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BCE quer acordo sólido com a Grécia

O Banco Central Europeu pediu que a Grécia conclua um acordo sólido com credores e prometeu continuar apoiando a Zona do Euro

Bandeira da Grécia e da União Europeia: "o conselho de governadores do BCE quer que a Grécia continue na zona do euro", diz o BCE (Luisa Gouliamaki/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2015 às 23h00.

Frankfurt - O Banco Central Europeu ( BCE ) pediu nesta quarta-feira que a Grécia conclua um acordo sólido com seus credores e prometeu continuar apoiando a zona do euro com a compra massiva da dívida, sem diminuir o ritmo.

"O conselho de governadores do BCE quer que a Grécia continue na zona do euro", reiterou o presidente do BCE, Mario Draghi, em uma coletiva de imprensa em Frankfurt ao fim da reunião, que manteve as taxas de juros em seu nível historicamente baixo de 0,05%, em vigor desde setembro do ano passado.

O italiano, que participa dos esforços empregados nos últimos dias para chegar a um acordo entre o governo grego de Alexis Tsipras e o trio BCE, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia, foi literalmente bombardeado pelas perguntas dos jornalistas sobre este assunto.

Draghi disse haver vontade comum e uma forte determinação para encontrar uma solução, mas o guardião do euro defendeu um "acordo sólido" e manteve a linha dura com Atenas.

O BCE se nega a aumentar o teto de emissão de títulos do Tesouro imposto à Grécia enquanto as negociações não forem concluídas.

"Trajetória firme"

Em troca, o presidente do Banco Central se comprometeu a continuar injetando montanhas de liquidez no circuito financeiro da zona do euro para fazer baixar os juros e, dessa forma, relançar a economia e a inflação.

Para estimular a dinâmica dos preços, o BCE compra desde o início de março dívida privada e pública com o programa de expansão quantitativa, o "QE". Até o final de setembro de 2016 pretende injetar desta forma 1,1 trilhão de euros.

O BCE comprou cerca de 240 bilhões de euros em títulos e este começo promissor alimentou especulações sobre uma suspensão antecipada, o que Draghi logo negou.

"Se for necessário, revisaremos o tamanho, o calendário e as modalidades do programa, mas até agora não vemos nenhuma razão para fazê-lo", declarou Draghi, para quem os últimos indicadores sobre a conjuntura confirmam a necessidade de manter "uma trajetória firme da política monetária".

As compras da dívida começam a produzir seus efeitos na economia real graças à melhora das condições de financiamento. O BCE aposta em uma aceleração da recuperação econômica atual da zona do euro.

Mas o BCE ainda está "realmente longe" de contemplar o fim do programa, inclusive diante de uma hipotética desaceleração, lembrou Draghi.

Volatilidade crescente

Para Draghi, "ainda há muito o que fazer" antes que a inflação se aproxime da meta de 2% na região. Em maio, a inflação na zona do euro ficou em 0,3% ao ano. Para 2015, a instituição prevê uma alta de preços de 0,3%, segundo estatísticas divulgadas nesta quarta-feira.

Draghi repetiu que o BCE espera continuar comprando dívida pelo menos até setembro de 2016, e que o "total cumprimento" de seu plano permitirá tornar realidade suas projeções macroeconômicas, com uma inflação de 1,8% em 2017.

A instituição monetária europeia não exclui possíveis turbulências nos mercados financeiros.

"Teremos que nos acostumar a períodos de volatilidade crescente", prevê Draghi.

Ele também reiterou seu pedido aos governos europeus para que façam reformas estruturais de suas economias, via única, segundo ele, para garantir a eficácia de seus próprios esforços.

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Frankfurt - O Banco Central Europeu ( BCE ) pediu nesta quarta-feira que a Grécia conclua um acordo sólido com seus credores e prometeu continuar apoiando a zona do euro com a compra massiva da dívida, sem diminuir o ritmo.

"O conselho de governadores do BCE quer que a Grécia continue na zona do euro", reiterou o presidente do BCE, Mario Draghi, em uma coletiva de imprensa em Frankfurt ao fim da reunião, que manteve as taxas de juros em seu nível historicamente baixo de 0,05%, em vigor desde setembro do ano passado.

O italiano, que participa dos esforços empregados nos últimos dias para chegar a um acordo entre o governo grego de Alexis Tsipras e o trio BCE, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia, foi literalmente bombardeado pelas perguntas dos jornalistas sobre este assunto.

Draghi disse haver vontade comum e uma forte determinação para encontrar uma solução, mas o guardião do euro defendeu um "acordo sólido" e manteve a linha dura com Atenas.

O BCE se nega a aumentar o teto de emissão de títulos do Tesouro imposto à Grécia enquanto as negociações não forem concluídas.

"Trajetória firme"

Em troca, o presidente do Banco Central se comprometeu a continuar injetando montanhas de liquidez no circuito financeiro da zona do euro para fazer baixar os juros e, dessa forma, relançar a economia e a inflação.

Para estimular a dinâmica dos preços, o BCE compra desde o início de março dívida privada e pública com o programa de expansão quantitativa, o "QE". Até o final de setembro de 2016 pretende injetar desta forma 1,1 trilhão de euros.

O BCE comprou cerca de 240 bilhões de euros em títulos e este começo promissor alimentou especulações sobre uma suspensão antecipada, o que Draghi logo negou.

"Se for necessário, revisaremos o tamanho, o calendário e as modalidades do programa, mas até agora não vemos nenhuma razão para fazê-lo", declarou Draghi, para quem os últimos indicadores sobre a conjuntura confirmam a necessidade de manter "uma trajetória firme da política monetária".

As compras da dívida começam a produzir seus efeitos na economia real graças à melhora das condições de financiamento. O BCE aposta em uma aceleração da recuperação econômica atual da zona do euro.

Mas o BCE ainda está "realmente longe" de contemplar o fim do programa, inclusive diante de uma hipotética desaceleração, lembrou Draghi.

Volatilidade crescente

Para Draghi, "ainda há muito o que fazer" antes que a inflação se aproxime da meta de 2% na região. Em maio, a inflação na zona do euro ficou em 0,3% ao ano. Para 2015, a instituição prevê uma alta de preços de 0,3%, segundo estatísticas divulgadas nesta quarta-feira.

Draghi repetiu que o BCE espera continuar comprando dívida pelo menos até setembro de 2016, e que o "total cumprimento" de seu plano permitirá tornar realidade suas projeções macroeconômicas, com uma inflação de 1,8% em 2017.

A instituição monetária europeia não exclui possíveis turbulências nos mercados financeiros.

"Teremos que nos acostumar a períodos de volatilidade crescente", prevê Draghi.

Ele também reiterou seu pedido aos governos europeus para que façam reformas estruturais de suas economias, via única, segundo ele, para garantir a eficácia de seus próprios esforços.

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