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BC diz que estará "vigilante" sobre operações financeiras no WhatsApp

Autoridade monetária considera prematura qualquer iniciativa "que possa gerar fragmentação de mercado e concentração em agentes específicos"

WhatsApp: plataforma anunciou que vai permitir pagamentos e transferências por meio do aplicativo (SOPA Images/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 15 de junho de 2020 às 20h30.

Depois do anúncio de que o WhatsApp vai permitir pagamentos e transferências por meio do aplicativo, o Banco Central (BC), órgão regulador do sistema financeiro, disse, em nota nesta segunda-feira, que considera prematura qualquer iniciativa “que possa gerar fragmentação de mercado e concentração em agentes específicos”.

Segundo a nota, o BC avalia que há potencial para integração da iniciativa do WhatsApp ao Pix, um programa de transações instantâneas que está sendo desenvolvido pelo Banco Central e que deve entrar em funcionamento em novembro.

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No entanto, a autoridade monetária ressalta que será vigilante a qualquer desenvolvimento fechado que possa inibir a “interoperabilidade e limite seu objetivo de ter um sistema rápido, seguro, transparente, aberto e barato”.

A preocupação do Banco Central é de que a iniciativa do WhatsApp seja fechada, apenas para transações dentro do aplicativo. Parte da agenda dessa gestão do Banco Central é abrir o sistema que tem o Pix, com intuito de facilitar a transação entre várias instituições financeiras, como uma das principais bandeiras.

No WhatsApp, inicialmente será possível usar cartões de débito, ou que têm funções de débito e de crédito, Visa e Mastercard, dos bancos Nubank, Sicredi e Banco do Brasil. A transferência vai ser intermediada pela Cielo e será sem taxas para os usuários. Segundo a empresa, o modelo é aberto e está disponível para receber outros parceiros no futuro.

O Pix vai permitir transações 24 horas por dia e com demora de apenas dois segundos em média. Atualmente em uma Transferência Eletrônica Disponível (TED), o dinheiro demora cerca de duas horas para ser transferido.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez analisa que a novidade do WhatsApp não compete com o Pix.

— Se fosse iniciativa privada, acho que seria mais fácil falar que teve gente que largou na frente e precisaria sofrer algumas adaptações, mas como se trata de governo, acho que tem um alcance diferente.

Sanchez elogiou a iniciativa do WhatsApp. Segundo ele, a nova funcionalidade vai acelerar a velocidade da moeda e simplificar o acesso, já que não cobra taxas. No entanto, Sanchez ressalta que é necessário ver como será a operacionalização.

— Na minha avaliação é excelente, é claro que tem sempre as questões que a gente levanta com relação ao funcionamento do mercado, outras empresas que estão estabelecidas nesse mesmo ramo, mas em termos de evolução é excelente.

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