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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h27.
Os bancos estatais chineses, responsáveis por 60% dos empréstimos registrados no país, precisam de uma maior regulamentação. Um estudo divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta para a falta de critérios com que essas instituições vêm emprestando dinheiro.
O FMI analisou o histórico de empréstimos de quatro bancos estatais de 1997 a 2004 e verificou que essas instituições vinham concedendo créditos a empresas estatais com juros muito abaixo do mercado. Muitas vezes, a lucratividade dessas empresas não era levada em conta nas análises de crédito, segundo informou o jornal britânico Financial Times.
Apesar de alguns bancos já terem adotado as regras de transparência e governança corporativa, as práticas de empréstimo irresponsáveis pouco mudaram, segundo o FMI. O fundo sugere que o governo chinês intensifique as reformas no sistema financeiro do país. Além disso, os bancos estatais vinham emprestando enormes quantias a setores com sinais de superaquecimento, como aço, cimento e construção. A situação, segundo o FMI, tem melhorado desde o ano 2000, mas muito ainda precisa ser feito para regulamentar e fiscalizar a operação dos bancos.
Não é a primeira vez que os bancos asiáticos fornecem enormes quantias de dinheiro a juros amigáveis para empresas locais. Na década de 90, essa foi uma das causas da crise asiática, que abateu países como Tailândia e Coréia do Sul. A falta de regulamentação e de transparência do sistema financeiro foi apontada, pelo próprio FMI, como um dos principais motivos da crise na região.