Custos da indústria ficam estáveis no terceiro trimestre
Setor registrou redução dos gastos das indústrias com energia e bens intermediários e com o capital de giro
Agência Brasil
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 12h49.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (9) que o Indicador de Custos Industriais registrou alta de 0,3% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores, descontados os efeitos sazonais. Por outro lado, no mesmo período, os preços dos produtos industriais subiram 0,5%.
De acordo com a CNI, no caso dos custos, houve a redução dos gastos das indústrias com energia e bens intermediários e com o capital de giro.
As quedas registradas nesses indicadores compensaram o aumento de 2% nos custos com pessoal e 1,6% no custo tributário, registrados no terceiro trimestre em relação ao período imediatamente anterior, na série dessazonalizada.
Apesar da crise econômica, destaca a CNI, o índice de custo com pessoal cresceu 8,8% frente ao mesmo trimestre de 2015 e ficou acima do crescimento de 8,48% registrado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo no período, que indica indexação dos salários na indústria. Além disso, o índice de custo tributário subiu 1,6% no terceiro trimestre na comparação com o segundo.
O estudo mostra também que o indicador de custo com capital de giro caiu 2,8% na comparação com o segundo trimestre, na série dessazonalizada. Foi a segunda queda do indicador.
O índice de custo com energia caiu 1,1% no terceiro trimestre em relação ao segundo, na série com ajuste , resultado da queda de 1,2% no custo com energia elétrica e de 0,7% no custo com óleo combustível.
No mesmo período, o índice de custo com bens intermediários nacionais e importados teve queda de 0,4%.
A redução dos custos com bens intermediários importados até o terceiro trimestre é resultado da valorização do real frente ao dólar ao longo deste ano, que reduz, informa a CNI, a competitividade da indústria brasileira no mercado interno, pois os produtos importados ficam mais baratos em reais.
Para os técnicos da confederação, o real mais valorizado também prejudica a competitividade das exportações brasileiras, que ficam mais caras frente aos produtos locais nos mercados de destino.
O estudo da CNI mostra que, com os efeitos do câmbio, os preços dos produtos industriais americanos, em reais, diminuíram 7,1% no terceiro trimestre frente ao segundo, com perda de competitividade das exportações da indústria brasileira.