Brasil contraria expectativa e fecha 43 mil vagas em março
Resultado representa uma piora ante o mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 56.151 vagas
Reuters
Publicado em 24 de abril de 2019 às 08h32.
Última atualização em 24 de abril de 2019 às 10h37.
Brasília — O Brasil registrou fechamento líquido de 43.196 vagas formais de emprego em março, num resultado negativo que contrariou expectativas e foi puxado pela fraqueza no comércio, informou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados ( Caged ) divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia.
Em pesquisa da Reuters, a expectativa era de abertura de 79 mil postos no mês. O desempenho também representou uma piora ante o obtido no mesmo mês do ano passado, quando foram criadas 56.151 vagas.
Em nota, o ministério da Economia justificou que o mês foi afetado por uma antecipação ocorrida em fevereiro, quando os dados surpreenderam positivamente.
"Os setores que normalmente admitiam nesta época do ano anteciparam as contratações para fevereiro, e aqueles que demitiam concentraram as demissões em março. O fato provocou tendências opostas entre os meses", disse.
Dos oito setores pesquisados pelo Caged, o comércio respondeu pela pior performance em março, com fechamento de 28.803 vagas. Outros quatro setores ficaram no negativo, com destaque para agropecuária (-9.545 postos) e construção civil (-7.781).
No acumulado do primeiro trimestre, foram abertos 164,2 mil empregos, na série sem ajustes, abaixo dos 195,2 mil postos de igual período do ano passado.
Com a economia em ritmo lento de retomada e com as dispensas das vagas temporárias de fim de ano, a taxa de desemprego no Brasil subiu a 12,4 por cento no trimestre encerrado em fevereiro, conforme dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Refletindo o cenário de fraqueza econômica, o número de desempregados no período cresceu a 13,098 milhões de brasileiros.
Salário médio de admissão tem queda real de 0,51%
O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real (descontada a inflação) de 0,12% em março ante fevereiro, para R$ 1.571,58, segundo o Caged. Na comparação com o mês de março do ano passado, no entanto, houve baixa de 0,51%.
No acumulado do primeiro trimestre de 2019, há ganho de 1,37% acima da inflação no salário médio de admissão.