BCE continua disposto a intervir mas avalia prós e contras
A instituição, com sede em Frankfurt, decidiu manter, nesta quinta-feira, sua taxa básica de juros inalterada, em 0,50%
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2013 às 17h11.
Bruxelas - O Banco Central Europeu (BCE) afirmou nesta quinta-feira que está disposto a continuar intervindo para ajudar a zona do euro, mergulhada em uma recessão, apesar de não ter visto necessidade de fazer isso este mês.
A instituição, com sede em Frankfurt, decidiu manter, nesta quinta-feira, sua taxa básica de juros inalterada, em 0,50%, em vigor desde maio, seu nível histórico mais baixo.
"O retorno do crescimento esperado para o final do ano e os sinais de melhora dos indicadores de confiança" permitiram que o BCE mantenha expectativas para esta ocasião, disse Rob Wood, economista do banco Barenberg.
De fato, a maioria dos membros do conselho de diretores "não viu necessidade de atuar", declarou em coletiva de imprensa o presidente do BCE, Mario Draghi, que deixou claro que a instituição está preparada para intervir em caso de necessidade.
O conselho continuou analisando o conjunto de medidas previsíveis, disse, dando a entender que algumas delas talvez sejam muito arriscadas no momento.
Entre as decisões em estudo estão, novamente, as operações de refinanciamento de longo prazo (LTRO), a redução da taxa de depósitos no BCE a nível negativo ou medidas para revitalizar o mercado dos ABS, os empréstimos alavancados. Essas são possíveis formas para estimular os créditos às Pequenas e Médias Empresas que têm problemas para se financiar.
"Algumas destas medidas são fáceis de colocar em prática e têm consequências claras", outras, nem tanto, alertou Draghi.
Este é o caso, em particular, de uma taxa para os depósitos dos bancos na instituição negativa, que implicaria que os bancos teriam que pagar para depositar no BCE.
Draghi repetiu que o BCE está "tecnicamente" preparado para isso, o que poderia obrigar os bancos a conceder créditos aos consumidores e às empresas, mas os efeitos de uma medida deste tipo, em particular sobre as margens dos bancos, são muitos.
"Não nos comprometemos de antemão, mas posso dizer que todos os preparativos para se aventurar em território negativo estão aí", acrescentou.
Um grupo de trabalho, que inclui o Banco Central Europeu de Investimentos (BEI), vai continuar analisando a questão dos ABS, disse, mas qualquer iniciativa neste campo tem um horizonte de "médio e longo prazo".
"Parece que teremos que esperar meses antes desses planos serem colocados em prática. É decepcionante", disse Marie Diron, da empresa Ernst and Young.
Para Annalisa Piazza, da agência de corretagem Newedge, a reação dos mercados acionários europeus, que caíram desde o começo da coletiva de imprensa de Draghi, poderia ser explicada "pelas dúvidas de que o BCE tenha vontade de atuar rapidamente".
Se a situação evoluir como o esperado e o crescimento voltar, de forma modesta, no final do ano e a inflação não cair mais, não há nada mais o que esperar do BCE, disse Rob Wood.
Em caso de deterioração, poderia haver uma nova redução das taxas de juros, à medida que gera menos polêmica entre os membros do BCE, acrescentou.
O BCE revisou, nesta quinta-feira, sua previsão de crescimento para 2013 na zona do euro, a 0,6% (frente a 0,5% até agora), mas se mostrou um pouco mais otimista para 2014 com uma previsão de crescimento de 1,1% (1% antes).
O BCE revisou para baixo sua previsão de inflação para os 17 países do euro para este ano, a 1,4% (1,6% antes) e a manteve inalterada para 2014, a 1,3%.
Draghi disse que a zona do euro não está ameaçada pela deflação. No momento, "a queda dos preços está limitada a algumas categorias de bens, o petróleo e os alimentos", disse.
Bruxelas - O Banco Central Europeu (BCE) afirmou nesta quinta-feira que está disposto a continuar intervindo para ajudar a zona do euro, mergulhada em uma recessão, apesar de não ter visto necessidade de fazer isso este mês.
A instituição, com sede em Frankfurt, decidiu manter, nesta quinta-feira, sua taxa básica de juros inalterada, em 0,50%, em vigor desde maio, seu nível histórico mais baixo.
"O retorno do crescimento esperado para o final do ano e os sinais de melhora dos indicadores de confiança" permitiram que o BCE mantenha expectativas para esta ocasião, disse Rob Wood, economista do banco Barenberg.
De fato, a maioria dos membros do conselho de diretores "não viu necessidade de atuar", declarou em coletiva de imprensa o presidente do BCE, Mario Draghi, que deixou claro que a instituição está preparada para intervir em caso de necessidade.
O conselho continuou analisando o conjunto de medidas previsíveis, disse, dando a entender que algumas delas talvez sejam muito arriscadas no momento.
Entre as decisões em estudo estão, novamente, as operações de refinanciamento de longo prazo (LTRO), a redução da taxa de depósitos no BCE a nível negativo ou medidas para revitalizar o mercado dos ABS, os empréstimos alavancados. Essas são possíveis formas para estimular os créditos às Pequenas e Médias Empresas que têm problemas para se financiar.
"Algumas destas medidas são fáceis de colocar em prática e têm consequências claras", outras, nem tanto, alertou Draghi.
Este é o caso, em particular, de uma taxa para os depósitos dos bancos na instituição negativa, que implicaria que os bancos teriam que pagar para depositar no BCE.
Draghi repetiu que o BCE está "tecnicamente" preparado para isso, o que poderia obrigar os bancos a conceder créditos aos consumidores e às empresas, mas os efeitos de uma medida deste tipo, em particular sobre as margens dos bancos, são muitos.
"Não nos comprometemos de antemão, mas posso dizer que todos os preparativos para se aventurar em território negativo estão aí", acrescentou.
Um grupo de trabalho, que inclui o Banco Central Europeu de Investimentos (BEI), vai continuar analisando a questão dos ABS, disse, mas qualquer iniciativa neste campo tem um horizonte de "médio e longo prazo".
"Parece que teremos que esperar meses antes desses planos serem colocados em prática. É decepcionante", disse Marie Diron, da empresa Ernst and Young.
Para Annalisa Piazza, da agência de corretagem Newedge, a reação dos mercados acionários europeus, que caíram desde o começo da coletiva de imprensa de Draghi, poderia ser explicada "pelas dúvidas de que o BCE tenha vontade de atuar rapidamente".
Se a situação evoluir como o esperado e o crescimento voltar, de forma modesta, no final do ano e a inflação não cair mais, não há nada mais o que esperar do BCE, disse Rob Wood.
Em caso de deterioração, poderia haver uma nova redução das taxas de juros, à medida que gera menos polêmica entre os membros do BCE, acrescentou.
O BCE revisou, nesta quinta-feira, sua previsão de crescimento para 2013 na zona do euro, a 0,6% (frente a 0,5% até agora), mas se mostrou um pouco mais otimista para 2014 com uma previsão de crescimento de 1,1% (1% antes).
O BCE revisou para baixo sua previsão de inflação para os 17 países do euro para este ano, a 1,4% (1,6% antes) e a manteve inalterada para 2014, a 1,3%.
Draghi disse que a zona do euro não está ameaçada pela deflação. No momento, "a queda dos preços está limitada a algumas categorias de bens, o petróleo e os alimentos", disse.