Exame Logo

BC prevê rombo externo de US$78 bi em 2014

Banco Central brasileiro também prevê investimentos estrangeiros de US$63 bilhões

Sede do Banco Central em Brasília: BC elevou a estimativa de saldo negativo da conta corrente a 79 bilhões de dólares para 2013 (Ueslei Marcelino/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 15h30.

Brasília - O Banco Central prevê que o país terá déficit em transações correntes em 2014 praticamente igual ao deste ano, cuja projeção foi elevada, ao mesmo tempo em que não espera volume maior de investimentos produtivos estrangeiros, de acordo com projeções divulgadas nesta quarta-feira.

Nas contas do BC, o rombo em transações correntes --que engloba exportações e importações de bens e serviços e transferências unilaterais-- será de 78 bilhões de dólares, equivalente a 3,53 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto os investimentos estrangeiros diretos somarão 63 bilhões de dólares. Será o segundo ano consecutivo em que os investimentos estrangeiros diretos (IED) não cobrirão o rombo em transações correntes.

Para 2013, o BC elevou a estimativa de saldo negativo da conta corrente a 79 bilhões de dólares, ante previsão anterior de déficit de 75 bilhões de dólares, correspondente a 3,57 por cento do PIB. Em 2012, o saldo negativo em transações correntes foi de 54,2 bilhões de dólares, equivalente a 2,41 por cento do PIB.

"Em 2013 houve ampliação do déficit em relação ao PIB e estamos projetando para 2014 uma interrupção do avanço. A projeção mostra patamar semelhante de transações correntes/PIB ao observado em 2013", comentou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

O rombo neste ano não será coberto pelos investimentos diretos --projetados em 63 bilhões de dólares, ante 60 bilhões de dólares esperados anteriormente- e tampouco pela conta de capital e financeira como um todo. O BC prevê que a conta de capital e financeira registre ingresso líquido de 72,2 bilhões de dólares, 6,8 bilhões de dólares a menos do que seria necessário para cobrir o déficit de transações correntes.


Os déficits em conta corrente do país neste e no próximo ano são resultado do fraco desempenho da balança comercial, com pequenos superávits, e forte rombo na balança de serviços.

O BC projeta superávit comercial de 2 bilhões de dólares em 2013, com perspectiva de melhora em 2014, para 10 bilhões de dólares.

A melhora das exportações no próximo ano está associada a um quadro de maior crescimento mundial. O BC também vê as importações de 2014 crescendo em ritmo menor que este ano, ajudando na formação do superávit.

Para a remessa de lucros e dividendos, a projeção para 2013 foi mantida em 24 bilhões de dólares e para o próximo ano a expectativa é de 27 bilhões de dólares.

O BC também prevê redução dos investimentos brasileiros no exterior, que devem recuar de 52,5 bilhões de dólares neste ano para 16,8 bilhões de dólares em 2014.

Resultado de Novembro

Em novembro, o país registrou déficit em transações correntes de 5,145 bilhões de dólares, pior do que o esperado, mas que foi financiado pelo ingresso de 8,334 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos, montante recorde para novembro. No entanto, o balança de pagamentos -- que é a medida mais global das transações do país com o exterior-- registrou déficit de 1 bilhão de dólares.

No acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o rombo em conta corrente ficou em 3,66 por cento do PIB.


Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo da conta corrente de 4,8 bilhões de dólares em novembro, e investimentos estrangeiros diretos de 5 bilhões de dólares.

O IED recorde para meses de novembro incorpora em parte o pagamento ao governo de 15 bilhões de reais do bônus do campo de petróleo de Libra pelas empresas vencedoras do leilão de exploração da área.

Segundo o BC, do total de investimentos estrangeiros diretos no mês, o setor de petróleo e gás respondeu por 4 bilhões de dólares.

O déficit nas transações correntes foi impactado pelas remessas de lucros e dividendos, que somaram 2,842 bilhões de dólares, acima do 1,348 bilhão de dólares em outubro.

Também pesaram os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens de 1,318 bilhão de dólares.

Em novembro, a balança comercial teve superávit de 1,740 bilhão de dólares, revertendo o déficit de 224 milhões de dólares em outubro. De janeiro a novembro, a balança acumulava saldo negativo de 93 milhões de dólares.

No acumulado do ano, as transações correntes apresentam déficit de 72,693 bilhões de dólares, quase 60 por cento superior ao saldo negativo de 45,824 bilhões de dólares em igual período de 2012.

Para dezembro, o BC projeta saldo negativo de 6,3 bilhões de dólares e ingresso de 5,5 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos. Até o dia 16, esses ingressos somavam em 3 bilhões de dólares.

Veja também

Brasília - O Banco Central prevê que o país terá déficit em transações correntes em 2014 praticamente igual ao deste ano, cuja projeção foi elevada, ao mesmo tempo em que não espera volume maior de investimentos produtivos estrangeiros, de acordo com projeções divulgadas nesta quarta-feira.

Nas contas do BC, o rombo em transações correntes --que engloba exportações e importações de bens e serviços e transferências unilaterais-- será de 78 bilhões de dólares, equivalente a 3,53 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto os investimentos estrangeiros diretos somarão 63 bilhões de dólares. Será o segundo ano consecutivo em que os investimentos estrangeiros diretos (IED) não cobrirão o rombo em transações correntes.

Para 2013, o BC elevou a estimativa de saldo negativo da conta corrente a 79 bilhões de dólares, ante previsão anterior de déficit de 75 bilhões de dólares, correspondente a 3,57 por cento do PIB. Em 2012, o saldo negativo em transações correntes foi de 54,2 bilhões de dólares, equivalente a 2,41 por cento do PIB.

"Em 2013 houve ampliação do déficit em relação ao PIB e estamos projetando para 2014 uma interrupção do avanço. A projeção mostra patamar semelhante de transações correntes/PIB ao observado em 2013", comentou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

O rombo neste ano não será coberto pelos investimentos diretos --projetados em 63 bilhões de dólares, ante 60 bilhões de dólares esperados anteriormente- e tampouco pela conta de capital e financeira como um todo. O BC prevê que a conta de capital e financeira registre ingresso líquido de 72,2 bilhões de dólares, 6,8 bilhões de dólares a menos do que seria necessário para cobrir o déficit de transações correntes.


Os déficits em conta corrente do país neste e no próximo ano são resultado do fraco desempenho da balança comercial, com pequenos superávits, e forte rombo na balança de serviços.

O BC projeta superávit comercial de 2 bilhões de dólares em 2013, com perspectiva de melhora em 2014, para 10 bilhões de dólares.

A melhora das exportações no próximo ano está associada a um quadro de maior crescimento mundial. O BC também vê as importações de 2014 crescendo em ritmo menor que este ano, ajudando na formação do superávit.

Para a remessa de lucros e dividendos, a projeção para 2013 foi mantida em 24 bilhões de dólares e para o próximo ano a expectativa é de 27 bilhões de dólares.

O BC também prevê redução dos investimentos brasileiros no exterior, que devem recuar de 52,5 bilhões de dólares neste ano para 16,8 bilhões de dólares em 2014.

Resultado de Novembro

Em novembro, o país registrou déficit em transações correntes de 5,145 bilhões de dólares, pior do que o esperado, mas que foi financiado pelo ingresso de 8,334 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos, montante recorde para novembro. No entanto, o balança de pagamentos -- que é a medida mais global das transações do país com o exterior-- registrou déficit de 1 bilhão de dólares.

No acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o rombo em conta corrente ficou em 3,66 por cento do PIB.


Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo da conta corrente de 4,8 bilhões de dólares em novembro, e investimentos estrangeiros diretos de 5 bilhões de dólares.

O IED recorde para meses de novembro incorpora em parte o pagamento ao governo de 15 bilhões de reais do bônus do campo de petróleo de Libra pelas empresas vencedoras do leilão de exploração da área.

Segundo o BC, do total de investimentos estrangeiros diretos no mês, o setor de petróleo e gás respondeu por 4 bilhões de dólares.

O déficit nas transações correntes foi impactado pelas remessas de lucros e dividendos, que somaram 2,842 bilhões de dólares, acima do 1,348 bilhão de dólares em outubro.

Também pesaram os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens de 1,318 bilhão de dólares.

Em novembro, a balança comercial teve superávit de 1,740 bilhão de dólares, revertendo o déficit de 224 milhões de dólares em outubro. De janeiro a novembro, a balança acumulava saldo negativo de 93 milhões de dólares.

No acumulado do ano, as transações correntes apresentam déficit de 72,693 bilhões de dólares, quase 60 por cento superior ao saldo negativo de 45,824 bilhões de dólares em igual período de 2012.

Para dezembro, o BC projeta saldo negativo de 6,3 bilhões de dólares e ingresso de 5,5 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos. Até o dia 16, esses ingressos somavam em 3 bilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraMercado financeiroPolítica monetária

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame