Campos Neto diz que economistas subestimeram crescimento do país nos últimos anos: 'Péssima pedida'
Movimento pode ser observada a partir de 2020, segundo ele
Agência de notícias
Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 15h21.
O presidente do Banco Central do Brasil , Roberto Campos Neto, ironizou nesta quarta-feira as projeções subestimativas de economistas sobre a atividade econômica no país. Esse movimento de estimativas abaixo do realizado é possível observar nos últimos três anos, segundo o chefe da autarquia monetária.
Para 2023, por exemplo, a previsão no início de ano era de uma alta perto de 0,8% no Produto Interno Bruto. O número fechado ainda será divulgado pelo IBGE, mas tanto o prognósticos do governo, BC e consultorias é de um crescimento próximo de 3%.
— É curioso a gente ver o que os agentes econômicos esperavam de crescimento e o que aconteceu, de fato, nos últimos três anos. Acho que seguir o nosso conselho, o conselho de economistas, em termos de crescimento econômico, tem sido uma péssima pedida — brincou o presidente da autarquia monetária, em palestra promovida pela Frente da Economia Verde.
Em 2022, houve um movimento parecido. O boletim Focus, que hoje reúne cálculos de aproximadamente 160 instituições financeiras, mostrava pela mediana uma alta de 0,29% no PIB, mas o dado oficial mostrou um crescimento de 3%.
O presidente do Banco Central observou que essa discrepância pode ser observada a partir de 2020, primeiro ano da pandemia. Em anos anteriores ocorria um fluxo contrário, segundo economistas ouvidos: as estimativas tendiam a ficar acima do efetivamente realizado.
Campos Neto cita, como fatores de influência, no curto e médio prazo, os programas de transferência de renda, sendo o principal o Bolsa Família, que ajuda no impulsionamento do consumo. Como “efeito estrutural” fala de reformas realizadas no passado.
Medidas já aprovadas – como reforma da Previdência e reforma trabalhista – foram citadas como exemplos em outras palestras dele. Elas estariam contribuindo para o crescimento potencial da economia brasileira.