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Conheça as medidas previstas no plano de reativação econômica dos EUA

O plano de US$ 2,2 trilhões prevê pagamentos aos cidadãos, fundos de saúde, auxílio para empresas e corte de benefícios para políticos

EUA: pacote será a maior medida emergencial econômica na história dos Estados Unidos (Sarah Silbiger/Getty Images)
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AFP

Publicado em 26 de março de 2020 às 16h12.

Última atualização em 26 de março de 2020 às 16h17.

Depois de dias de negociação, o Congresso americano corre para aprovar um plano de reativação de US$ 2,2 trilhões para impulsionar a primeira economia do mundo, que sofre o impacto da pandemia do novo coronavírus.

O pacote, aprovado na última quarta-feira à noite pelo Senado, será a maior medida emergencial econômica na história dos Estados Unidos, e pressupõe a distribuição de fundos em diversas formas para consumidores e empresas.

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A seguir, um resumo sobre os benefícios contemplados pelo projeto que ainda será aprovado pelo Congresso e promulgado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Pagamentos aos cidadãos

Como forma de fazer com que os americanos continuem consumindo, o projeto de lei dará aos contribuintes solteiros US$ 1.200, e o dobro para os casados. Além disso, para cada filho haverá o auxílio de US$ 500.

Os benefícios seriam reduzidos em quantidades variáveis para os que ganham mais de US$ 75.000 dólares ao ano. Os que ganham mais de US$ 99.000 não estarão cobertos pela medida, e existem limites para os que têm apenas um filho e para contribuintes que pagam impostos de forma conjunta sem filhos.

Seguro-desemprego

Com uma alta nas solicitações por seguro-desemprego de 3,3 milhões na semana terminada em 21 de março, o projeto amplia enormemente a cobertura para os americanos: será oferecido um valor fixo de US$ 600 por semana durante quatro meses para os desempregados, além do seguro-desemprego que receberão por programas estatais, cujos valores variam.

A iniciativa também autoriza a continuidade do benefício por 13 semanas caso os pagamentos dos valores estatais sejam interrompidos, com duração limitada.

O projeto prevê a criação de um programa à parte, até o final do ano, para os que não puderem trabalhar por causa da pandemia, mas que não são cobertos pelos benefícios do seguro-desemprego, como os que trabalham com economia colaborativa, motoristas e os autônomos.

Auxílio às empresas e ao comércio

O projeto disponibiliza valores altos para auxiliar as empresas americanas, incluindo US$ 377 bilhões em ajuda às pequenas empresas e US$ 500 bilhões em empréstimos a grandes empresas e estados.

A queda nas viagens e o fechamento das fronteiras impactou a indústria da aviação comercial, que solicitou um empréstimo de US$ 50 bilhões.

Serão US$ 25 bilhões para as companhias aéreas, US$ 4 bilhões para companhias de transporte aéreo e US$ 3 bilhões para terceirizados. Isso se soma a outros US$ 25 bilhões em empréstimos às companhias aéreas e US$ 4 bilhões às empresas de frete aéreo.

Estão previstos outros US$ 17 bilhões em empréstimos e garantias para "empresas essenciais para manter a segurança nacional". Segundo o jornal "The Washington Post", isso inclui a Boeing.

Fundos para a saúde

Muitos acreditam que a economia não se recuperará até que o vírus esteja sob controle, e por isso o projeto direciona US$ 172,1 bilhões ao sistema de saúde.

Isso inclui US$ 27 bilhões para a investigação de vacinas e tratamentos para o vírus, e outros US$ 100 bilhões para pagar o lucro perdido dos hospitais e provedores de serviços médicos, ou com os gastos não recuperados relacionados ao surgimento da pandemia.

Empréstimos estudantis

Os americanos devem se formar na universidade cheios de dívidas. O projeto de lei suspende o pagamento da dívida desses empréstimos estudantis até o próximo 30 de setembro.

O Departamento de Educação também receberá US$ 30,8 bilhões para apoiar as escolas e universidades, fechadas em todo o país.

Sem benefícios para o presidente e outros políticos

O único grupo excluído dos auxílios é o dos líderes governamentais. O presidente, o vice-presidente, os membros do Congresso e do gabinete, e suas famílias, estão excluídos de receber empréstimos do Tesouro, ou apoio em negócios nos quais sejam donos de ao menos 20%.

Os democratas acusaram inúmeras vezes o presidente americano de usar o seu cargo para aumentar a renda dos seus negócios, e a proibição é vista como uma resposta a isso.

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