CEO do J.P. Morgan quer regulação financeira mais simples nos EUA
O chefe do maior banco dos EUA em ativos não tem o poder para mudar as regras, mas participa do conselho de 16 executivos que assessora Trump
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2017 às 21h13.
Nova York - O executivo-chefe do J.P. Morgan Chase & Co ., James Dimon, delineou uma lista de desejos em mudanças regulatórias em sua carta anual aos acionistas do banco americano nesta terça-feira.
Dimon defendeu regras mais simples e melhor coordenadas, que possam ajudar a impulsionar mais os empréstimos e gerar crescimento econômico.
Embora Dimon não tenha defendido a retirada de toda a regulação da lei Dodd-Frank e de outras regras, ele disse que avalia como "apropriada" uma revisão.
O chefe do maior banco dos EUA em ativos não tem o poder para mudar as regras, mas participa do conselho de 16 executivos que assessora o presidente Donald Trump e também conhece alguns dos principais conselheiros de Trump no setor financeiro.
Dimon avalia que as mudanças prováveis devem ajudar o banco, diante da "expectativa de um ambiente mais amigável aos negócios".
O executivo disse que as regras devem ser coordenadas entre as agências, simplificadas e consistentes. Segundo ele, os bancos têm muito capital que poderia ser usado de maneira segura para financiar a economia.
Dimon disse haver benefícios no sistema bancário mais forte, por causa de maior exigência de capital, liquidez e transparência, além de testes de estresse, entre outras mudanças. Mas ele avaliou que algumas delas foram longe demais.
O executivo citou como exemplo as regras sobre a chamada taxa de alavancagem suplementar, que na avaliação dele "precisam ser modificadas".
As regras, que limitam o montante de dinheiro emprestado que um banco pode usar em relação a seus ativos totais, penalizam muitas vezes atividades praticamente livres de risco e devem ser usadas em vez disso para promover os empréstimos e a liquidez no mercado de capitais.
Dimon também sugeriu reformas no mercado de hipotecas, já que segundo ele o setor habitacional tem sido "lento na recuperação".
Pediu a volta do capital privado para tornar o mercado de financiamento imobiliário menos dependente do dinheiro dos contribuintes, além de novos padrões para substituir os complexos modelos relativos às hipotecas.
Segundo o executivo, as mudanças na direção correta poderiam adicionar mais de US$ 300 bilhões ao anos no mercado hipotecário americano.
Fonte: Dow Jones Newswires.