Brasil tem pior saldo primário para fevereiro em 8 anos
Brasília - O setor público consolidado brasileiro registrou em fevereiro o menor superávit primário para o mês em pelo menos oito anos, abalado por aumento do pagamento de royalties pelas empresas estatais e piora do resultado fiscal dos governos municipais. O superávit primário de fevereiro foi de 859 milhões de reais, ante saldo positivo de […]
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2010 às 17h24.
Brasília - O setor público consolidado brasileiro registrou em fevereiro o menor superávit primário para o mês em pelo menos oito anos, abalado por aumento do pagamento de royalties pelas empresas estatais e piora do resultado fiscal dos governos municipais.
O superávit primário de fevereiro foi de 859 milhões de reais, ante saldo positivo de 3,522 bilhões de reais no mesmo período de 2009, informou o Banco Central nesta quarta-feira.
O saldo foi o pior para meses de fevereiro desde o início da série, em 2002, a despeito do aumento da arrecadação.
No mês passado, o governo central registrou déficit primário de 701 milhões de reais, o pior para o mês desde 1995 (déficit de 1,632 bilhões de reais).
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, essa piora refletiu o aumento dos repasses constitucionais a Estados e municípios após uma arrecadação recorde em janeiro.
"O resultado é pontual. O que temos que observar é a dinâmica, que expressa o cumprimento da meta", afirmou a jornalistas.
Os governos estaduais tiveram superávit de 3,719 bilhões de reais em fevereiro, melhor para o mês desde 1995. Os governos municipais, contudo, registram déficit de 574 milhões de reais, o pior em oito anos, refletindo um aumento das despesas.
As empresas estatais também tiveram resultado pouco favorável, com déficit de 1,585 bilhões de reais, também o pior em oito anos. Nesse caso, o saldo refletiu uma concentração de pagamentos de royalties.
O BC informou ainda que a dívida líquida total do setor público ficou em 42,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em fevereiro, frente a 41,6 por cento do PIB em janeiro.
"Contribuiu para esse crescimento, além da incorporação de juros nominais, a valorização cambial de 3,4 por cento registrada no mês", afirmou o BC em nota.
A apropriação de juros somou 14,138 bilhões de reais no mês passado e o país registrou déficit nominal de 13,279 bilhões de reais.