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Corrupção trava a economia, diz Trevisan

Brasília, 14 de maio (Portal EXAME) Os municípios brasileiros perdem anualmente para a corrupção entre 15% e 25% de seu orçamento. O cálculo foi apresentado nesta quarta-feira pelo auditor Antoninho Marmo Trevisan, no lançamento da Campanha de Combate à Corrupção do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Queremos montar um grupo de contabilistas em cada cidade, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.

Brasília, 14 de maio (Portal EXAME) Os municípios brasileiros perdem anualmente para a corrupção entre 15% e 25% de seu orçamento. O cálculo foi apresentado nesta quarta-feira pelo auditor Antoninho Marmo Trevisan, no lançamento da Campanha de Combate à Corrupção do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Queremos montar um grupo de contabilistas em cada cidade, para ajudar a população a fiscalizar o uso dos recursos públicos , disse Trevisan. Se conseguirmos trazer parte dos recursos desviados de volta para sua finalidade, o resultado será formidável. Não há plano econômico que se compare a isso .

O presidente do CFC, Alcedino Barbosa, citou um estudo do Banco Mundial que mostra o impacto da corrupção na economia: num prazo de 80 anos, a renda per capita brasileira poderia encolher 75%, se o nível de corrupção se agravar até chegar ao mesmo nível que o registrado em Angola. No mesmo prazo, a renda per capita poderia ser multiplicada por quatro, se o nível de corrupção fosse reduzido até chegar ao mesmo nível que o registrado na Inglaterra. Atualmente, o Brasil está num ponto intermediário, na 70ª posição em 160 países pesquisados, próximo de Peru e Jamaica.

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O objetivo da campanha é usar os 350 000 contabilistas registrados no CFC e as 434 faculdades de ciências contábeis espalhados pelo Brasil. Eles terão o papel de ensinar aos cidadãos seu direito no acompanhamento do uso de recursos públicos. A cartilha que será distribuída aos contabilistas é o livro O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil , que tem Trevisan entre seus autores. A luta contra a corrupção é eficaz quando opera com a comunidade local , afirma ele. A comunidade é que sabe os custos da região em que vive, tem a visão contábil e a visão concreta do que está sendo realizado . Trevisan considera a atuação da comunidade mais eficiente, no combate à corrupção, do que a criação de mecanismos oficiais de fiscalização.

O exemplo que o auditor destaca é o de sua cidade natal, Ribeirão Bonito (SP), de 8 500 habitantes. Lá, a ação organizada dos moradores e da ONG Amarribo (Associação dos Amigos de Ribeirão Bonito, que tem Trevisan entre os fundadores) levou à prisão do prefeito Antônio Buzzá, no ano passado.

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