Bancos espanhóis avançam em seu saneamento
"Neste momento não vemos a necessidade de oferecer mais fundos" ao setor bancário espanhol, considerou a Comissão Europeia
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 17h58.
Madri - Após receber um resgate de mais de 40 bilhões de euros, os bancos espanhóis não precisam de mais injeções dos fundos europeus, considerou Bruxelas nesta terça-feira, ao mesmo tempo em que o FMI estimou que o saneamento do setor "alcançou um estado avançado".
"Neste momento não vemos a necessidade de oferecer mais fundos" ao setor bancário espanhol, considerou a Comissão Europeia em um relatório, após ser transferido, em duas vezes, um total de 41,4 bilhões de euros.
Esta ajuda foi destinada às nove entidades espanholas em dificuldades - cinco delas nacionalizadas - e a criação de um "banco podre" de gestão dos ativos tóxicos imobiliários que prejudicavam os balanços desde o estouro da bolha em 2008.
"Quanto aos outros bancos espanhóis, não há problema de capital ou eles podem se recapitalizar por seus próprios meios", disse a Comissão.
Em troca da ajuda europeia, o governo conservador de Mariano Rajoy se comprometeu a aplicar um duro programa de reestruturação para sanear o setor.
No segundo relatório trimestral de acompanhamento do plano, o FMI confirmou, como tinha antecipado no dia 4 de fevereiro, após uma visita de seus especialistas à Espanha, que o país está perto de completar a reforma prometida.
"O saneamento dos bancos infra-capitalizados alcançou um estágio avançado e as principais reformas do setor financeiro da Espanha foram adotadas ou projetadas", afirmou.
"A maior parte de todas as medidas do programa foi realizada", acrescentou.
O FMI destacou, contudo, que a Espanha deve "manter o rumo das reformas" em particular no que se refere à supervisão do setor, reforçando o papel do Banco de Espanha.
Na mesma linha que a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional enfatizou que a consolidação do setor deve ter "minimizado o custo para o contribuinte".
Isso significa que serão os acionistas que responderão pela maior parte das perdas, como no caso do Bankia, o maior dos bancos nacionalizados, cujo resgate recorde precipitou a ajuda europeia ao setor na Espanha.
Após entrar na bolsa em julho de 2011 ao preço de 3,75 euros, a ação do Bankia perdeu mais de 90% de seu valor e nesta terça-feira estava cotada a quase 30 centavos de euro.
Criado no final de 2010, após a fusão de sete caixas de poupança afetadas pelo estouro da bolha imobiliária, o Bankia, que recebeu 18 bilhões de euros da ajuda europeia, poderá começar a se privatizar a partir de 2014 ou 2015, considerou nesta terça-feira seu presidente, José Ignacio Goirigolzarri, confiante que o banco conseguirá "ser rentável".
Entre suas recomendações, o FMI também destacou a importância de aplicar reformas para "ajudar as pessoas mais necessitadas" em um país em recessão, marcado por um desemprego de mais de 26%, em que muitas famílias são expulsas de suas casas por não poder pagar seus créditos hipotecários.
As associações de defesa exigem a generalização da "doação em pagamento", ou seja, que a dívida seja saldada com a entrega de imóveis, algo que atualmente a lei espanhola não prevê. Assim, muitas famílias devem continuar pagando ao banco após o confisco de suas casas.
O FMI recomenda também "reforçar a gestão em caso de insolvência ao mesmo tempo em que é mantida uma estrita disciplina de crédito".
"Uma supervisão vigilante também será essencial, já que os riscos para a economia e para o setor financeiro continuam sendo elevados em um momento em que a Espanha continua em um difícil processo de correção de desequilíbrios anteriores à crise", alerta.
Madri - Após receber um resgate de mais de 40 bilhões de euros, os bancos espanhóis não precisam de mais injeções dos fundos europeus, considerou Bruxelas nesta terça-feira, ao mesmo tempo em que o FMI estimou que o saneamento do setor "alcançou um estado avançado".
"Neste momento não vemos a necessidade de oferecer mais fundos" ao setor bancário espanhol, considerou a Comissão Europeia em um relatório, após ser transferido, em duas vezes, um total de 41,4 bilhões de euros.
Esta ajuda foi destinada às nove entidades espanholas em dificuldades - cinco delas nacionalizadas - e a criação de um "banco podre" de gestão dos ativos tóxicos imobiliários que prejudicavam os balanços desde o estouro da bolha em 2008.
"Quanto aos outros bancos espanhóis, não há problema de capital ou eles podem se recapitalizar por seus próprios meios", disse a Comissão.
Em troca da ajuda europeia, o governo conservador de Mariano Rajoy se comprometeu a aplicar um duro programa de reestruturação para sanear o setor.
No segundo relatório trimestral de acompanhamento do plano, o FMI confirmou, como tinha antecipado no dia 4 de fevereiro, após uma visita de seus especialistas à Espanha, que o país está perto de completar a reforma prometida.
"O saneamento dos bancos infra-capitalizados alcançou um estágio avançado e as principais reformas do setor financeiro da Espanha foram adotadas ou projetadas", afirmou.
"A maior parte de todas as medidas do programa foi realizada", acrescentou.
O FMI destacou, contudo, que a Espanha deve "manter o rumo das reformas" em particular no que se refere à supervisão do setor, reforçando o papel do Banco de Espanha.
Na mesma linha que a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional enfatizou que a consolidação do setor deve ter "minimizado o custo para o contribuinte".
Isso significa que serão os acionistas que responderão pela maior parte das perdas, como no caso do Bankia, o maior dos bancos nacionalizados, cujo resgate recorde precipitou a ajuda europeia ao setor na Espanha.
Após entrar na bolsa em julho de 2011 ao preço de 3,75 euros, a ação do Bankia perdeu mais de 90% de seu valor e nesta terça-feira estava cotada a quase 30 centavos de euro.
Criado no final de 2010, após a fusão de sete caixas de poupança afetadas pelo estouro da bolha imobiliária, o Bankia, que recebeu 18 bilhões de euros da ajuda europeia, poderá começar a se privatizar a partir de 2014 ou 2015, considerou nesta terça-feira seu presidente, José Ignacio Goirigolzarri, confiante que o banco conseguirá "ser rentável".
Entre suas recomendações, o FMI também destacou a importância de aplicar reformas para "ajudar as pessoas mais necessitadas" em um país em recessão, marcado por um desemprego de mais de 26%, em que muitas famílias são expulsas de suas casas por não poder pagar seus créditos hipotecários.
As associações de defesa exigem a generalização da "doação em pagamento", ou seja, que a dívida seja saldada com a entrega de imóveis, algo que atualmente a lei espanhola não prevê. Assim, muitas famílias devem continuar pagando ao banco após o confisco de suas casas.
O FMI recomenda também "reforçar a gestão em caso de insolvência ao mesmo tempo em que é mantida uma estrita disciplina de crédito".
"Uma supervisão vigilante também será essencial, já que os riscos para a economia e para o setor financeiro continuam sendo elevados em um momento em que a Espanha continua em um difícil processo de correção de desequilíbrios anteriores à crise", alerta.