Tatiana Prazeres: "Os chineses são parceiros de primeira grandeza nesse novo momento de investimento em infraestrutura no Brasil" (Gabriel Lemes/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 23 de outubro de 2023 às 13h09.
A China tem tudo para se consolidar como um parceiro importante para a neoindustrialização do Brasil a partir de investimentos não só em manufatura, mas também em infraestrutura, afirmou nesta segunda-feira, 23, a secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres.
"Os chineses são parceiros de primeira grandeza nesse novo momento de investimento em infraestrutura no Brasil", disse Prazeres, em referência ao novo PAC. "Esses investimentos serão cada vez mais necessários para o que nós buscamos."
A secretária de comércio exterior reiterou que a neoindustrialização é prioridade do governo e frisou que a sustentabilidade e a tecnologia são pilares desse projeto. "Destaco a indústria 4.0 e a manufatura avançada na importância da parceria com a China para que a gente consiga dar esse salto de qualidade que pretendemos para indústria brasileira", acrescentou.
Prazeres participou nesta segunda-feira de painel na Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). A secretária também chamou atenção para os números de comércio entre os países. "A China é o principal parceiro comercial do Brasil há muito tempo, desde 2009, e estamos caminhando para um recorde de exportação para a China neste ano, vamos superar os US$ 90 bilhões do ano passado", disse.
Questionada sobre a diversificação da pauta de exportações brasileira para o país, Prazeres destacou novamente a importância da neoindustrialização. "O Brasil perdeu competitividade industrial nos últimos anos e é importante retomá-la para diversificar as exportações. É importante que a neoindustrialização se refletia na nossa pauta exportadora."
A secretária de comércio exterior avaliou ainda que, ao abordar esse tema, é importante focar não só no que o Brasil já vende, mas no que poderia vender para a China. "Pensar em quais são os produtos, segmentos e como posicionar as marcas brasileiras na China, mas sem ter a pretensão de que isso se reflita rapidamente em grandes números. Os grandes números são muito grandes", emendou.
Prazeres ponderou que quando se pensa no potencial para a expansão da exportação de alimentos processados ou mesmo de bens industriais, como máquinas e equipamentos, é preciso ter em mente que esse movimento não tende a se refletir no curto prazo em uma pauta de exportação muito diferente da atual, dada a magnitude das exportações de soja. "Mas, para as empresas que poderiam vender e ainda não estão lá, as oportunidades podem ser revolucionárias", disse. "As perspectivas são muito positivas, mas precisamos pensar na métrica adequada."