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Previdência terá que ser discutida novamente em até seis anos, diz Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que a reforma da Previdência está encaminhada, mas não da forma como o governo gostaria

Governo: o secretário defendeu a abertura dos mercados livres como a chave para a prosperidade no Brasil (Romério Cunha/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de julho de 2019 às 13h46.

Última atualização em 15 de julho de 2019 às 14h12.

Rio e São Paulo - O vice-presidente Hamilton Mourão disse que em até seis anos a Previdência terá que voltar a ser discutida, uma vez que a reforma previdenciária que agora tramita no Congresso está encaminhada, mas "não da forma como nós, governo, gostaríamos". A declaração foi feita na manhã desta segunda-feira, 15, em evento no Rio.

"Qual era a primeira coisa para buscar o equilíbrio fiscal? A reforma da Previdência. Felizmente ela está encaminhada. Não da forma como nós, governo, gostaríamos, mas existe um velho aforismo no meio militar que diz que o ótimo é inimigo do bom. Então, vamos ter uma reforma boa, não uma ótima. Daqui a cinco, seis anos, nós vamos estar novamente discutindo isso aí", disse o vice-presidente, segundo informações da Agência Brasil.

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A fala de Mourão, feita no II Rio Money Forum, foi fechada à imprensa. Segundo a assessoria de comunicação da vice-presidência, a imprensa foi barrada por "questão de segurança institucional". No entanto, as declarações de Mourão foram reproduzidas pela Agência Brasil.

Os jornalistas foram informados durante o credenciamento que só poderiam entrar no auditório após a fala do general na abertura do seminário, às 9h30, segundo a FGV atendendo a uma orientação da Presidência.

Mourão também saiu em defesa da venda de estatais como maneira de resolver problemas fiscais - "se a empresa está dando prejuízo, e o governo não tem condições de arcar com aquilo, tem que vender". O vice também declarou que o governo não deve expandir o número de funcionários públicos. "Não vamos contratar ninguém pelos próximos anos. Vamos fazer uma diminuição do tamanho do Estado, de forma branda", disse Mourão.

O vice-presidente ainda defendeu que o Congresso abrace a pauta da reforma política tão logo sejam concluídas as votações da reforma previdenciária. Mourão argumentou que a fragmentação do Congresso fez com que os partidos políticos deixassem "de representar o pensamento da sociedade como um todo". "O ideal é que tivéssemos cinco partidos, quando muito sete", disse o vice-presidente.

Após a participação no evento na FGV, Mourão seguiu para a sede carioca da Confederação Nacional do Comércio (CNC), onde estava prevista uma entrevista coletiva para correspondentes estrangeiros.

Capitalização

O Secretário de Produtividade do Ministério da Economia , Carlos da Costa, defendeu a aceleração da agenda de produtividade e liberalizante durante seminário na FGV, no Rio. Mencionando a fala do vice-presidente Hamilton Mourão na abertura do evento - fechada à imprensa -, Costa afirmou que será preciso retomar a discussão dor regime de capitalização na Previdência no futuro próximo.

"Conforme o general Mourão falou, nosso vice-presidente, daqui a alguns anos, talvez menos que cinco, o Brasil vai ter de voltar para essa discussão sobre a capitalização da Previdência. É isso que vai garantir o equilíbrio permanente da nossa Previdência", disse.

O secretário defendeu os mercados livres como a chave para a prosperidade no País. A agenda do governo para a redução de barreiras à concorrência ao longo do ano envolverá setores como mídia, terras, cabotagem e energia, além de saneamento e gás.

"As indústrias que dependiam do gás estavam sendo destruídas pela falta de mercado. Não havia nenhuma lógica a não ser monopolista. Estamos liberalizando esse mercado e esperamos que o preço do gás caia 40% para o consumidor final do mercado livre no longo prazo", destacou.

Costa afirmou que o governo não resolverá a questão do saneamento brasileiro, mas sim a abertura desse mercado via Lei do Saneamento, que passou no Senado e deverá voltar à Câmara para modificações. A estimativa do governo é que sejam gerados 700 mil empregos e R$ 500 bilhões em investimentos. As empresas que não estiverem cumprindo metas de universalização terão que abrir espaço para outras. "Estamos bem próximos de um texto final muito positivo", disse.

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