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Bolsonaro comentou "em tese" a privatização da Petrobras, diz porta-voz

Afirmação veio após Bolsonaro comentar à jornalista Natuza Nery que teria uma "simpatia inicial" pela ideia de privatizar a Petrobras

Falas de Bolsonaro e Guedes sobre a Petrobras vêm após a estatal ter cancelado na semana passada um reajuste do diesel depois de uma ligação do presidente ao CEO da estatal (Victor Moriyama/Bloomberg/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 18 de abril de 2019 às 19h36.

Última atualização em 18 de abril de 2019 às 19h43.

Brasília/ Rio de Janeiro — O presidente Jair Bolsonaro comentou "em tese" a possibilidade de avaliar a privatização da Petrobras, disse nesta quinta-feira o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.

A afirmação veio após Bolsonaro comentar à jornalista Natuza Nery, da Globonews, que teria uma "simpatia inicial" pela ideia de privatizar a Petrobras, durante participação em evento de comemoração pelo Dia do Exército em São Paulo.

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"Sim, ele comentou em tese essa possibilidade. Obviamente movimentos como esse exigem muito diálogo e estudos aprofundados nos mais diversos campos do poder", afirmou o porta-voz da Presidência, em nota, ao ser questionado sobre a fala de Bolsonaro à Globonews.

A nova postura do presidente, que antes já havia negado expressamente a possibilidade de privatizar a petroleira, vem após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter afirmado na véspera, também à Globonews, que Bolsonaro "levantou a sobrancelha" sobre o tema em meio à recente polêmica em torno dos preços do diesel praticados pela companhia, num indicativo de menor resistência à ideia.

Perguntado se o presidente Bolsonaro está mais próximo de concordar com a eventual privatização da Petrobras, Guedes respondeu que não. "Isso seria um salto muito grande."

O ministro admitiu, porém, que o presidente considerou essa possibilidade para uma "estatal em particular", sem dar detalhes.

As falas de Bolsonaro e Guedes sobre a Petrobras vêm após a estatal ter cancelado na semana passada um reajuste do diesel depois de uma ligação do presidente ao CEO da estatal, em meio a temores de uma nova greve dos caminhoneiros.

O movimento assustou investidores e levou a uma forte queda nas ações da companhia.

Posteriormente, Bolsonaro e representantes do governo e da Petrobras defenderam a independência da petroleira para definir seus preços, e a companhia anunciou na noite de quinta-feira um reajuste de 4,8 por cento no diesel, próximo dos 5,7 por cento do aumento cancelado anteriormente.

Com a elevação no diesel, as ações preferenciais da Petrobras saltaram 3,18 por cento nesta quinta-feira, recuperando quase totalmente as perdas da semana anterior.

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