro. A diversificação do transporte no território americano é uma das chaves para entender essa diferença. Apesar de o frete rodoviário ser até mais caro que no Brasil (US$ 310 por mil TKU), o modal detém apenas 31% da movimentação de cargas. O resto se divide por ferrovias (principal meio de transporte, com 37%), hidrovias (10%), dutos (21%) e aéreo (0,3%).

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"Houve a combinação de três fatores: aumento de custos, maior movimentação de carga no País e o Produto Interno Bruto (PIB) praticamente estagnado nesse período", diz Maria Fernanda Hijjar, diretora de Inteligência de Mercado do Ilos. Os resultados da pesquisa serão apresentados nesta quarta-feira, 9, no XIX Fórum Internacional de Supply Chain, promovido pelo instituto no Rio de Janeiro.

O transporte foi o que mais pesou no aumento, chegando a 7,1% (R$ 312,4 bilhões) da composição do custo logístico em proporção ao PIB. É a maior porcentagem desde 2004, quando representava 7,5%. O custo com transporte é composto por itens como o preço do diesel, pedágio e seguro. Na conta dos custos logísticos totais do País entram também gastos com estoque (3,2%), armazenagem (0,8%) e administrativos (0,4%).

A preponderância do modal rodoviário na matriz brasileira teve um peso grande na reversão da tendência de redução dos custos logísticos. A fatia das cargas transportadas por rodovias cresceu 1,8 ponto porcentual em dois anos, passando de 65,6% (2010) para 67,4% (2012). O volume movimentado pelas estradas neste período subiu 14% e somou 1,064 trilhão de toneladas transportadas vezes quilômetro útil (TKU). O reflexo disso no custo total do País com logística é agravado pelo elevado frete rodoviário, explica Maria Fernanda.

"É um ponto de atenção. Embora o Brasil venha discutindo a diversificação de modais, isso ainda não está acontecendo. O transporte rodoviário continua absorvendo uma parte muito maior do aumento do volume de carga transportada anualmente", diz a diretora do Ilos. Outros 18,2% passam por ferrovias, 11,4% pelo modal aquaviário e 3% dutoviário.

O frete rodoviário bateu R$ 259 por mil TKU em 2012, alta nominal de 19,9% frente a 2010. A diferença em relação a outros tipos de transporte é gigantesca: são mais competitivos os modais ferroviário (R$ 43 por mil TKU), dutoviário (R$ 49 por mil TKU) e hidroviário (R$ 59 por mil TKU).

Desde 2004, quando o Ilos lançou a pesquisa, o custo do transporte rodoviário de carga subiu 12% ao ano no País. O montante passou de R$ 202 bilhões em 2010 para R$ 275,6 bilhões no ano passado. O Ilos avalia que o modal rodoviário voltou a elevar sua participação na matriz de transporte em função da limitação da infraestrutura dos demais modais.

Para Maria Fernanda, o efeito das concessões sobre essa realidade é lento. Há ainda o risco de um descasamento na implementação dos programas de rodovias e ferrovias, por exemplo. O benefício na elevação da qualidade das rodovias privatizadas é contrabalançado com a instalação de pedágios, ou seja, aumento de custos. A opção por esse tipo de transporte pode elevar os gastos logísticos em proporção ao PIB.

"A movimentação de cargas vai continuar crescendo. Se o governo não der alternativas pode haver uma pressão ainda maior de custos logísticos", pondera. Nos Estados Unidos, o custo logístico é de 8,7% do PIB, proporcionalmente bem inferior ao brasileiro. A diversificação do transporte no território americano é uma das chaves para entender essa diferença. Apesar de o frete rodoviário ser até mais caro que no Brasil (US$ 310 por mil TKU), o modal detém apenas 31% da movimentação de cargas. O resto se divide por ferrovias (principal meio de transporte, com 37%), hidrovias (10%), dutos (21%) e aéreo (0,3%).

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