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Brasil troca apenas US$ 500,3 milhões em títulos da dívida

Resultado foi um terço do esperado pelo Tesouro Nacional, mas mercado avalia bem a operação

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

O Tesouro Nacional divulgou, nesta quinta-feira (3/8), o resultado da troca de títulos da dívida externa, iniciada em 27 de julho e encerrada ontem. No total, o governo conseguiu trocar 500,3 milhões de dólares. O resultado é apenas um terço do 1,5 bilhão de dólares que o país estava disposto a trocar no mercado internacional. O baixo desempenho já era esperado pelos analistas, mas não por motivos negativos. "A ironia da operação é que os investidores não quiseram trocar seus papéis por outros de menor remuneração, porque os fundamentos da economia brasileira estão no seu melhor momento em muitos anos e, por isso, não há risco de calote", afirma um economista que prefere não se identificar.

A recompra de títulos públicos é capitaneada pelo Banco Central e pelo Tesouro há alguns anos, com o objetivo de reduzir os custos da dívida externa e alongar o seu perfil, liberando recursos para outros compromissos. Segundo os economistas, após se concentrar nos papéis de curto prazo, as autoridades começaram, agora, a olhar para os títulos mais longos.

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A troca encerrada ontem envolveu os títulos Global 2020, 2024, 2027 e 2030. Em seu lugar, o governo ofereceu papéis do Global 2037 - que vencem daqui a 21 anos. Os juros oferecidos ficaram em 7,125% ao ano, com pagamentos semestrais. Para os analistas, embora positiva para o país, a troca não atraiu investidores porque a remuneração dos títulos velhos é bem maior. O Global 2020, por exemplo, paga juros de 12,75% ao ano. Já o Global 2030 tem remuneração de 12,25%. Na média, a rentabilidade dos papéis visados pelo governo é de 10,5% ao ano.

"Como o Brasil não corre riscos, os investidores sabem que continuarão recebendo o pagamento de seus papéis. Então, preferiram manter os de maior rentabilidade na carteira", afirma um analista. Para o economista, o baixo resultado não tem ligação com uma possível perda de apetite dos mercados internacionais pelos países emergente, nem com um refluxo de capitais ou com a migração para títulos americanos. "Os investidores apenas não quiseram perder uma boa aplicação", diz.

Ainda restam no mercado 8,013 bilhões de dólares em títulos remanescentes dessa troca. De acordo com nota do Tesouro, a cifra é composta por 3,434 bilhões de dólares em papéis do Global 2027; 2,8 bilhões do Global 2024; 1,01 bilhão em Global 2030; e 760 milhões em Global 2020.

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