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BC indica que deve elevar Selic de novo, apesar de inflação

Banco Central afirmou que é "apropriada" a continuidade dos ajustes na política monetária bem como é preciso seguir "especialmente vigilante"

Dinheiro: aumentaram as apostas de mais uma alta da Selic de 0,25 ponto percentual em abril, quando o BC de reúne novamente (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 12h18.

São Paulo - A inflação , mesmo com os recentes sinais de arrefecimento, continua mostrando resistência e "ligeiramente acima" do esperado e, deste modo, o Banco Central afirmou que é "apropriada" a continuidade dos ajustes na política monetária bem como é preciso seguir "especialmente vigilante", indicando nova alta na taxa básica de juros.

A avaliação foi feita por meio da ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária, divulgada nesta quinta-feira. Apesar de o Copom ter optado por desacelerar o ritmo de alta da Selic, a ata deste encontro tem muitas semelhanças com o documento anterior, de janeiro.

"Não obstante moderação observada na margem, a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência, que, a propósito, tem se mostrado ligeiramente acima daquela que se antecipava", trouxe a ata divulgada nesta manhã. Na anterior, o BC não mencionava esse arrefecimento nos preços.

"Dessa forma, o Copom entende ser apropriada a continuidade do ajuste das condições monetárias ora em curso." O BC reduziu o ritmo de aperto monetário na semana passada, ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75 por cento ao ano. Nas seis decisões anteriores, havia optado por aumentos de 0,5 ponto da Selic. O atual ciclo de aperto monetário começou em abril passado, quando a taxa básica de juros estava na mínima histórica de 7,25 por cento.

"Não vi nenhuma sinalização de parar (o ciclo de aperto monetário)... A ata veio muito parecida com a anterior", afirmou o economista-chefe do banco J. Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall, para quem a Selic será elevada em mais 0,25 ponto em abril e depois novamente em dezembro, com mais uma alta de 0,50 ponto, para encerrar o ano a 11,50 por cento.

No mercado de juros futuros, após a divulgação da ata, aumentaram as apostas de mais uma alta da Selic de 0,25 ponto percentual em abril, quando o BC de reúne novamente. Na véspera, elas estavam em 60 por cento, por volta das 11h, passavam a 80 por cento. O restante esperava manutenção da taxa.


O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, acumulava alta de 5,65 por cento em 12 meses até fevereiro. A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Pela ata, o BC informou também que suas projeções de inflação continuaram acima do centro da meta do governo, mas fez alguns ajustes, sem mostrar os números efetivamente. Para 2014, no cenário de referência, a conta se manteve "relativamente estável" e, para 2015, ela foi reduzida.

Ainda de acordo com a ata, o Copom manteve a projeção de estabilidade nos preços da gasolina em 2014, assim como a perspectiva de reajuste de 7,5 por cento na tarifa residencial de eletricidade.

Segundo a ata, o BC também voltou a defender que "a política monetária deve se manter especialmente vigilante", mas também ponderou que "os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são cumulativos e se manifestam com defasagens". Na ata anterior, neste trecho, ele não fazia menção aos efeitos "cumulativos".

Tensão

O BC também voltou a informar que os riscos para a estabilidade financeira global continuam "elevados", mesmo vendo baixa probabilidade de ocorrerem eventos extremos, mantendo as perspectivas de atividade global "mais intensa ao longo do horizonte relevante para a política monetária".


O BC também destacou que as perspectivas indicam moderação na dinâmica dos preços de commodities nos mercados internacionais, "bem como que, nos mercados de moeda, há evidências de tensão e de volatilidade".

O BC também voltou a afirmar que a política fiscal do governo, "no horizonte relevante para a política monetária", pode se deslocar para a neutralidade. No mês passado, o governo anunciou a nova meta de superávit primário deste ano, a fim de tentar resgatar a confiança dos agentes econômicos.

O Copom também voltou a afirmar que seu cenário central inclui expansão moderada do crédito e considera "oportunas" as ações para moderar os subsídios nas operações de crédito.

"A ata de hoje trouxe apenas pequenas alterações. Embora não seja um compromisso firme de elevar novamente, a ata claramente deixa a porta aberta para outra elevação em abril", afirmou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, ressaltando que a inflação projetada pelo BC permanece acima da meta até o final de 2015.

Nesta ata, o BC passou a retirar a parte "Sumário dos Dados Analisados pelo Copom", por considerá-la uma redundância das informações.

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São Paulo - A inflação , mesmo com os recentes sinais de arrefecimento, continua mostrando resistência e "ligeiramente acima" do esperado e, deste modo, o Banco Central afirmou que é "apropriada" a continuidade dos ajustes na política monetária bem como é preciso seguir "especialmente vigilante", indicando nova alta na taxa básica de juros.

A avaliação foi feita por meio da ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária, divulgada nesta quinta-feira. Apesar de o Copom ter optado por desacelerar o ritmo de alta da Selic, a ata deste encontro tem muitas semelhanças com o documento anterior, de janeiro.

"Não obstante moderação observada na margem, a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência, que, a propósito, tem se mostrado ligeiramente acima daquela que se antecipava", trouxe a ata divulgada nesta manhã. Na anterior, o BC não mencionava esse arrefecimento nos preços.

"Dessa forma, o Copom entende ser apropriada a continuidade do ajuste das condições monetárias ora em curso." O BC reduziu o ritmo de aperto monetário na semana passada, ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75 por cento ao ano. Nas seis decisões anteriores, havia optado por aumentos de 0,5 ponto da Selic. O atual ciclo de aperto monetário começou em abril passado, quando a taxa básica de juros estava na mínima histórica de 7,25 por cento.

"Não vi nenhuma sinalização de parar (o ciclo de aperto monetário)... A ata veio muito parecida com a anterior", afirmou o economista-chefe do banco J. Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall, para quem a Selic será elevada em mais 0,25 ponto em abril e depois novamente em dezembro, com mais uma alta de 0,50 ponto, para encerrar o ano a 11,50 por cento.

No mercado de juros futuros, após a divulgação da ata, aumentaram as apostas de mais uma alta da Selic de 0,25 ponto percentual em abril, quando o BC de reúne novamente. Na véspera, elas estavam em 60 por cento, por volta das 11h, passavam a 80 por cento. O restante esperava manutenção da taxa.


O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, acumulava alta de 5,65 por cento em 12 meses até fevereiro. A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Pela ata, o BC informou também que suas projeções de inflação continuaram acima do centro da meta do governo, mas fez alguns ajustes, sem mostrar os números efetivamente. Para 2014, no cenário de referência, a conta se manteve "relativamente estável" e, para 2015, ela foi reduzida.

Ainda de acordo com a ata, o Copom manteve a projeção de estabilidade nos preços da gasolina em 2014, assim como a perspectiva de reajuste de 7,5 por cento na tarifa residencial de eletricidade.

Segundo a ata, o BC também voltou a defender que "a política monetária deve se manter especialmente vigilante", mas também ponderou que "os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são cumulativos e se manifestam com defasagens". Na ata anterior, neste trecho, ele não fazia menção aos efeitos "cumulativos".

Tensão

O BC também voltou a informar que os riscos para a estabilidade financeira global continuam "elevados", mesmo vendo baixa probabilidade de ocorrerem eventos extremos, mantendo as perspectivas de atividade global "mais intensa ao longo do horizonte relevante para a política monetária".


O BC também destacou que as perspectivas indicam moderação na dinâmica dos preços de commodities nos mercados internacionais, "bem como que, nos mercados de moeda, há evidências de tensão e de volatilidade".

O BC também voltou a afirmar que a política fiscal do governo, "no horizonte relevante para a política monetária", pode se deslocar para a neutralidade. No mês passado, o governo anunciou a nova meta de superávit primário deste ano, a fim de tentar resgatar a confiança dos agentes econômicos.

O Copom também voltou a afirmar que seu cenário central inclui expansão moderada do crédito e considera "oportunas" as ações para moderar os subsídios nas operações de crédito.

"A ata de hoje trouxe apenas pequenas alterações. Embora não seja um compromisso firme de elevar novamente, a ata claramente deixa a porta aberta para outra elevação em abril", afirmou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, ressaltando que a inflação projetada pelo BC permanece acima da meta até o final de 2015.

Nesta ata, o BC passou a retirar a parte "Sumário dos Dados Analisados pelo Copom", por considerá-la uma redundância das informações.

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