China precisa deixar homens dividirem esposa, diz professor
China tem excesso de homens solteiros, o que afeta até sua economia; para professor local, solução é estimular poligamia
João Pedro Caleiro
Publicado em 24 de outubro de 2015 às 06h04.
São Paulo - A China tem um excesso de homens solteiros que deve chegar a 30 milhões de indivíduos já em 2020.
A solução? Deixar que as mulheres tenham mais de um marido, diz Xie Zuoshi, professor da Universidade Zhejiang de Economia e Finanças:
“É uma realidade que temos muito mais homens do que mulheres. Problemas sociais sérios, como estupros e ataques, vão acontecer se os homens não encontrarem esposas. Mas não tem que ser assim se eles tiverem opções", disse ele em um post no seu blog, de acordo com a mídia chinesa.
Entre estas opções, o professor Zuoshi - que tem 50 anos e é casado - cita a legalização do casamento gay, a entrada de mulheres de outros países e a poligamia.
A maioria dos chineses nas redes sociais reagiu com rejeição, apesar do país ter um histórico antigo da prática, especialmente em áreas rurais - mas geralmente com um homem acumulando várias esposas.
Zuoshi diz que "não está brincando" e que "qualquer pessoa razoável que aplique o pensamento crítico vai chegar à mesma conclusão. Não podemos privar os homens de esposas só para sermos morais".
Cenário
A China tem uma preferência cultural histórica pelo sexo masculino que virou uma realidade númerica na medida que a população passou a ter acesso a exames de ultrassom e procedimentos abortivos.
Isso foi agravado com a política do filho único, estabelecida no final dos anos 70 para conter o excesso de população e que só agora deve ser flexibilizada pelo governo chinês.
O chamado "boom demográfico" do país já passou. A partir de agora, serão menos chineses em idade produtiva e mais aposentados colocando pressão sobre os gastos sociais.
Estudo
Em 2010, o professor Shang-Jin Wei, da Universidade de Columbia, analisou a taxa de poupança dos vários tipos de famílias em diferentes regiões da China e encontrou uma relação forte com o desequilíbrio de gênero.
"Casas com filhos guardavam mais do que casas com filhas, na média, e casas com filhos tendiam a aumentar sua poupança quando moravam em uma região com desigualdade númerica de homens e mulheres mais acentuada", diz ele.
A conclusão: a tendência chinesa de poupar muito, que tanto afetou a economia global, não tem a ver somente com o sistema ruim de pensões ou com uma rede de proteção social deficiente.
Ela também reflete a necessidade de acumular riqueza para ganhar vantagem em um mercado muito competitivo de homens solteiros.
São Paulo - A China tem um excesso de homens solteiros que deve chegar a 30 milhões de indivíduos já em 2020.
A solução? Deixar que as mulheres tenham mais de um marido, diz Xie Zuoshi, professor da Universidade Zhejiang de Economia e Finanças:
“É uma realidade que temos muito mais homens do que mulheres. Problemas sociais sérios, como estupros e ataques, vão acontecer se os homens não encontrarem esposas. Mas não tem que ser assim se eles tiverem opções", disse ele em um post no seu blog, de acordo com a mídia chinesa.
Entre estas opções, o professor Zuoshi - que tem 50 anos e é casado - cita a legalização do casamento gay, a entrada de mulheres de outros países e a poligamia.
A maioria dos chineses nas redes sociais reagiu com rejeição, apesar do país ter um histórico antigo da prática, especialmente em áreas rurais - mas geralmente com um homem acumulando várias esposas.
Zuoshi diz que "não está brincando" e que "qualquer pessoa razoável que aplique o pensamento crítico vai chegar à mesma conclusão. Não podemos privar os homens de esposas só para sermos morais".
Cenário
A China tem uma preferência cultural histórica pelo sexo masculino que virou uma realidade númerica na medida que a população passou a ter acesso a exames de ultrassom e procedimentos abortivos.
Isso foi agravado com a política do filho único, estabelecida no final dos anos 70 para conter o excesso de população e que só agora deve ser flexibilizada pelo governo chinês.
O chamado "boom demográfico" do país já passou. A partir de agora, serão menos chineses em idade produtiva e mais aposentados colocando pressão sobre os gastos sociais.
Estudo
Em 2010, o professor Shang-Jin Wei, da Universidade de Columbia, analisou a taxa de poupança dos vários tipos de famílias em diferentes regiões da China e encontrou uma relação forte com o desequilíbrio de gênero.
"Casas com filhos guardavam mais do que casas com filhas, na média, e casas com filhos tendiam a aumentar sua poupança quando moravam em uma região com desigualdade númerica de homens e mulheres mais acentuada", diz ele.
A conclusão: a tendência chinesa de poupar muito, que tanto afetou a economia global, não tem a ver somente com o sistema ruim de pensões ou com uma rede de proteção social deficiente.
Ela também reflete a necessidade de acumular riqueza para ganhar vantagem em um mercado muito competitivo de homens solteiros.