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Copom divide analistas

Relatórios de analistas de bancos limitam-se a descrever prós e contras do aumento

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h45.

A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no novo governo, nesta terça e quarta-feira (21 e 22/1) começa com o gosto amargo de encontrar uma taxa anual de 25% elevada no último mês do governo Fernando Henrique Cardoso. De lá para cá, o cenário não mudou muito. O dólar oscila fortemente todos os dias para o bem e para o mal e a inflação não baixou tanto quanto esperado. É certo que o mercado prevê um ligeiro recuou na inflação pela primeira vez desde julho do ano passado. Em pesquisa feita pelo próprio Banco Central com cerca de 100 investidores, analistas e institutos estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 11,19% neste ano. A expectativa anterior não era muito diferente (11,23%), mas é uma sinalização de baixa, que não acontecia desde 26 de julho (4,35% contra 4,38%).

A expectativa do mercado para a inflação é um dos fatores levados em consideração pelo Copom na hora de definir a taxa básica de juros da economia. Expectativas de inflação alta tendem a ser consideradas um fator adicional de pressão sobre os preços, o que cria um clima menos favoravél para a queda dos juros. A maioria dos analistas de mercado acreditam que não haverá mudança no percentual. A reunião do Copom é aguardada com ansiedade porque trata-se da melhor chance de o governo colocar em prática o discurso de austeridade monetária do ministro da Fazenda Antônio Palocci e do presidente do BC, Henrique Meirelles.

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O mercado está dividido. Os relatórios dos analistas de bancos como Lloyds TSB e BBV Banco se limitam a descrever prós e contras do aumento, manutenção ou queda da taxa de juros. Nenhum arrisca um palpite. Outros, como o CSFB, avaliam que um aumento de 1 ponto percentual seria a postura mais correta para manter o aperto monetário. Mas que o BC não deve adotar essa medida.

Um levantamento feito pelo instituto de pesquisa e análise econômica Global Invest mostra que 38% dos analistas prevêem uma manutenção da taxa de juros, 34% apostam na redução e 28% acham necessário aumentar a Selic nos próximos seis meses. Em defesa da elevação dos juros, o principal argumento é que tal medida reforçaria o compromisso de Lula de combater a inflação. Como lembrou o relatório do Lloyds TSB, o núcleo da inflação (medido pelo IPCA) subiu mais um pouco em dezembro (foi para 1,34%, contra 1,32% em novembro) e elevou a média mensal do quarto trimestre de 2002 para 1,15% (contra 0,56% nos nove meses anteriores).

Meirelles e as metas

Em seu pronunciamento de posse em 7 de janeiro, o novo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, assinalou que a política monetária será utilizada para fazer a inflação convergir para suas metas em um período de 18 a 24 meses, de forma a evitar custos desnecessários para a economia. Esse comentário e a apreciação significativa do câmbio nas últimas semanas (fechamento de sexta-feira em R$3,37/US$) fizeram aumentar a probabilidade atribuída pelo mercado de que o BC manterá os juros estáveis em 25%.

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