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Concessão de crédito cresce mais de 7% em setembro

O cenário futuro, no entanto, é de moderação por conta da alta da Selic

Empréstimos: Selic mais alta encarece os empréstimos que, por sua vez, afeta o consumo (Roberto Setton/VEJA)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 11h03.

Brasília - As concessões de crédito no Brasil voltaram a crescer em setembro, interrompendo três meses seguidos de queda, após recentes medidas de estímulo adotadas pelo governo, num cenário marcado por crescimento fraco e inflação elevada.

O cenário futuro, no entanto, é de moderação por conta do início de um novo ciclo de aperto monetário na noite passada, quando o Banco Central surpreendeu e elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25 por cento ao ano.

No mês passado, as concessões no segmento de recursos livres tiveram alta mensal de 7,4 por cento, maior expansão desde dezembro passado e após mostrarem contração nos três meses anteriores, informou o BC nesta quinta-feira. Levando-se em consideração os recursos totais, incluindo os direcionados, a alta foi de 7,5 por cento.

O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 1,3 por cento em setembro sobre o mês anterior, chegando a 2,901 trilhões de reais, ou 57,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), maior ritmo em relação à alta de 0,92 por cento vista em agosto.

Com o objetivo de estimular o mercado de crédito no país, o Ministério da Fazenda e o BC divulgaram medidas em julho e agosto, cujo potencial é de injeção de até 70 bilhões de reais na economia.

Para o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, altas na Selic têm impacto mais forte no crédito do que as medidas adotadas recentemente. "Uma elevação (da Selic)... tende a ter impacto de moderação na expansão do crédito", acrescentou ele.

Três dias depois de a presidente Dilma Rousseff ser reeleita, o BC surpreendeu e decidiu elevar a Selic na noite passada, alegando que aumentaram os riscos para a inflação.

A alta foi bem recebida por agentes econômicos, que viram no movimento sinal de mudança na política econômica no segundo mandato da petista.

"O crédito deve seguir crescendo em ritmo moderado em linha com nossa projeção para o ano de 12 por cento", acrescentou Maciel.

Selic mais alta encarece os empréstimos que, por sua vez, afeta o consumo.

INADIMPLÊNCIA ESTÁVEL Segundo o BC, a inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres ficou em 5,0 por cento em setembro, igual aos dois meses anteriores. Considerando o crédito total, a inadimplência ficou em 3 por cento, ante 3,1 por cento em agosto.

No período, o spread bancário --diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada ao tomador final-- foi de 20,9 pontos percentuais também no segmento de recursos livres, abaixo dos 21,2 pontos percentuais vistos em agosto. No crédito total, o spread ficou estável em 12,7 por cento.

Já a taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou o mês passado em 31,9 por cento, inferior aos 32,2 por cento em agosto. No crédito total, ficaram em 21,0 por cento, 0,1 ponto percentual a mais do que em agosto.

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Brasília - As concessões de crédito no Brasil voltaram a crescer em setembro, interrompendo três meses seguidos de queda, após recentes medidas de estímulo adotadas pelo governo, num cenário marcado por crescimento fraco e inflação elevada.

O cenário futuro, no entanto, é de moderação por conta do início de um novo ciclo de aperto monetário na noite passada, quando o Banco Central surpreendeu e elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25 por cento ao ano.

No mês passado, as concessões no segmento de recursos livres tiveram alta mensal de 7,4 por cento, maior expansão desde dezembro passado e após mostrarem contração nos três meses anteriores, informou o BC nesta quinta-feira. Levando-se em consideração os recursos totais, incluindo os direcionados, a alta foi de 7,5 por cento.

O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 1,3 por cento em setembro sobre o mês anterior, chegando a 2,901 trilhões de reais, ou 57,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), maior ritmo em relação à alta de 0,92 por cento vista em agosto.

Com o objetivo de estimular o mercado de crédito no país, o Ministério da Fazenda e o BC divulgaram medidas em julho e agosto, cujo potencial é de injeção de até 70 bilhões de reais na economia.

Para o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, altas na Selic têm impacto mais forte no crédito do que as medidas adotadas recentemente. "Uma elevação (da Selic)... tende a ter impacto de moderação na expansão do crédito", acrescentou ele.

Três dias depois de a presidente Dilma Rousseff ser reeleita, o BC surpreendeu e decidiu elevar a Selic na noite passada, alegando que aumentaram os riscos para a inflação.

A alta foi bem recebida por agentes econômicos, que viram no movimento sinal de mudança na política econômica no segundo mandato da petista.

"O crédito deve seguir crescendo em ritmo moderado em linha com nossa projeção para o ano de 12 por cento", acrescentou Maciel.

Selic mais alta encarece os empréstimos que, por sua vez, afeta o consumo.

INADIMPLÊNCIA ESTÁVEL Segundo o BC, a inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres ficou em 5,0 por cento em setembro, igual aos dois meses anteriores. Considerando o crédito total, a inadimplência ficou em 3 por cento, ante 3,1 por cento em agosto.

No período, o spread bancário --diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada ao tomador final-- foi de 20,9 pontos percentuais também no segmento de recursos livres, abaixo dos 21,2 pontos percentuais vistos em agosto. No crédito total, o spread ficou estável em 12,7 por cento.

Já a taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou o mês passado em 31,9 por cento, inferior aos 32,2 por cento em agosto. No crédito total, ficaram em 21,0 por cento, 0,1 ponto percentual a mais do que em agosto.

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