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Bernanke defende maior controle dos grandes bancos dos EUA

Orlando - Os mecanismos de controle de grandes e complexos grupos financeiros devem ser "significativamente mais severos" para evitar maiores riscos, mas tais empresas são necessárias para manter a economia global em atividade, disse neste sábado o presidente do Banco Central norte-americano Ben Bernanke. O problema de algumas empresas serem vistas como "grandes demais para […]

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2010 às 11h55.

Orlando - Os mecanismos de controle de grandes e complexos grupos financeiros devem ser "significativamente mais severos" para evitar maiores riscos, mas tais empresas são necessárias para manter a economia global em atividade, disse neste sábado o presidente do Banco Central norte-americano Ben Bernanke.

O problema de algumas empresas serem vistas como "grandes demais para quebrar" é uma das "mais sérias e insidiosas" barreiras à competição nos mercados financeiros, disse Bernanke em uma conferência.

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"Não é razoável que o destino da economia global esteja tão atrelado à sorte de um número relativamente pequeno de empresas financeiras gigantescas," disse ele.

Propostas de reforma que limitariam o alcance e as atividades de instituições financeiras "merecem uma consideração cuidadosa," disse o presidente do Fed. Supervisores deveriam ter o poder de limitar o envolvimento de grandes corporações em "atividades despropositalmente arriscadas," afirmou.

Bernanke, entretanto, deixou claro que essas empresas ainda desempenham um papel crucial.

"Nossa economia globalizada e tecnologicamente sofisticada ainda precisará de empresas financeiras grandes, complexas e de atuação internacional para atender à demanda de multinacionais, facilitar os fluxos mundiais de bens e capitais e tirar proveito de economias de escala e alcance."

O desafio é garantir que seu tamanho não as isole da disciplina do mercado, disse ele.

Os comentários de Bernanke surgem menos de uma semana após Christopher Dodd, presidente do comitê do Senado para o setor bancário, revelar uma proposta de reforma regulatória que colocaria o Fed como supervisor de bancos e importantes corporações financeiras como ativos acima de 50 bilhões de dólares.

O Fed tem autoridade sobre grandes bancos, mas não sobre empresas financeiras fora desse setor, como a seguradora AIG, um dos pivôs da crise financeira global.

A proposta de Dodd ainda daria ao Fed o poder de desfazer grandes empresas que poderiam ameaçar a estabilidade do sistema financeiro se tiverem problemas.

A questão do risco moral, ou de que a expectativa de intervenção estatal encoraja atividades arriscadas, se tornou um tema de profundas análises à medida que a crise global se expandia.

"Devemos desenvolver e implementar regras e supervisionamentos mais rígidos, que servem para reduzir o risco que empresas grandes e complexas apresentam ao sistema financeiro," disse Bernanke.

O Fed também trabalha para tornar o sistema financeiro mais resistente ao colapso de empresas, afirmou ele. Uma estrutura legal que permita ao governo reduzir as dimensões de grandes firmas em colapso também é necessário, disse o presidente do Banco Central dos EUA.

Bernanke ainda reiterou o argumento apresentado ao Congresso no início da semana de que os pequenos bancos desempenham um papel crítico na formulação da política monetária.

A proposta de Dodd retiraria do Fed a supervisão de milhares de pequenas empresas do setor bancário, inclusive com vínculos com o governo, entregando essa responsabilidade a outras agências reguladoras.

"Uma agência supervisora que se concentrasse nos grandes conglomerados bancários, sem conhecimento dos bancos comunitários, teria uma visão limitada e potencialmente distorcida do que está acontecendo no nosso sistema bancário como um todo," observou Bernanke.

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