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CNI defende núcleo do IPCA para orientar meta de inflação

Brasília, 29 de abril (Portal EXAME) Representantes do setor produtivo entregaram nesta terça-feira ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, uma lista de sugestões para reduzir o custo dos financiamentos no Brasil. Entre as propostas, está o estabelecimento do núcleo do IPCA para definir a meta de inflação e o aperfeiçoamento da regulamentação do setor […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h05.

Brasília, 29 de abril (Portal EXAME) Representantes do setor produtivo entregaram nesta terça-feira ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, uma lista de sugestões para reduzir o custo dos financiamentos no Brasil. Entre as propostas, está o estabelecimento do núcleo do IPCA para definir a meta de inflação e o aperfeiçoamento da regulamentação do setor financeiro, para que haja mais concorrência entre os bancos. Vou analisar as propostas com seriedade , disse Meirelles, após sair de reunião com os diretores da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No entanto, ele defendeu a política monetária atual, que tem mantido a taxa básica de juros em nível elevado. O caminho correto é o que o governo está seguindo , afirmou. Não existem países que tenham crescido de forma consistente com inflação alta .

O presidente do BC foi o convidado da reunião mensal da diretoria da CNI. Meirelles fez aos executivos uma explanação de 30 minutos sobre a economia brasileira e mundial. Em seguida, passou cerca de uma hora respondendo a perguntas dos industriais sobre temas diversos. "É preciso que os empresários acreditem nesse compromisso governamental. Quem apostar na inflação alta vai perder", disse. Meirelles não quis comentar a emissão de títulos do governo feita esta tarde.

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O texto entregue a Meirelles contém 17 sugestões para reduzir a taxa básica de juros e os spreads bancários, elevar a oferta de crédito e desenvolver o mercado de capitais. São as seguintes:

  • Assegurar a estabilidade macroeconômica;
  • Meta de inflação deve ser definida pelo núcleo do IPCA, e não pelo índice cheio;
  • Desindexar os preços administrados;
  • Reduzir compulsórios sobre depósitos à vista e a prazo;
  • Reduzir impostos sobre intermediação financeira; restituir ao IOF (Imposto sobre Obrigações Financeiras) sua natureza apenas regulatória;
  • Reduzir o risco sistêmico e estimular concorrência entre os bancos;
  • Fortalecer outros instrumentos de crédito, como valores mobiliários e securitização de recebíveis;

    estimular o uso dos derivativos de crédito;
  • Reduzir a razão capital-ativo dos bancos (hoje em 11% no Brasil, quando o Acordo da Basiléia exige apenas 8%);
  • Atribuir risco de crédito positivo aos títulos públicos federais de posse dos bancos para cálculo do capital exigível;
  • Reduzir a ponderação de risco dos créditos, para pequenas empresas, e dos créditos garantidos;

    estimular o repasse de créditos do BNDES;
  • Aumentar a coordenação entre bancos federais comerciais e de desenvolvimento;
  • Reduzir a carga tributária que atrapalha o mercado de capitais;

    incentivar a governança corporativa;

    reduzir o custo de manutenção do capital aberto;
  • Estimular a poupança de longo prazo.
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