Economia

Brasil deve fechar 2003 como o maior exportador de carne bovina do mundo

Brasília, 16 de outubro (Portal EXAME) O Brasil deverá se consolidar este ano como o maior exportador de carne bovina do mundo. Mantido o ritmo atual, o país venderá ao exterior mais de 1,3 milhão de toneladas e poderá chegar a 1,4 milhão. Os outros grandes exportadores, Estados Unidos e Austrália, provavelmente venderão quantidades entre […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h24.

Brasília, 16 de outubro (Portal EXAME) O Brasil deverá se consolidar este ano como o maior exportador de carne bovina do mundo. Mantido o ritmo atual, o país venderá ao exterior mais de 1,3 milhão de toneladas e poderá chegar a 1,4 milhão. Os outros grandes exportadores, Estados Unidos e Austrália, provavelmente venderão quantidades entre 1,16 e 1,3 milhão de toneladas. A carne brasileira deverá render 1,5 bilhão de dólares em 2003. O Brasil tem hoje a carne bovina mais competitiva do mundo em termos de produvidade e preço , afirma Paulo Mustefaga, do Departamento Econômico da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

Entre janeiro e setembro, o Brasil exportou 930 mil toneladas de carne bovina (o que representa 38% de crescimento ante o mesmo período em 2002). As vendas renderam 1 bilhão de dólares. O desempenho do setor, que iniciou essa arrancada em 1999, resultou da confluência de vários fatores. O principal deles foi a modernização da infra-estrutura e o aprimoramento da genética dos rebanhos. Há 10 anos, os bovinos de corte brasileiros eram abatidos com idade média de 48 meses. Atualmente, a idade de abate oscila entre 24 e 30 meses. No caso de carnes especiais de novilhos precoces, pode cair para 12 meses.

Outros fatores que ajudaram o Brasil foram a liberalização do câmbio, em 1999, a crise da Doença da Vaca Louca na União Européia, em 2001, e um surto de febre aftosa na Argentina, no mesmo ano. As crises sanitárias abriram mercados novos, como o Chile e a Rússia, e ampliaram antigos, como a Europa e o Oriente Médio.

Preços ruins

Apesar do bom resultado em produtividade, o Brasil ainda tem muito a conquistar em termos de preço. Num período de seis meses, entre março e setembro de 2003, os custos operacionais da pecuária de corte subiram 4,56%, enquanto o preço pago ao pecuarista aumentou apenas 1,85%, de acordo com estudo da CNA e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP. No mês passado, o preço subiu mais que os custos, mas essa não tem sido a regra nos últimos anos. O melhor resultado de setembro foi insuficiente para recuperar perdas dos produtores acumuladas anteriormente , afirma Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA.

No mercado externo, a diferença de preços é gritante: em 2002, os Estados Unidos conseguiram em média 3 570 dólares por tonelada de carne exportada. A Austrália obteve resultado parecido. O preço médio da carne brasileira correspondeu a apenas 49% disso, ou 1 736 dólares por tonelada.

A principal causa da diferença de preço é o destino das exportações. Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia vendem para mercados como Japão e Coréia do Sul, que pagam caro mas exigem que o país de origem da carne seja totalmente livre de febre aftosa o que não é o caso do Brasil. Já a carne brasileira vai para mercados que consomem mercadoria de qualidade inferior e pagam menos, como o Oriente Médio.

Além disso, há o peso do marketing. Na Europa, consome-se não apenas carne, mas carne argentina um diferencial de qualidade já assimilado pelo europeu. O mesmo ocorre com a carne australiana no Japão. Já a carne brasileira ainda é vendida apenas como commodity. Há iniciativas para promover o produto nacional, lembrando que o gado brasileiro é criado no pasto, e não à base de ração e confinado, como o europeu. Quando o marketing e a qualidade se unem, o resultado é fácil de ver: os cortes superiores literalmente, o filé da produção nacional conseguem preços de até 8 000 dólares por tonelada na Alemanha, quase cinco vezes o preço médio conseguido pela carne brasileira comum.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Coisas assim levaram ao impeachment de Dilma, diz Meirelles sobre desconfiança com contas públicas

Mercado de trabalho permanece aquecido e eleva desafios à frente

Caged: Brasil criou 232 mil vagas de trabalho em agosto

Pacote de auxílio econômico para companhias aéreas será de R$ 6 bi