Chegam a Atenas credores para acertar redução da dívida
As negociações foram interrompidas na semana passada devido às divergências entre as partes
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 11h03.
Atenas - Os credores privados da Grécia - representados pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF) - chegaram nesta quarta-feira a Atenas para retomar as negociações sobre o importante acordo para redução da dívida do país, depois do fracasso das negociações de sexta-feira.
Como informou à Agência Efe o Ministério das Finanças grego, está previsto que a delegação do IIF, liderada por Charles Dallara e o seu assessor especial Jean Lemierre, se reúna nesta tarde com representantes do Executivo heleno.
Dallara e Lemierre 'reiteraram o compromisso de buscar um acordo sobre uma troca voluntária da dívida para a Grécia e pediram aos envolvidos trabalharem em direção a esta meta de boa fé com sentido de urgência', segundo comunicado do IIF, com sede em Washington publicado na terça-feira.
Na semana passada, Dallara e Lemierre reuniram-se em Atenas com o primeiro-ministro, Lucas Papademos, e o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, mas as negociações fracassaram.
Papademos, em entrevista ao jornal americano 'The New York Times', demonstrou otimismo e afirmou que estava 'muito perto de um acordo'.
Não descartou, no entanto, obrigar os detentores de bônus a assumir a dívida se não aceitarem voluntariamente a participar da operação.
'É algo que tem de ser considerado à luz das expectativas sobre o grau de participação que se alcance', afirmou e reiterou: 'Não se pode excluir'.
O ponto central das conversas são as taxas de juros dos novos títulos de dívida que substituam os atuais nesta troca que, como ressaltou na semana passada o IIF, representa uma redução 'sem precedentes' da dívida grega na mão da iniciativa privada, o que significa que seria perdoado em 100 bilhões de euros.
A imprensa grega indicou que o Governo pretende que o juro fique entre 4% e 5%, enquanto os bancos privados exigem que seja superior a 5%, após ter reduzido suas exigências iniciais, entre 6% e 8%.
Outra divergência é a legislação que se aplicaria aos novos títulos, que a Grécia quer que seja a sua própria, enquanto o IIF pretende que seja a normativa britânica.
O perdão de 50% da dívida privada é parte essencial do programa de resgate estipulado em outubro com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE), no valor de 130 bilhões de euros.
A imprensa grega publicou que vários fundos de alto risco que possuem dívida grega estão se negando a perdoar a dívida, porque os valores de seus bônus estão segurados com pelos derivados CDS (Credit Default Swaps).
Se Atenas obriga a uma reestruturação forçada e não voluntária, como se pretende, as agências de medição de risco podem declarar o ocorrido como uma moratória, o que ativaria o desembolso dos CDS e teria consequências imprevisíveis nas economias europeias e mundial.
A reunião ocorre na mesma semana em que chegam os chefes da chamada troika, os inspetores do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE), para verificar se a Grécia está completando com seus compromissos de redução do gasto público. EFE
Atenas - Os credores privados da Grécia - representados pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF) - chegaram nesta quarta-feira a Atenas para retomar as negociações sobre o importante acordo para redução da dívida do país, depois do fracasso das negociações de sexta-feira.
Como informou à Agência Efe o Ministério das Finanças grego, está previsto que a delegação do IIF, liderada por Charles Dallara e o seu assessor especial Jean Lemierre, se reúna nesta tarde com representantes do Executivo heleno.
Dallara e Lemierre 'reiteraram o compromisso de buscar um acordo sobre uma troca voluntária da dívida para a Grécia e pediram aos envolvidos trabalharem em direção a esta meta de boa fé com sentido de urgência', segundo comunicado do IIF, com sede em Washington publicado na terça-feira.
Na semana passada, Dallara e Lemierre reuniram-se em Atenas com o primeiro-ministro, Lucas Papademos, e o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, mas as negociações fracassaram.
Papademos, em entrevista ao jornal americano 'The New York Times', demonstrou otimismo e afirmou que estava 'muito perto de um acordo'.
Não descartou, no entanto, obrigar os detentores de bônus a assumir a dívida se não aceitarem voluntariamente a participar da operação.
'É algo que tem de ser considerado à luz das expectativas sobre o grau de participação que se alcance', afirmou e reiterou: 'Não se pode excluir'.
O ponto central das conversas são as taxas de juros dos novos títulos de dívida que substituam os atuais nesta troca que, como ressaltou na semana passada o IIF, representa uma redução 'sem precedentes' da dívida grega na mão da iniciativa privada, o que significa que seria perdoado em 100 bilhões de euros.
A imprensa grega indicou que o Governo pretende que o juro fique entre 4% e 5%, enquanto os bancos privados exigem que seja superior a 5%, após ter reduzido suas exigências iniciais, entre 6% e 8%.
Outra divergência é a legislação que se aplicaria aos novos títulos, que a Grécia quer que seja a sua própria, enquanto o IIF pretende que seja a normativa britânica.
O perdão de 50% da dívida privada é parte essencial do programa de resgate estipulado em outubro com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE), no valor de 130 bilhões de euros.
A imprensa grega publicou que vários fundos de alto risco que possuem dívida grega estão se negando a perdoar a dívida, porque os valores de seus bônus estão segurados com pelos derivados CDS (Credit Default Swaps).
Se Atenas obriga a uma reestruturação forçada e não voluntária, como se pretende, as agências de medição de risco podem declarar o ocorrido como uma moratória, o que ativaria o desembolso dos CDS e teria consequências imprevisíveis nas economias europeias e mundial.
A reunião ocorre na mesma semana em que chegam os chefes da chamada troika, os inspetores do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE), para verificar se a Grécia está completando com seus compromissos de redução do gasto público. EFE