Economia

"Brasil está repleto de ultrarricos", destaca Financial Times

Jornal inglês cita a expansão do mercado de luxo no país fora do eixo Rio-São Paulo

Maior parte dos "ultrarricos" moram na cidade de São Paulo (.)

Maior parte dos "ultrarricos" moram na cidade de São Paulo (.)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2010 às 13h51.

São Paulo - O jornal inglês Financial Times destacou a expansão do mercado de luxo e o crescimento do número de "ultrarricos" no Brasil em reportagem publicada nesta segunda-feira (14). "Com imagens abundantes de favelas e violência urbana, é fácil ver o Brasil como um país pobre, mas isso é apenas metade da história. [O Brasil] é também uma nação repleta de superricos".

Segundo o Financial Times, o segmento expandiu devido ao desempenho econômico recente do país, que provocou uma ampliação da renda. "A maior nação sul-americana foi pouco afetada pela crise global e já está crescendo, rapidamente, 9% no primeiro trimestre de 2010, em comparação com o mesmo período de 2009", explicou o jornal.

"A crise atingiu os ricos sul-americanos menos do que os seus pares nos outros continentes e a proporção de ultrarricos em relação à população abastada é maior do que em qualquer outra região", diz a reportagem, citando relatório sobre a riqueza no mundo do banco Merrill Lynch em parceira com a consultoria Capgemini.

"O número de ricos no Brasil aumentou para 131 mil em 2008, superando o número da Austrália e da Espanha, e levando o Brasil ao 10º lugar no ranking dos superricos", completa.

A maior parte desses "ultrarricos", segue o jornal, vive na cidade de São Paulo, onde 70% do mercado de luxo está concentrado e, logo atrás, vem o interior paulista e o Rio de Janeiro. O Financial Times, no entanto, destaca o crescimento do mercado de luxo fora do eixo Rio-São Paulo, com exemplo para a construção de novos empreendimentos da Iguatemi Empresas de Shopping Centers em Brasília, Alphaville, Jundiaí, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

"O mercado de luxo está se expandindo no Brasil", disse Carlos Jereissati, CEO da empresa à publicação. "Marcas como Louis Vuitton, Ermenegildo Zegna e Salvatore Ferragamo estão em busca de oportunidades em cidades como Belo Horizonte, Campinas, Porto Alegre e Salvador. (...) Há uma expectativa para maiores lucros, mais emprego e uma nova classe de executivos e classe média alta com maiores salários que queiram esses produtos", explicou Jereissati.

Christian Louboutin, o famoso designer de sapatos de luxo, também reforçou a tese ao afirmar à reportagem que as vendas em São Paulo superaram as expectativas e que há planos de uma nova loja, em Brasília.

Com dados do presidente da MCF Consultoria, Carlos Ferreirinha, o jornal diz que a venda de artigos de luxo no Brasil movimenta $ 6,7 bilhões por ano, com expectativas para o crecimento de 11,5% neste ano. "O crescimento aqui [no Brasil] é rápido e contínuo porque as regiões além de São Paulo e Rio de Janeiro estão crescendo também, mas eu não diria que estamos 'fervendo', pois há ainda um longo caminho pela frente", disse Ferreirinha.

 

 

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