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BC eleva previsão de inflação para 2003

O Banco Central prevê que a inflação medida pelo IPCA, índice oficial do governo, encerre o ano a 10,8%. A estimativa é superior à projeção divulgada em dezembro, de 9,5%. Ela também fica bem acima da meta então estipulada pelo governo, de 8,5%. Apesar das revisões para cima, devido aos índices registrados de janeiro a […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h41.

O Banco Central prevê que a inflação medida pelo IPCA, índice oficial do governo, encerre o ano a 10,8%. A estimativa é superior à projeção divulgada em dezembro, de 9,5%. Ela também fica bem acima da meta então estipulada pelo governo, de 8,5%. Apesar das revisões para cima, devido aos índices registrados de janeiro a março, o BC afirma que a perspectiva é de queda no índice a partir do segundo trimestre.

No relatório divulgado hoje (31/3) pelo BC, são apontados três fatores como os principais riscos para um aumento da inflação neste ano: a guerra no Iraque, a cotação do dólar e a ressuscitada "inércia inflacionária". Para a projeção divulgada pelo BC, a instituição considera a manutenção da taxa de câmbio no patamar de R$ 3,40 por dólar.

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"Mesmo revendo a projeção da inflação deste ano, a previsão do governo ainda é inferior à do mercado, que acredita que o IPCA deve encerrar o ano entre 12% e 12,5%", diz Clodoir Gabriel Vieira, economista da corretora Souza Barros. Ele considera natural o descompasso com a visão do mercado: "O importante é que o número agora é mais factível, o que dá mais credibilidade".

O economista também concorda com adesaceleração prevista pelo governo para os próximos meses. "Os custos, ao contrário do ano passado, agora estão muito mais estáveis. Como não há pressão por demanda, a tendência é de estabilização dos preços", afirma ele.

Na visão de Rodrigo Azevedo, economista-chefe do Credit Suisse First Boston, o aumento da projeção da inflação por parte do BC já era esperado. O CSFB trabalha com uma expectativa de 14% para o IPCA em 2003. "Acreditamos que a inflação tende a cair, mas ainda assim ela deve ficar próxima a 1% ao mês, patamar ainda elevado", diz Azevedo.

A priori, haveria expectativa de que o governo aumentasse os juros com a elevação da projeção, diz o economista-chefe da corretora Hedging-Griffo, Elson Yassuda. Ele afirma, porém, que a leitura completa do relatório do BC indica que isso não deve ocorrer no curto prazo, devido à perspectiva positiva para o desempenho da inflação nos próximos meses. A projeção da Hedging-Griffo é de um IPCA de 12,5% em 2003. Mas Yassuda não descarta a possibilidade de o governo vir a alterar a meta de inflação deste ano: "Não acredito que isso ocorra agora, mas a meta pode ser alterada mais pra frente. Continua incomodando o mercado uma projeção de inflação tão diferente da meta estabelecida pelo governo".

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