Brazilian Money (Real/Reais) (Getty/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 09h20.
Última atualização em 12 de dezembro de 2022 às 09h44.
Após três semanas de alta, a expectativa para o IPCA - índice de inflação oficial - de 2023 foi mantida em 5,08% no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 12, mesmo em meio ao forte aumento de gastos previstos pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. No caso de 2024, a projeção continuou em 3,50% pela sétima semana seguida. Há um mês, as medianas eram de 4,94% e 3,50%, respectivamente.
No caso de 2022, por sua vez, a estimativa para a alta do IPCA arrefeceu de 5,92% para 5,79%, de 5,82% quatro semanas antes. Considerando somente as 39 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,94% para 5,67%. Para 2023, cedeu de 5,11% para 5,05%.
A previsão para 2025 subiu de 3,00% para 3,02% após 73 semanas de estabilidade.
As medianas na Focus para a inflação oficial em 2022 e 2023 estão acima do teto da meta referentes a esses horizontes (de 5 0% e 4,75%, nessa ordem), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central. Para 2024 e 2025, a projeção do mercado está acima do alvo central de 3 00%, mas aquém do limite superior de 4,50%.
Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.
No Copom deste mês, o Banco Central atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,0% em 2022, 5,0% em 2023 e 3,0% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano pela terceira vez seguida.
A expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de 5,28 para 5,24% - há um mês, estava em 5,15%.
Após altas nas semanas anteriores refletindo os temores com a expansão fiscal planejada pelo governo eleito, o mercado financeiro manteve a projeção para a taxa Selic no fim de 2023 em 11,75% ao ano no Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 12. Há quatro semanas a taxa esperada era de 11 25%. Para 2024, a projeção também permaneceu em 8,50%, de 8,00% há um mês.
Da mesma forma, considerando apenas as 30 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 continuou em 11 75%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, o Banco Central (BC) manteve pela terceira reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária também reforçou o alerta fiscal, citando que há "elevada" incerteza sobre o futuro do arcabouço para as contas públicas. Mas pregou serenidade e sinalizou que vai acompanhar o desenho final da PEC. Por ora, manteve o plano de voo de estabilidade da Selic por período "suficientemente" prolongado, mantendo o aviso de que poderá voltar a subir caso a desinflação não ocorra como o esperado.
Conforme o Boletim Focus, a mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 8,00%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.
O cenário da moeda norte-americana em 2022 e 2023 não sofreu mudanças nesta semana no Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 12. A estimativa para o câmbio este ano continuou em R$ 5,25, mesma cotação esperada para 2023. Há um mês, as medianas eram ambas de R$ 5,20. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o Banco Central espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 12, mostrou estabilidade no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e 2023. A mediana para a alta do PIB em 2022 continuou em 3,05%, contra 2,77% há um mês, enquanto a estimativa para a expansão do PIB em 2023 ficou em 0,75% ante 0 70% um mês antes.
Considerando apenas as 26 respostas nos últimos cinco dias úteis a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 3,05% para 3 01%. No caso de 2023, a variação da mediana foi de 0,75% para 0 71%.
O Relatório Focus ainda mostrou alteração na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,71% para 1,70%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, nessa ordem.
O Focus também mostrou manutenção da projeção para o superávit primário em relação ao PIB este ano. Já o déficit esperado para 2023 voltou a aumentar em meio à expansão fiscal prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.
A estimativa para o superávit primário em 2022 continuou em 1 29% do PIB - há um mês, a mediana era de 1,10% do PIB. Para 2023 a projeção de déficit primário avançou de 0,90% para 0,95% do PIB, de 0,55% quatro semanas antes.
Em relação ao resultado nominal, a mediana deficitária passou de 5,51% para 5,50% do PIB este ano. Para o ano que vem, o rombo esperado passou de 8,52% para de 8,70% do PIB. Há um mês, as medianas eram negativas em 6,00% e 7,75% do PIB, nessa ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Houve ainda melhora na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. A mediana caiu de 57,70% para 57,30%, contra 58,00% um mês atrás. Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB continuou em 61,50%, de 61,40% há um mês.
Os economistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022. A mediana deficitária passou de US$ 46,20 bilhões para US$ 46,61 bilhões, contra US$ 41,00 bilhões de um mês atrás.
Já para 2023, a projeção para o rombo em transações correntes passou de US$ 43,00 bilhões para US$ 44,00 bilhões. Há um mês, a expectativa era deficitária em US$ 38,90 bilhões.
A estimativa para o superávit da balança comercial em 2022 continuou em US$ 55,00 bilhões, mesmo valor esperado há um mês. Para 2023, a projeção passou de US$ 58,15 bilhões para US$ 60,00 bilhões, de US$ 56,00 bilhões há quatro semanas.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes nesses anos. A mediana das previsões para o IDP em 2022 subiu de US$ 78,00 bilhões para US$ 80 bilhões, mesma expectativa de um mês atrás. Para 2023, avançou de US$ 75,00 bilhões para US$ 76,00 bilhões, de US$ 75 bilhões há quatro semanas.
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