Banco privado pode tomar espaço do BNDES
Crédito de bancos privados, bem como ofertas de instrumentos do mercado de capitais pode ajudar a preencher o vazio deixado pela retração do BNDES
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 11h28.
São Paulo - Os bancos privados no Brasil podem ganhar terreno no financiamento de grandes projetos, como resultado do declínio na concessão do crédito pelo BNDES neste ano, desde que o movimento não seja muito drástico, disse um executivo sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi).
Para Alan Fernandes, diretor de financiamento de projetos do banco, o crédito de bancos privados, bem como ofertas de instrumentos do mercado de capitais pode ajudar a preencher o vazio deixado pela retração do BNDES.
Segundo analistas, o atual ritmo de desembolsos recordes do BNDES é insustentável e a expectativa é de que o volume caia para cerca de 150 bilhões de reais neste ano, ante mais de 190 bilhões em 2013. O BNDES é a maior fonte de crédito de longo prazo para empresas e projetos de infraestrutura no país.
"O maior gargalo para o futuro é que os bancos privados terão de assumir o vazio deixado pelo BNDES", disse Fernandes, em entrevista. "O BNDES já sinalizou que a sua capacidade de obter financiamento está se aproximando do limite." Executivos de bancos privados há anos se queixam da concorrência do BNDES para oferecer crédito a empresas.
O banco de fomento é responsável por cerca de um quarto do total do crédito corporativo no Brasil. Fernandes disse que a presença do BNDES no financiamento de projetos ajuda a aliviar as incertezas relativas a financiamentos.
PPPs Autoridades do governo têm admitido a necessidade de frear a atividade dos bancos estatais, que estão expandindo suas carteiras de empréstimos quase cinco vezes mais rápido que os rivais privados. As empresas de rating têm mostrado um tom mais negativo com o país devido às consequências do maior uso de bancos públicos para retomar o crescimento.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse em dezembro que os desembolsos do banco devem cair em 2014.
Criar um ambiente atraente para infraestrutura pode fortalecer a economia brasileira, que tem tido baixo crescimento nos últimos três anos.
Ainda assim, as perspectivas para o segmento project finance no Brasil são "promissoras", disse Fernandes. O Besi está expandindo as atividades de project finance para estradas, aeroportos e projetos ferroviários nas chamadas parcerias público-privadas (PPPs) sociais para construir hospitais e escolas, disse.
As PPPs sociais estão se tornando mais atraentes, disse ele. "O mito de que as PPPs sociais foram criadas para viabilizar projetos não lucrativos está lentamente sendo desmascarado", disse.
Atualmente, o banco trabalha num projeto de hospital em Manaus (AM) e oferece um projeto semelhante em São Paulo.
Entre os planos de project finance que Besi participou estão a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, de 12 bilhões de reais, e a linha 4 do metrô de São Paulo. O banco está de olho em oportunidades de negócios em projetos de transportes públicos na Bahia, Rio de Janeiro e Goiás.
O Besi, unidade de banco de investimento do Banco Espírito Santo, tem 1,2 bilhão de reais em empréstimos de financiamento de projetos, quase metade da sua carteira de crédito de 2,6 bilhões de reais no Brasil.
São Paulo - Os bancos privados no Brasil podem ganhar terreno no financiamento de grandes projetos, como resultado do declínio na concessão do crédito pelo BNDES neste ano, desde que o movimento não seja muito drástico, disse um executivo sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi).
Para Alan Fernandes, diretor de financiamento de projetos do banco, o crédito de bancos privados, bem como ofertas de instrumentos do mercado de capitais pode ajudar a preencher o vazio deixado pela retração do BNDES.
Segundo analistas, o atual ritmo de desembolsos recordes do BNDES é insustentável e a expectativa é de que o volume caia para cerca de 150 bilhões de reais neste ano, ante mais de 190 bilhões em 2013. O BNDES é a maior fonte de crédito de longo prazo para empresas e projetos de infraestrutura no país.
"O maior gargalo para o futuro é que os bancos privados terão de assumir o vazio deixado pelo BNDES", disse Fernandes, em entrevista. "O BNDES já sinalizou que a sua capacidade de obter financiamento está se aproximando do limite." Executivos de bancos privados há anos se queixam da concorrência do BNDES para oferecer crédito a empresas.
O banco de fomento é responsável por cerca de um quarto do total do crédito corporativo no Brasil. Fernandes disse que a presença do BNDES no financiamento de projetos ajuda a aliviar as incertezas relativas a financiamentos.
PPPs Autoridades do governo têm admitido a necessidade de frear a atividade dos bancos estatais, que estão expandindo suas carteiras de empréstimos quase cinco vezes mais rápido que os rivais privados. As empresas de rating têm mostrado um tom mais negativo com o país devido às consequências do maior uso de bancos públicos para retomar o crescimento.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse em dezembro que os desembolsos do banco devem cair em 2014.
Criar um ambiente atraente para infraestrutura pode fortalecer a economia brasileira, que tem tido baixo crescimento nos últimos três anos.
Ainda assim, as perspectivas para o segmento project finance no Brasil são "promissoras", disse Fernandes. O Besi está expandindo as atividades de project finance para estradas, aeroportos e projetos ferroviários nas chamadas parcerias público-privadas (PPPs) sociais para construir hospitais e escolas, disse.
As PPPs sociais estão se tornando mais atraentes, disse ele. "O mito de que as PPPs sociais foram criadas para viabilizar projetos não lucrativos está lentamente sendo desmascarado", disse.
Atualmente, o banco trabalha num projeto de hospital em Manaus (AM) e oferece um projeto semelhante em São Paulo.
Entre os planos de project finance que Besi participou estão a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, de 12 bilhões de reais, e a linha 4 do metrô de São Paulo. O banco está de olho em oportunidades de negócios em projetos de transportes públicos na Bahia, Rio de Janeiro e Goiás.
O Besi, unidade de banco de investimento do Banco Espírito Santo, tem 1,2 bilhão de reais em empréstimos de financiamento de projetos, quase metade da sua carteira de crédito de 2,6 bilhões de reais no Brasil.