Economia

Brasil ainda está longe de ganhar a batalha do rating

O Brasil deve levar alguns anos para ser considerado um lugar seguro para investir, de acordo com dados da Standard & Poor s, uma das mais importantes agências de avaliação de risco do mundo. Para a S&P, o país está numa posição intermediária, com a balança pendendo, por enquanto, mais para o mal que para […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h05.

O Brasil deve levar alguns anos para ser considerado um lugar seguro para investir, de acordo com dados da Standard & Poor s, uma das mais importantes agências de avaliação de risco do mundo. Para a S&P, o país está numa posição intermediária, com a balança pendendo, por enquanto, mais para o mal que para o bem. Sua nota B+ significa que apresenta condições de pagar suas dívidas atualmente, embora seja bastante vulnerável a turbulências financeiras e econômicas - sem falar das políticas.

Para ingressar no pelotão dos países que conseguem transmitir firmeza ao investidor internacional, o Brasil precisa subir dois degraus na escala da S&P. O primeiro passo é voltar ao nível BB, do qual foi rebaixado em julho do ano passado, no meio da campanha eleitoral. Esse é o último grau considerado especulativo, ao qual pertencem países como Colômbia, Peru, Guatemala e El Salvador.

O desafio seguinte será chegar ao nível BBB, já avaliado como grau de investimento, ou seja, seguro para investir, onde se encontra, por exemplo, o México. A partir daí, resta galgar para os níveis A, o mesmo do Chile, e AA e AAA, nos quais se encontram os países de Primeiro Mundo. Tudo o que avaliamos é a capacidade de governos e empresas pagarem suas dívidas , diz David Beers, diretor da divisão de ratings de finanças públicas da S&P.

Acontece que não é fácil passar de um nível a outro. Nossas estatísticas mostram que, nos últimos 27 anos, nenhum país subiu dois degraus em um ano , diz Beers. Quem está no nível B, como o Brasil, 81% das vezes permanece no mesmo lugar no prazo de um ano. Somente 12% chegam ao grau BB e 7% são rebaixados. Já quem chegou ao nível BB tem 83% de chances de permanecer na mesma classificação num ano, 7% de subir ao nível de investimento e 10% de descer. A história dos últimos anos não permite prever nenhum caminho suave. Não há mágicas , diz Beers.

A receita para escalar o ranking da S&P é conhecida. É preciso continuar com o ajuste fiscal, iniciado poucos anos atrás, e levar a cabo as reformas econômicas, particularmente a tributária e a previdenciária. Isso tudo num ambiente institucional estável, que favoreça a credibilidade e a previsibilidade das políticas públicas. Como se vê, realmente não será fácil melhorar a reputação do país.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Cartão de crédito para MEIs: Banco do Brasil lança produto sem cobrança de anuidade para clientes

Fim do Saque-aniversário do FGTS? Ministro vai enviar projeto ao Congresso para encerrar modalidade

Mercado eleva projeção do IPCA de 2024 pela 9ª semana

Acelerada pela Nvidia, Google — e agora Amazon —, startup quer inovar no crédito para PMEs