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Corte de água economiza 72% mais que bônus em SP

As medidas de restrição de distribuição resultaram em economia de 6.355 litros por segundo, enquanto a quantidade poupada pela população foi de 3.683 l/s

Vista do coletor de água no sistema de abastecimento de água da Cantareira na represa de Jaguari em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2014 às 08h17.

São Paulo - A redução da pressão da água na rede e a diminuição do volume vendido no atacado para cidades com empresas próprias de saneamento garantiram economia 72% maior do que o programa de bônus aos consumidores.

Balanço da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ), divulgado em setembro, mostra que as medidas de restrição de distribuição resultaram em economia de 6.355 litros por segundo na Grande São Paulo. A quantidade poupada pela população foi de 3.683 l/s.

Segundo a companhia, as reduções de pressão e de volume de água a atacado, vendido a cidades como Guarulhos e São Caetano, não são "medidas de racionamento".

Os números constam da apresentação feita no início deste mês pela presidente da Sabesp, Dilma Pena, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal que investiga o serviço de abastecimento na capital.

Os dados são referentes às regiões atendidas pelos Sistemas Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga, que atendem 90% da Grande São Paulo.

A medida mais eficiente tem sido a redução da pressão da água à noite, que levou a uma economia de 5.471 litros por segundo, volume suficiente para abastecer cerca de 1,6 milhão de pessoas.

A prática, que tem como objetivo reduzir as perdas de água na distribuição, é adotada pela Sabesp desde 2007, mas foi intensificada neste ano de crise hídrica, com a instalação de 59 válvulas redutoras no primeiro semestre deste ano, ante 64 em todo o ano passado.

Em abril, o Estado revelou que a Sabesp estava reduzindo em até 75% a pressão da água durante a madrugada, quando as perdas na distribuição costumam aumentar por causa da redução do consumo, o que deixa a rede mais suscetível a vazamentos.

Dilma diz que a prática não é racionamento, mas admitiu que pode atingir 2% da população, ou 400 mil pessoas, que ficam em regiões mais altas.

Hoje, são 1.230 válvulas redutoras de pressão, que cobrem 14 mil quilômetros da rede, ou 44% da Grande São Paulo. Segundo a Sabesp, a redução da pressão é mais eficiente na região atendida pelo Cantareira, como a zona norte da capital, onde a economia em setembro foi de 2.372 litros por segundo, pouco inferior à obtida pelo bônus: 2.583 litros por segundo.

Nos bairros atendidos pelo Sistema Alto Tietê, como a zona leste, a economia com pressão noturna foi quase quatro vezes maior do que a da população.

Segundo a Sabesp, outros 884 litros por segundo foram poupados com "redução dos volumes entregues" para cidades que compram água da companhia.

A economia de água com o bônus na conta chegou a 3,9 mil litros por segundo em agosto, mas caiu para 3.683 litros por segundo em setembro, o que levou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) a ampliar o programa com novos descontos.

"Fica claro que essas medidas não estão sendo suficientes. É preciso que, além do bônus, seja instaurada a tarifa progressiva para quem demonstrar gastos progressivos. Para isso, o governo deve oficializar o racionamento, como prevê o decreto que regulamenta a Lei de Saneamento Básico", disse Glauco Kimura de Freitas, da ONG WWF-Brasil.

A Sabesp informou, em nota, que espera que os novos descontos "tragam economia expressiva". "O novo programa de bônus visa a estimular a participação dos clientes para o uso racional da água, tendo em vista a enorme contribuição dada pela população", afirmou a Sabesp.

Segundo a empresa, "diminuição de pressão noturna é uma das medidas do programa corporativo de redução de perdas". O índice de perdas caiu de 30,8% do volume produzido em janeiro de 2013 para 30,4% em julho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - A redução da pressão da água na rede e a diminuição do volume vendido no atacado para cidades com empresas próprias de saneamento garantiram economia 72% maior do que o programa de bônus aos consumidores.

Balanço da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ), divulgado em setembro, mostra que as medidas de restrição de distribuição resultaram em economia de 6.355 litros por segundo na Grande São Paulo. A quantidade poupada pela população foi de 3.683 l/s.

Segundo a companhia, as reduções de pressão e de volume de água a atacado, vendido a cidades como Guarulhos e São Caetano, não são "medidas de racionamento".

Os números constam da apresentação feita no início deste mês pela presidente da Sabesp, Dilma Pena, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal que investiga o serviço de abastecimento na capital.

Os dados são referentes às regiões atendidas pelos Sistemas Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga, que atendem 90% da Grande São Paulo.

A medida mais eficiente tem sido a redução da pressão da água à noite, que levou a uma economia de 5.471 litros por segundo, volume suficiente para abastecer cerca de 1,6 milhão de pessoas.

A prática, que tem como objetivo reduzir as perdas de água na distribuição, é adotada pela Sabesp desde 2007, mas foi intensificada neste ano de crise hídrica, com a instalação de 59 válvulas redutoras no primeiro semestre deste ano, ante 64 em todo o ano passado.

Em abril, o Estado revelou que a Sabesp estava reduzindo em até 75% a pressão da água durante a madrugada, quando as perdas na distribuição costumam aumentar por causa da redução do consumo, o que deixa a rede mais suscetível a vazamentos.

Dilma diz que a prática não é racionamento, mas admitiu que pode atingir 2% da população, ou 400 mil pessoas, que ficam em regiões mais altas.

Hoje, são 1.230 válvulas redutoras de pressão, que cobrem 14 mil quilômetros da rede, ou 44% da Grande São Paulo. Segundo a Sabesp, a redução da pressão é mais eficiente na região atendida pelo Cantareira, como a zona norte da capital, onde a economia em setembro foi de 2.372 litros por segundo, pouco inferior à obtida pelo bônus: 2.583 litros por segundo.

Nos bairros atendidos pelo Sistema Alto Tietê, como a zona leste, a economia com pressão noturna foi quase quatro vezes maior do que a da população.

Segundo a Sabesp, outros 884 litros por segundo foram poupados com "redução dos volumes entregues" para cidades que compram água da companhia.

A economia de água com o bônus na conta chegou a 3,9 mil litros por segundo em agosto, mas caiu para 3.683 litros por segundo em setembro, o que levou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) a ampliar o programa com novos descontos.

"Fica claro que essas medidas não estão sendo suficientes. É preciso que, além do bônus, seja instaurada a tarifa progressiva para quem demonstrar gastos progressivos. Para isso, o governo deve oficializar o racionamento, como prevê o decreto que regulamenta a Lei de Saneamento Básico", disse Glauco Kimura de Freitas, da ONG WWF-Brasil.

A Sabesp informou, em nota, que espera que os novos descontos "tragam economia expressiva". "O novo programa de bônus visa a estimular a participação dos clientes para o uso racional da água, tendo em vista a enorme contribuição dada pela população", afirmou a Sabesp.

Segundo a empresa, "diminuição de pressão noturna é uma das medidas do programa corporativo de redução de perdas". O índice de perdas caiu de 30,8% do volume produzido em janeiro de 2013 para 30,4% em julho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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