Bank of America reduz previsão para Selic para 1,75% ao fim de 2020
Banco norte-americano projeta nova redução da taxa apenas na reunião do fim de de outubro, com estabilidade no encontro de setembro
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de agosto de 2020 às 13h04.
Última atualização em 11 de agosto de 2020 às 13h04.
O Bank of America revisou para baixo sua expectativa para a Selic ao fim deste ano, depois de considerar que a ata do Copom veio mais "dovish" (inclinada a queda dos juros) do que o comunicado da semana passada.
O BofA espera agora que o juro básico termine o ano em 1,75%, ante previsão anterior de 2,00%, patamar no qual a Selic está agora.
Mas o banco norte-americano projeta nova redução da taxa apenas na reunião dos dias 27 e 28 de outubro, com estabilidade no encontro do Copom previsto para 15 e 16 de setembro.
"O BC esclareceu que, se houver mais cortes, eles podem ser espaçados", avaliaram David Beker e Ana Madeira em relatório.
"O Banco Central está preocupado com a inflação bem abaixo das metas e também com os riscos de uma recuperação da atividade mais lenta do que o esperado. Sobre a assimetria de riscos, o banco também esclareceu que (ela) vem do fiscal. Apesar desse risco, ainda se espera inflação abaixo da meta no horizonte relevante para a política monetária", acrescentaram.
No entendimento dos profissionais, o BC quer mais tempo para monitorar os riscos fiscais, por isso sinalizou cortes espaçados. "Uma maior flexibilização além desse nível (de 1,75%) vai depender do debate sobre o teto de gastos, que já está esquentando", finalizaram.
O BC divulgou a ata do Copom mais cedo e, no documento, afirmou que a Selic está próxima de um limite a partir do qual poderia provocar instabilidade nos preços de ativos. Na semana passada, o colegiado cortou a Selic em 0,25 ponto, a nova mínima histórica de 2,00% ao ano.