País lança ofensiva para esclarecer caso raro de vaca louca
Por conta do caso, a Rússia, maior comprador de carne bovina do Brasil, considera suspender as importações
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 20h52.
Brasília/Tóquio - O Brasil está lançando uma ofensiva diplomática com o objetivo de defender sua enorme indústria de carnes e esclarecer detalhes sobre um "caso atípico" do mal da vaca louca que levou a Rússia, seu maior importador, a considerar restrições às importações, após o Japão suspender suas compras.
Uma vaca de 13 anos mantida para fins de procriação morreu de outras causas em 2010 e nunca desenvolveu a doença tecnicamente conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). Mas um teste realizado no animal acusou um resultado positivo para o agente causador da doença, uma proteína chamada príon, que pode ocorrer espontaneamente em bovinos mais velhos.
Nesta condição, que foi confirmada na semana passada após testes realizados pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), os animais são classificados como tendo "EBB atípica", o que pode ou não causar a doença, dizem as autoridades agrícolas brasileiras.
"Todo o governo está mobilizado para fornecer amplas explicações sobre o ocorrido, para que não haja dúvidas sobre a segurança do nosso sistema de saúde animal", disse José Carlos Vaz, secretário-executivo do Ministério da Agricultura.
Enquanto isso, a Rússia disse que está considerando suspender as importações de carne bovina do Brasil, devido a temores relacionados à EEB, afirmou nesta segunda-feira o órgão de fiscalização de saúde animal e vegetal russo, Rosselkhoznadzor.
"Nós estamos considerando", disse Alexei Alekseenko, porta-voz do órgão em uma mensagem de texto, evitando fazer qualquer comentário adicional.
O Brasil, tradicionalmente o maior exportador global de carne bovina, forneceu 43 por cento da carne importada pela Rússia de janeiro a setembro deste ano.
A Rússia é o principal importador de carne bovina do Brasil, tendo comprado 230 mil toneladas de um total de 1,02 milhão de toneladas das exportações brasileiras entre janeiro e outubro, de acordo com os últimos dados publicados pelo Ministério da Agricultura do país.
Uma suspensão da Rússia poderia afetar fortemente a indústria brasileira de carne bovina.
Um surto da doença da vaca louca na Europa, América do Norte e no Japão, há uma década, levou os importadores de carne bovina a embargarem os embarques e geraram um caos temporário na indústria.
A informação da Rússia vem após o Japão, que compra pequenos volumes de carne bovina brasileira, ter anunciado uma suspensão de suas importações após o Brasil notificar a OIE.
Segundo uma nota oficial da indústria brasileira, representada pela Abiec, o adido agrícola brasileiro em Tóquio se reuniu com o Ministério da Saúde japonês munido de todas as informações necessárias para esclarecer quaisquer dúvidas e garantir que não há risco aos consumidores japoneses.
A Abiec, entidade dos exportadores de carne bovina, afirmou ainda que "repudia o desrespeito às normas e procedimentos preconizados pela OIE que dão as garantias necessárias de sanidade às operações de comércio internacional".
"A não observância das recomendações da OIE provoca distorções desnecessárias no mercado e são passíveis de contestação nos organismos internacionais competentes", disse a associação.
Para Jerry O'Callaghan, diretor de Relações com Investidores do frigorífico JBS, maior produtor de carne bovina do mundo, com boa parte de suas operações nos Estados Unidos, houve algum mal-entendido.
"Parece que alguma coisa foi perdida na tradução. Nós não temos confirmação da doença", disse ele.
Brasília/Tóquio - O Brasil está lançando uma ofensiva diplomática com o objetivo de defender sua enorme indústria de carnes e esclarecer detalhes sobre um "caso atípico" do mal da vaca louca que levou a Rússia, seu maior importador, a considerar restrições às importações, após o Japão suspender suas compras.
Uma vaca de 13 anos mantida para fins de procriação morreu de outras causas em 2010 e nunca desenvolveu a doença tecnicamente conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). Mas um teste realizado no animal acusou um resultado positivo para o agente causador da doença, uma proteína chamada príon, que pode ocorrer espontaneamente em bovinos mais velhos.
Nesta condição, que foi confirmada na semana passada após testes realizados pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), os animais são classificados como tendo "EBB atípica", o que pode ou não causar a doença, dizem as autoridades agrícolas brasileiras.
"Todo o governo está mobilizado para fornecer amplas explicações sobre o ocorrido, para que não haja dúvidas sobre a segurança do nosso sistema de saúde animal", disse José Carlos Vaz, secretário-executivo do Ministério da Agricultura.
Enquanto isso, a Rússia disse que está considerando suspender as importações de carne bovina do Brasil, devido a temores relacionados à EEB, afirmou nesta segunda-feira o órgão de fiscalização de saúde animal e vegetal russo, Rosselkhoznadzor.
"Nós estamos considerando", disse Alexei Alekseenko, porta-voz do órgão em uma mensagem de texto, evitando fazer qualquer comentário adicional.
O Brasil, tradicionalmente o maior exportador global de carne bovina, forneceu 43 por cento da carne importada pela Rússia de janeiro a setembro deste ano.
A Rússia é o principal importador de carne bovina do Brasil, tendo comprado 230 mil toneladas de um total de 1,02 milhão de toneladas das exportações brasileiras entre janeiro e outubro, de acordo com os últimos dados publicados pelo Ministério da Agricultura do país.
Uma suspensão da Rússia poderia afetar fortemente a indústria brasileira de carne bovina.
Um surto da doença da vaca louca na Europa, América do Norte e no Japão, há uma década, levou os importadores de carne bovina a embargarem os embarques e geraram um caos temporário na indústria.
A informação da Rússia vem após o Japão, que compra pequenos volumes de carne bovina brasileira, ter anunciado uma suspensão de suas importações após o Brasil notificar a OIE.
Segundo uma nota oficial da indústria brasileira, representada pela Abiec, o adido agrícola brasileiro em Tóquio se reuniu com o Ministério da Saúde japonês munido de todas as informações necessárias para esclarecer quaisquer dúvidas e garantir que não há risco aos consumidores japoneses.
A Abiec, entidade dos exportadores de carne bovina, afirmou ainda que "repudia o desrespeito às normas e procedimentos preconizados pela OIE que dão as garantias necessárias de sanidade às operações de comércio internacional".
"A não observância das recomendações da OIE provoca distorções desnecessárias no mercado e são passíveis de contestação nos organismos internacionais competentes", disse a associação.
Para Jerry O'Callaghan, diretor de Relações com Investidores do frigorífico JBS, maior produtor de carne bovina do mundo, com boa parte de suas operações nos Estados Unidos, houve algum mal-entendido.
"Parece que alguma coisa foi perdida na tradução. Nós não temos confirmação da doença", disse ele.