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Diretor do BC traça paralelos entre crise na Europa e Brasil

“Já vimos esse filme e, no nosso caso, teve um final feliz, consolidou um pilar na nossa responsabilidade fiscal a nível federal”, disse Luiz Pereira

“Sem dúvida há uma recuperação mais lenta em todos os países avançados e emergentes quando comparamos com os ciclos anteriores desde a grande depressão”, disse Pereira (Stock Exchange)
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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 19h27.

São Paulo – Em seminário realizado hoje, na presença de  Michel Barnier, Comissário para o Mercado Interno e Serviços Financeiros da União Europeia , o diretor de assuntos internacionais do Banco Central do Brasil, Luiz Pereira, traçou dois paralelos entre os problemas enfrentados hoje pela Europa e dificuldades já vividas pelo Brasil – como a crise do endividamento dos estados, na década de 80, e a entrada maciça de capitais nos anos pós-crise, 2010 e 2011.

“A lição que a história brasileira e o processo em curso na Europa nos dá hoje é que os processos de ajuste e desalavancagem são longos. No Brasil levamos cerca de 10 anos, entre 1986 e 1996”, disse. Apesar do longo tempo, Pereira destacou os ganhos gerados pela situação. “Já vimos esse filme e, no nosso caso, teve um final feliz, consolidou um pilar na nossa responsabilidade fiscal a nível federal”, afirmou.

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Pereira disse  que o Brasil também viveu a entrada maciça de capitais – após a crise econômica - como aconteceu com países como a Grécia. “O BC naquela ocasião sempre alertou os agentes para os riscos e também foram tomadas medidas macroprudenciais para limitar”, disse.

Pereira lembrou que, no Brasil, há mais de 2.000 instituições financeiras, todas elas supervisionadas pelo BC. “Do ponto de vista de nossa infraestrutura de nossa regulação, mantivemos um sistema sólido e robusto. O sistema cresceu com segurança e ainda é capaz de crescer. Nosso mercado de crédito ainda tem espaço para crescer, mas vai crescer de maneira segura”, disse.

Crise

“Sem dúvida há uma recuperação mais lenta em todos os países avançados e emergentes quando comparamos com os ciclos anteriores desde a grande depressão”, disse Pereira. O diretor destacou que está surgindo agora uma nova questão, que é o efeito da persistência do quadro de crescimento medíocre por um período mais longo que o esperado, “uma espécie de extensão do Japão pós-bolha num nível global”, segundo o diretor.

Para Pereira, com níveis de stress mais controlados, é possível que o novo ambiente possa ser de menor volatilidade em termos, por exemplo, de ativos financeiros e dos preços das commodities, em comparação ao observado em 2010/2011. Para Pereira, os recentes choques de oferta sobre preços de alimentos devem ter efeitos mais amenos e temporários.

Pereira participou hoje do seminário “O Euro e a União Financeira e econômica europeia”, realizado pela BM&F Bovespa

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