Economia

Copom pode manter a reação positiva do mercado

A expectativa para o dia de hoje (21/08) é que o mercado consolide a reação positiva que teve início ontem, depois do anúncio da liberação de linhas de crédito para exportação, feito pelo Banco Central. Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve divulgar o novo valor da taxa básica de juros, que está […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

A expectativa para o dia de hoje (21/08) é que o mercado consolide a reação positiva que teve início ontem, depois do anúncio da liberação de linhas de crédito para exportação, feito pelo Banco Central. Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve divulgar o novo valor da taxa básica de juros, que está em 18% ao ano. Sem outros anúncios importantes e sem novas pesquisas eleitorais, o mercado de câmbio pode ter mais um dia tranqüilo se nenhum boato atrapalhar o andar da carruagem.

Sem causar o mesmo furor que nos últimos meses, o Copom não deve surpreender o mercado. A expectativa da maioria é de manutenção da taxa de juro em 18%. Apesar de alguns pontos favorecerem uma redução, é pouco provável que o BC arrisque uma alta da inflação.

A favor da queda da taxa básica de juros, existe, por exemplo, a fragilidade da atividade econômica, que limita o repasse da desvalorização cambial. Além disso, o novo acordo com o FMI alterou a meta de inflação para 2002, que subiu para 6,5% e o teto para 9%. A meta para 2003 já havia sido flexibilizada há poucas semanas (4% e teto de 6,5%).

Por outro lado, de acordo com o Lloyds TSB, os motivos que sugerem a manutenção da taxa no patamar atual são mais relevantes. O núcleo de inflação continua em cerca de 0,5% ao mês neste ano e a taxa acumulada em 12 meses chega a 7%, bem acima, portanto, da meta para 2003. O BC não deve passar a idéia de que deixará de tentar atingir a meta estabelecida para o ano que vem, ainda que a tarefa para 2002 seja difícil mesmo depois da alteração negociada com o FMI , afirmam os analistas do banco. Além disso, o real está desvalorizado e a inflação corrente tem ficado acima do esperado o que reflete em alguns produtos os impactos dessa forte desvalorização, apesar da fragilidade da recuperação econômica. Portanto, mesmo considerando que a taxa básica continua elevada, é razoável supor que o Copom não vá reduzir o juro neste mês, ainda que não seja impossível a adoção do viés de baixa.

Hoje o mercado ainda deve sentir um pouco a repercussão da liberação de 2 bilhões de dólares em linhas de créditos para bancos que operem com financiamento às exportações a partir de sexta-feira, por meio de leilões. O primeiro leilão será de 100 milhões.

As linhas de crédito aliviam em parte a necessidade de dólares das empresas exportadoras, que não conseguem crédito para financiar suas operações. O maior impacto, porém, deverá acontecer na próxima terça-feira, quando esse dinheiro entrará no mercado. É importante lembrar que esses 2 bilhões de dólares fazem parte dos 3 bilhões disponíveis por mês para o BC intervir no mercado de câmbio. Essa foi a quantia combinada com o FMI.

No cenário político, sem novidades. O horário gratuito na televisão e no rádio começou ontem, sem surpresas. O fato que talvez mereça algum destaque e que de alguma forma pode afetar a engrenagem do mercado é a visita do petista Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, ã Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban). Seria só mais uma visita formal de um candidato a uma instituição se não fosse pelas fortes declarações de apoio à Lula. A conversa com o conselho diretor (que reúne os presidentes de bancos) e a diretoria executiva da Febraban ocorreu a portas fechadas, mas o presidente da entidade, Gabriel Jorge Ferreira, não poupou elogios ao candidato depois do evento. "A apresentação e as respostas de Lula nos surpreenderam favoravelmente. Ele tem um discurso franco e é muito desprendido ao falar", disse Jorge Ferreira, ressaltando "a importância que ele vê no sistema financeiro para a economia nacional". Esta foi a primeira vez que Lula, da coligação liderada pelo PT, foi a um evento na Febraban.

Indicadores

Além da taxa básica de juros, o BC também divulga hoje nota sobre o mercado aberto, referente ao mês de julho.

A Fundação Getúlio Vargas divulga o valor do IGP-10 de julho e o IBGE a pesquisa de emprego na indústria, também referente ao mês passado.

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