China tem forte crescimento de 6,8% no 1º trimestre
A resiliência da segunda maior economia do mundo provavelmente ajudará a manter a recuperação global sincronizada por um pouco mais de tempo
Reuters
Publicado em 17 de abril de 2018 às 08h33.
Pequim - A economia da China cresceu 6,8 por cento no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, ritmo ligeiramente mais rápido do que o esperado, impulsionada pela demanda do consumidor, exportações e investimento imobiliário.
A resiliência da segunda maior economia do mundo provavelmente ajudará a manter a recuperação global sincronizada por um pouco mais de tempo, mesmo com a China enfrentando as crescentes tensões comerciais com os Estados Unidos.
Mas economistas ainda projetam que a China perderá um pouco de força nos próximos trimestres uma vez que Pequim força governos locais a reduzirem projetos de infraestrutura para conter suas dívidas, e com o enfraquecimento das vendas imobiliárias devido ao controle do governo sobre as compras para combater a especulação.
O consumo, que respondeu por quase 80 por cento do crescimento econômico no primeiro trimestre, teve um papel significativo para o crescimento da economia mesmo com os riscos crescentes aos exportadores chineses.
As vendas no varejo em março avançaram 10,1 por cento sobre o ano anterior, ligeiramente acima do esperado e o ritmo mais forte em quatro meses, com os consumidores comprando mais de quase tudo, de cosméticos a móveis e eletrodomésticos.
"Os dados de vendas no varejo dizem muito sobre o consumo. Não é sazonal-- se olhar para o crescimento em cosméticos, gastos em roupas, gastos em automóveis, há uma tendência persistente há alguns meses", disse Iris Pang, economista do ING.
O crescimento do Produto Interno Bruto de 6,8 por cento no primeiro trimestre sobre o ano anterior também foi sustentado pelas exportações robustas. Alguns analistas especulavam que as empresas chinesas tinham corrido para despachar cargas aos EUA diante das ameaças tarifárias.
"Não esperamos que (as tensões entre EUA e China) evoluam para uma guerra comercial, mas também afirmamos que essa incerteza não vai desaparecer e esperamos negociações turbulentas. Em termos de impacto das potenciais tarifas, é bastante limitado, particularmente este ano", disse Haibin Zhu, economista-chefe do JP Morgan.
Analistas consultados pela Reuters esperavam expansão de 6,7 por cento entre janeiro e março sobre o ano anterior, depois de crescimento de 6,8 por cento nos dois trimestres anteriores.
Na comparação trimestral, o PIB cresceu 1,4 por cento, sobre expectativa de 1,5 por cento e desacelerando ante 1,6 por cento entre outubro e dezembro.
A expansão tem permanecido confortavelmente acima da meta do governo de cerca de 6,5 por cento para o ano, dando às autoridades espaço para reduzir mais os riscos no sistema financeiro da China e conter a poluição sem prejudicar o crescimento econômico.
A produção industrial expandiu 6 por cento em março sobre o ano anterior, ritmo mais lento em sete meses. Analistas projetavam que o crescimento enfraqueceria para 6,2 por cento de 7,2 por cento nos dois primeiros meses do ano.