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Chance de;latinos aumentarem envio de petróleo aos EUA;é pequena

Apesar das grandes reservas petrolíferas na região, a falta de investimentos no setor, incertezas regulatórias e políticas nacionalistas comprometem o aumento da produção

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h50.

Ao contrário da década de 70, quando os países latino-americanos amenizaram os efeitos da crise do petróleo sobre os Estados Unidos, ao aumentarem suas exportações para os americanos, o país pode não contar com a necessária ajuda de seus tradicionais aliados. A chegada ao poder de políticos nacionalistas na região, as incertezas regulatórias do setor petrolífero e a falta de investimentos dificultam o aumento das exportações de petróleo.

A América Latina produz cerca de 10,8 milhões de barris de petróleo por dia, ou 13% do total mundial, de acordo com pesquisa da Wood Mackenzie, consultoria especializada no setor, citada pelo americano The Wall Street Journal. Mas as reservas potenciais da região são maiores. A Venezuela estima que há mais 250 bilhões de barris de óleo cru na bacia do rio Orinoco. Já o México poderia dobrar suas reservas conhecidas para 100 bilhões de barris, caso confirme novas reservas em águas profundas. Equador, Bolívia e outros pequenos produtores ainda não completaram o levantamento de todas as suas reservas.

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O Brasil, apesar do aumento progressivo de sua produção interna, ainda é um importador de petróleo. Por isso, segundo a Wood Mackenzie, nenhum dos produtores latino-americanos tem condições imediatas de aumentar sua oferta no curto prazo. Neste ano, a consultoria estima que a região eleve sua produção diária em apenas 300 000 barris, sobretudo devido ao esforço brasileiro para atingir a auto-suficiência.

Os governos latino-americanos não têm recursos suficientes para expandir a exploração e produção de óleo cru. A alternativa seria abrir o setor para empresas estrangeiras, mas a idéia enfrenta fortes resistências locais, devido à lembrança da exploração de seus recursos naturais por portugueses e espanhóis, durante o período colonial, segundo o The Wall Street Journal.

Segundo o jornal americano, o nacionalismo local é representado por episódios como a polêmica sobre a exportação de gás natural boliviano. O presidente boliviano Carlos Mesa precisou recorrer a um plebiscito para obter apoio popular para exportar o combustível. As instabilidades enfrentadas por Hugo Chávez na Venezuela são outro exemplo. A Petroleos de Venezuela (PDVSA) é uma das peças-chaves na disputa entre o governo e a oposição.

O México, outro possível aliado americano na atual crise mundial do petróleo, também não está em situação melhor. A consultoria Wood Mackenzie estima que a produção da estatal Pemex cairá 12,6% entre 2005 e 2010, devido ao esgotamento da jazida de Cantarell, a principal da companhia.

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