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Brasil está no caminho certo e deve cumprir metas, diz FMI

Segundo a diretora-gerente do fundo, o Brasil está no caminho certo para enfrentar a crise, mas não pode se desviar de suas metas fiscais

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Christine Lagarde: "acreditamos que o coquetel de políticas identificadas [pelo Brasil] é a receita correta" (Nicholas Kamm/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2015 às 22h21.

O Brasil está no caminho certo para enfrentar a estagnação econômico, mas não pode se desviar de suas metas fiscais se quiser retomar o crescimento, avaliou, nesta sexta-feira, Christine Lagarde , diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional .

Mais de uma década de bonança e conquistas sociais graças aos quais a metade da população da América Latina integra hoje a classe média (contra 20% há 10 anos), a região enfrenta desafios.

O crescimento mundial é modesto (3,5% este ano), os preços do petróleo e de outras commodities caíram, a demanda externa de grandes parceiros comerciais como a China também e um aumento das taxas de juros nos Estados Unidos poderá afetar os fluxos de capital e atrair volatilidade.

Por todas essas razões, disse Lagarde, o FMI prevê para 2015 um quinto ano consecutivo de crescimento menor do que o ano anterior: menos de 1% para América Latina e Caribe, e uma contração econômica de 1% para o Brasil.

Respeitar a receita

"Acreditamos que o coquetel de políticas identificadas [pelo Brasil] é a receita correta para dar início a uma boa recuperação e estabelecer um crescimento sustentável", afirmou Lagarde a jornalistas no Rio de Janeiro, depois de participar em um seminário sobre metas de inflação do Banco Central.

"O Brasil tem os ingredientes. O Brasil identificou a receita e como em qualquer boa comida, é preciso seguir os passos muito cuidadosamente, implementá-la e manter o rumo e obter, assim, esse crescimento econômico que poderá financiar os programas sociais que são o orgulho do Brasil", disse a número um do FMI.

A receita que Levy quer 'preparar' passa principalmente por conseguir um superávit fiscal de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% do PIB em 2016-2017.

Lagarde também ressaltou a importância de adotar o tripé composto por responsabilidade fiscal, câmbio flexível e metas de inflação "para melhorar a produtividade, estimular a confiança e promover o investimento".

O governo anunciou nesta sexta-feira o tamanho do corte orçamentário de 2015: 69,9 bilhões de reais.

"Essa redução demonstra a coragem política e a determinação de obter resultados de acordo com as metas fixadas", opinou Lagarde.

A diretora-gerente do Fundo elogiou os recentes ajustes na política monetária e fiscal do Brasil, e disse que tudo indica que a inflação - hoje em 8,17% ao ano - voltará a cair dentro da margem do BC em 2016 (dois pontos acima ou abaixo da meta de 4,5%), convergindo depois ao centro.

Consultada sobre o escândalo de corrupção na Petrobras, Lagarde disse que é preciso gerar confiança na economia brasileira. "Deve ser investigado apropriadamente. Tenho certeza de que isso está sendo feito e que continuará sendo assim".

"Falta de transparência, incerteza, mercados paralelos, corrupção, são freios ao desenvolvimento econômico e ao crescimento. Tudo o que for feito para elimina-los é muito bem-vindo e deve ser estimulado", acrescentou.

Trabalho duro e sacrifício

O Brasil e o restante da América Latina devem aproveitar esse momento de dificuldade para fazer várias reformas estruturais, sobretudo para solucionar os déficits de infraestrutura, reduzir o custo de fazer negócios e impulsionar a integração comercial com outros países do mundo, aconselhou.

"A resistência à volatilidade externa se constrói em casa, com políticas fortes e bases sólidas", disse Lagarde. Citando Pelé, afirmou que "o sucesso não ocorre por acaso. É trabalho duro, perseverança, aprendizado, estudo, sacrifício e, acima de tudo, pelo o que você está fazendo ou aprendendo a fazer".

Para o FMI, se o Brasil cumprir suas promessas crescerá 1% em 2016 e depois um pouco mais até chegar a 2,5% em 2020. Uma estimativa bem longe ainda do vivido em 2010, quando o PIB brasileiro subiu 7,5%, fazendo o mundo acreditar que o país manteria esse ritmo de crescimento.

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O Brasil está no caminho certo para enfrentar a estagnação econômico, mas não pode se desviar de suas metas fiscais se quiser retomar o crescimento, avaliou, nesta sexta-feira, Christine Lagarde , diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional .

Mais de uma década de bonança e conquistas sociais graças aos quais a metade da população da América Latina integra hoje a classe média (contra 20% há 10 anos), a região enfrenta desafios.

O crescimento mundial é modesto (3,5% este ano), os preços do petróleo e de outras commodities caíram, a demanda externa de grandes parceiros comerciais como a China também e um aumento das taxas de juros nos Estados Unidos poderá afetar os fluxos de capital e atrair volatilidade.

Por todas essas razões, disse Lagarde, o FMI prevê para 2015 um quinto ano consecutivo de crescimento menor do que o ano anterior: menos de 1% para América Latina e Caribe, e uma contração econômica de 1% para o Brasil.

Respeitar a receita

"Acreditamos que o coquetel de políticas identificadas [pelo Brasil] é a receita correta para dar início a uma boa recuperação e estabelecer um crescimento sustentável", afirmou Lagarde a jornalistas no Rio de Janeiro, depois de participar em um seminário sobre metas de inflação do Banco Central.

"O Brasil tem os ingredientes. O Brasil identificou a receita e como em qualquer boa comida, é preciso seguir os passos muito cuidadosamente, implementá-la e manter o rumo e obter, assim, esse crescimento econômico que poderá financiar os programas sociais que são o orgulho do Brasil", disse a número um do FMI.

A receita que Levy quer 'preparar' passa principalmente por conseguir um superávit fiscal de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% do PIB em 2016-2017.

Lagarde também ressaltou a importância de adotar o tripé composto por responsabilidade fiscal, câmbio flexível e metas de inflação "para melhorar a produtividade, estimular a confiança e promover o investimento".

O governo anunciou nesta sexta-feira o tamanho do corte orçamentário de 2015: 69,9 bilhões de reais.

"Essa redução demonstra a coragem política e a determinação de obter resultados de acordo com as metas fixadas", opinou Lagarde.

A diretora-gerente do Fundo elogiou os recentes ajustes na política monetária e fiscal do Brasil, e disse que tudo indica que a inflação - hoje em 8,17% ao ano - voltará a cair dentro da margem do BC em 2016 (dois pontos acima ou abaixo da meta de 4,5%), convergindo depois ao centro.

Consultada sobre o escândalo de corrupção na Petrobras, Lagarde disse que é preciso gerar confiança na economia brasileira. "Deve ser investigado apropriadamente. Tenho certeza de que isso está sendo feito e que continuará sendo assim".

"Falta de transparência, incerteza, mercados paralelos, corrupção, são freios ao desenvolvimento econômico e ao crescimento. Tudo o que for feito para elimina-los é muito bem-vindo e deve ser estimulado", acrescentou.

Trabalho duro e sacrifício

O Brasil e o restante da América Latina devem aproveitar esse momento de dificuldade para fazer várias reformas estruturais, sobretudo para solucionar os déficits de infraestrutura, reduzir o custo de fazer negócios e impulsionar a integração comercial com outros países do mundo, aconselhou.

"A resistência à volatilidade externa se constrói em casa, com políticas fortes e bases sólidas", disse Lagarde. Citando Pelé, afirmou que "o sucesso não ocorre por acaso. É trabalho duro, perseverança, aprendizado, estudo, sacrifício e, acima de tudo, pelo o que você está fazendo ou aprendendo a fazer".

Para o FMI, se o Brasil cumprir suas promessas crescerá 1% em 2016 e depois um pouco mais até chegar a 2,5% em 2020. Uma estimativa bem longe ainda do vivido em 2010, quando o PIB brasileiro subiu 7,5%, fazendo o mundo acreditar que o país manteria esse ritmo de crescimento.

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