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BRASÍLIA - 7º Lugar

A capital digital

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

Dois terços dos gastos do Distrito Federal são providos pela União. A economia de Brasília sempre esteve ancorada em setores tradicionais, como a construção civil e o varejo. Mas, caso um plano do Governo do Distrito Federal (GDF) dê certo, o saber que emana das universidades e das empresas de tecnologia de ponta se transformará num dos pilares da economia da cidade.

Em busca de novos negócios que ajudem a reduzir a dependência da cidade das verbas federais, o GDF desengavetou um antigo projeto, o da Cidade Digital. Numa grande área contígua ao Plano Piloto, as empresas usufruirão de benefícios fiscais e de toda a infra-estrutura necessária ao desenvolvimento de software. "Conseguimos envolver a comunidade acadêmica da cidade e as entidades de classe. Falta só a adesão das empresas", diz Afrânio Roberto de Souza Filho, secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal.

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O grupo TBA, de Brasília, o maior parceiro da Microsoft no país, é um dos interessados. Recentemente o grupo, com faturamento de 185 milhões de reais no ano passado, associou-se à indiana Tata Consultancy Services, com receitas de 900 milhões de dólares anuais. "Investiremos 10 milhões de dólares na abertura de três fábricas de software", diz Sigmar Frota, superintendente do TBA. "A primeira será em Brasília. No total, criaremos 3 000 empregos." Não deverá faltar mão-de-obra qualificada. Existem 48 cursos superiores na área de informática em Brasília. Essa fartura facilitou o crescimento meteórico da Inttegra, outra empresa de informática local. Fundada em 1998, neste ano ela deve faturar 150 milhões de reais. A Inttegra desenvolveu um gerenciador de rede dedicado às telecomunicações. "Turbinado, ele passou a servir a bancos e outros clientes", diz Tales Alves Navarro, diretor da empresa. A expansão do uso ampliou os horizontes da Inttegra, que já chegou a Sacramento, na Califórnia, onde está abrindo uma filial.

Mesmo quem não ambiciona ir tão longe tem como extrair ouro da economia local. O potencial de consumo de Brasília supera 6,3 bilhões de dólares. Ou seja, 2% do total brasileiro. O consumo per capita é de 2 946 dólares, 66% acima da média nacional. Um filão e tanto para quem quer se estabelecer com um pequeno escritório ou comércio. Os pontos, porém, são caros. No Plano Piloto, o aluguel de uma sala de 35 metros quadrados está por volta de 1 000 reais. Isso decorre do preço salgadíssimo dos terrenos. "Um lote de 1 000 metros quadrados vale hoje 8,5 milhões de reais", diz Marcelo Carvalho, superintendente da Paulo Octávio Negócios Imobiliários, que tem 370 salas e lojas em construção.

O concreto não é o único anseio dos 2,1 milhões de habitantes de Brasília. Eles querem também lazer de qualidade. O Pontão do Lago Sul, condomínio de restaurantes e bares à beira do lago, é um exemplo disso. Nos últimos cinco anos, a construtora Emsa, de Goiânia, investiu 19 milhões de reais no local, mas o empreendimento não decolou. Em fevereiro deste ano, surgiu o Mormaii -- um misto de loja de artigos esportivos com bar e restaurante temático. Desde então, o Pontão virou ponto de encontro da moçada. Isso atraiu uma filial do tradicional restaurante Bierfass, que investiu cerca de 1 milhão de reais no local. No primeiro fim de semana após a abertura da casa, 5 700 veículos passaram pelo estacionamento do estabelecimento.

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