Brasil pode crescer até 3% em 2024 sem pressionar a inflação, diz Simone Tebet
Para a ministra do Planejamento, aquecimento da economia não terá impacto nos preços, desde que a expansão do PIB seja espalhada por diferentes setores econômicos
Agência de notícias
Publicado em 4 de setembro de 2024 às 10h53.
Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 11h16.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira, 4, que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode crescer até 3% sem pressionar a inflação, desde que o crescimento seja impulsionado por diferentes setores da economia.
Em entrevista à rádio CBN, Tebet lembrou que havia projeções de que o PIB potencial (quanto um país pode crescer sem impactar a inflação) do Brasil era de cerca de 1%, 1,5% um tempo atrás. Hoje, disse ela, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o país pode crescer 2,5% sem inflação. Mas o governo trabalha com número maior:
"Podemos crescer 2,8%, até 3%, sem bater na inflação, desde que o crescimento seja pela diversidade. Não é só o agronegócio, a indústria tem que comparecer, para que a procura não seja maior que a oferta", afirmou Tebet.
Ontem, o IBGE divulgou que o PIB avançou 1,4% no segundo trimestre, levando analistas de mercado a revisar projeções de crescimento. Alguns preveem alta de 3% neste ano. Isso levou também muito economistas a temerem aumento da inflação, já que o mercado de trabalho aquecido e o ganho na renda podem levar a uma demanda maior que a oferta, pressionando os preços.
Para Tebet, se os trimestres seguintes repetirem o desempenho da economia do segundo trimestre, esse risco não vai se concretizar.
"Esse crescimento (o PIB do segundo trimestre) é de qualidade, porque ele vem da indústria, do investimento. A demanda pelos produtos, que vem por conta do salário aquecido vai encontrar nas prateleiras os produtos, graças à indústria que está produzindo".
Mais barganha para negociar com Congresso
Ela disse ainda que crescimento do PIB dará mais força ao governo para negociar com o Congresso a aprovação do Orçamento da União para 2025.
"Com o crescimento da receita (com o PIB maior que o previsto a tendência é de alta de arrecadação), estamos próximos de alcançar a meta zero (de déficit) em 2024. E teremos condição de alcançar a meta zero em 2025", disse a ministra.
Também hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à Globonews que os gastos do programa auxílio-gás no Orçamento de 2025 devem ser revistos.
Ele também disse que a economia brasileira segue crescendo com a inflação baixa e que não enxerga motivos para que a meta fiscal seja revisada.