Economia

Brasil sofreu com movimento internacional, avalia presidente do BC

O presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, encarou com naturalidade o pessimismo que tomou conta do mercado financeiro brasileiro ao longo da quinta-feira (29/1). Na sua avaliação, as reações negativas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a volta do risco-país para o patamar dos 500 pontos- base foram provocadas pelo […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

O presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, encarou com naturalidade o pessimismo que tomou conta do mercado financeiro brasileiro ao longo da quinta-feira (29/1). Na sua avaliação, as reações negativas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a volta do risco-país para o patamar dos 500 pontos- base foram provocadas pelo comunicado do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos.

Na quarta-feira, o Fed deu a entender que a taxa de juros americana poderá aumentar. Para Meirelles, o nervosismo não seria uma reação contundente à publicação da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), nem às razões que fizeram a instituição manter a Selic em 16,5% ao ano.

"Não gosto de avaliar o mercado", disse Meirelles durante as comemorações pelo aniversário de 18 anos da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), em São Paulo, na noite de quinta-feira. "Mas o que vimos foi um movimento internacional de resposta ao Fed." Na avaliação de Meirelles, o nervosismo faz parte do processo de ajuste e o país não estaria sob ameaça de um refluxo de investimentos estrangeiros. "O mercado faz suas avaliações e toma a atitude que julgar conveniente: faz parte de sua estrutura", disse.

Meirelles aproveitou a solenidade na BM&F para fazer um rápido balanço do primeiro ano de governo Lula e também mandar um recado aos analistas que criticam o BC: "No seu papel de regulador do mercado financeiro, cabe às vezes ao Banco Central tomar medidas que contrariam as expectativas do mercado", disse em discurso na abertura do evento. "Não é papel de nenhum Banco Central do mundo sancionar sempre as expectativas apostas de qualquer mercado."

Inflação ameaça crescimento
Na avaliação de Meirelles, a economia brasileira já se encontra em processo de recuperação e de crescimento, mas ainda está sob ameaça da inflação. "Hoje ninguém ousa duvidar de que o processo de retomada do crescimento já está em curso". No entanto, haveria entraves ao avanço sustentável e permanente da economia que poderiam atrapalhar o crescimento do PIB acima dos 3,5% previstos para este ano. "Há riscos e obstáculos verdadeiros nesse trajeto e a própria ata do Copom de janeiro analisa alguns deles de forma detalhada."

A ata de janeiro, divulgada ontem, alerta para um novo avanço da inflação. O aumento estaria sendo provocado não apenas por altas de preços sazonais e reversíveis no curto prazo, mas também por um movimento de recuperação das margens de retorno, realizado principalmente pelas empresas, que, se não for interrompido, poderá levar a inflação a se ajustar um novo patamar, mais elevado.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Vendas no comércio crescem 0,6% em julho

"Economia vai crescer mais de 3% e agora precisamos controlar dívida interna", diz Haddad

Haddad reafirma compromisso com déficit zero e diz que vai rever receita de 2024 com o Carf

Haddad diz que governo deve propor taxação de big techs ainda neste ano