Exame Logo

Banco Mundial reduz perspectivas de crescimento para China

Banco Mundial reduziu perspectivas para o crescimento chinês, que ficará em 7,4% em 2014

China: já o crescimento previsto pelo BM para 2016 é ainda menor (Feng Li/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 07h33.

Pequim - O Banco Mundial anunciou nesta quarta-feira a redução de suas perspectivas para o crescimento econômico da China , que ficará em 7,4% neste ano e 7,2% em 2015.

Já o crescimento previsto pelo BM para 2016 é ainda menor, de 7,1%, informou a entidade multilateral na apresentação da revisão de suas previsões para a China.

Anteriormente, o BM previu que China cresceria 7,6% este ano e 7,5% em 2015.

Por sua vez, o governo de Pequim prevê um crescimento econômico ao redor de 7,5% em 2015.

Os novos cálculos do Banco Mundial se baseiam no aumento dos esforços do governo chinês por reorientar sua economia para um ritmo de crescimento mais sustentável e equilibrado.

"Os esforços das políticas para controlar o crescimento do crédito, reduzir o excesso de capacidade, absorver os custos da poluição e tornar mais rígidos os limites orçamentários das autoridades locais se intensificaram em 2014", comentou Karlis Smits, economista do BM e principal autora da revisão, apresentada hoje em entrevista coletiva.

Smits acrescentou que tais políticas do governo chinês "são bem recebidas e ajudarão a direcionar o crescimento para um caminho mais sustentável".

O documento afirma que algumas medidas concretas de apoio à economia, junto com a recuperação da demanda externa, ajudaram a limitar a queda do crescimento chinês, mas destaca que a fragilidade do mercado imobiliário continua sendo um empecilho.

Chorching Goh, economista-chefe do BM para a China, acrescentou que "a chave no curto prazo estará no fortalecimento da disciplina financeira", enquanto no médio prazo será necessário que o governo mantenha as reformas, o que o Executivo de Pequim garante que vai fazer.

Para o Banco Mundial, um elemento especialmente importante será que Pequim consiga transferir recursos de setores com excesso de capacidade e permita o desaparecimento de empresas ineficientes, inclusive estatais.

No entanto, adverte que para isso será necessário um cuidadoso equilíbrio para evitar um aumento do desemprego.

São Paulo – Estudo produzido pela consultoria KPMG afirma que pensar na China como o lugar ideal para se terceirizar a produção é coisa do passado. O país já começa a abandonar sua posição de fabricante de itens de baixo custo. Nick Debnam, responsável pela divisão de Mercado Consumidor para Ásia e Pacífico da KPMG, afirma que é possível observar dispersão da produção de alguns itens, antes concentrada na China. “Um dos exemplos é a confecção de calçados, deslocada para o Vietnã e a Indonésia”, diz. Por enquanto, a China continua líder na manufatura de bens de menor valor. Nenhum país da região consegue igualar sua escala de produção e raros são os que apresentam uma infraestrutura com chances de competir. Entretanto, além dos salários no país terem aumentado, e os custos de produção, crescido, há também o fato de que a média de idade da população economicamente ativa da China vem aumentando. O estudo aponta 10 países do sul e do sudeste asiático que, por terem média salarial mais baixa, incentivos para atrair fábricas estrangeiras e uma força de trabalho mais jovem, são promissores candidatos a se tornarem a próxima China dentro de poucas décadas. Veja nas fotos ao lado quais são estes países.
  • 2. Bangladesh

    2 /11(Wikimedia Commons)

  • Veja também

    As exportações de países como Bangladesh aumentaram e começam a chamar a atenção. O país se destaca pelo baixo custo para se construir e operar uma fábrica, tornando-o atrativo para empresas estrangeiras. Bangladesh, segundo a KPMG, é um dos únicos países capazes de alcançar o mesmo desempenho em exportação, sobretudo de têxteis, da China.
    População164 milhões de habitantes
    Idade (média)25 anos
    PIB (dólares)105,4 bilhões
    Acordos comerciaisÁsia-Pacífico, Sul da Ásia
    ExportaçõesUE (51,2%), EUA (25,7%), India (4%), Canada (3,5%), China (1,7%)
  • 3. Camboja

    3 /11(Wikimedia Commons)

  • Acordos comerciais importantes impulsionaram as exportações do Camboja para a União Europeia nos últimos anos. No país, a manufatura já corresponde a 15% do PIB. O Camboja tem diversos atrativos para empresas estrangeiras, mas um dos destaques é a idade média de sua população economicamente ativa, que é de 22 anos, 12 a menos do que na China.
    População14 milhões de habitantes
    Idade (média)22 anos
    PIB (dólares)11,4 bilhões
    Acordos comerciaisAustrália, Nova Zelândia, Índia, Japão, Coréia do Sul e China
    ExportaçõesEUA (45,2%), Hong Kong (19,3%), UE (17,4%), Canadá (6,7%), Vietnã (3,9%)
  • 4. Índia

    4 /11(Wikimedia Commons)

    A participação da Índia nas exportações mundiais vem crescendo desde 2009. O país concentra esforços na produção itens como os de vestuário, que são um dos destaques, e móveis. A Índia combina baixo custo de instalação de fábricas e média salarial inferior à da região a um abundante contingente de mão-de-obra.
    População1,1 bilhão de habitantes
    Idade (média)25 anos
    PIB (dólares)1,4 trilhão
    Acordos comerciaisSul da Ásia, Mercosul, Afeganistão, Butão, Chile, Coreia do Sul, Nepal, Cingapura e Sri Lanka
    ExportaçõesUE (20,5%), Emirados Árabes (14,4%), EUA (10,8%), China (5,9%), Hong Kong (4%)
  • 5. Indonésia

    5 /11(Wikimedia Commons)

    Além de Bangladesh, a Indonésia é o único outro país em condições de ter um desempenho nas exportações parecido com o Chinês, segundo o estudo da KPMG. A venda de calçados do país para o exterior subiu 42% em 2010, e este é apenas um dos exemplos. O país atrai empresas estrangeiras por ter mão de obra abundante e baixo custo, tanto de logística, quanto para instalar uma fábrica.
    População233 milhões de habitantes
    Idade (média)28 anos
    PIB (dólares)695 bilhões
    Acordos comerciaisSudeste asiático, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Japão, Coreia do Sul e China
    ExportaçõesJapão (15,9%), UE (11,7%), China (9,9%), EUA (9,3%), Cingapura (8,8%)
  • 6. Malásia

    6 /11(Wikimedia Commons)

    Mais de 25% do PIB da Malásia já corresponde à manufatura. O país, de acordo com o estudo da KPMG, tem fortes fatores competitivos na indústria têxtil. O principal deles é a mão de obra, “fortemente especializada”. Outro destaque do país é sua infraestrutura portuária. Um de seus portos para contêineres está entre os 50 melhores do mundo e compete com os da China.
    População28 milhões de habitantes
    Idade (média)26 anos
    PIB (dólares)219 bilhões
    Acordos comerciaisSudeste asiático, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Japão, Coreia do Sul e China
    ExportaçõesCingapura (14%), China (12,2%), EUA (11%), UE (10,9%), Japão (9,8%)
  • 7. Paquistão

    7 /11(Getty Images)

    Os custos da mão de obra são uma das boas razões para se investir em fábricas no Paquistão, segundo o estudo da KPMG. Além disso, o país tem a força de trabalho mais jovem da região: 21 anos, em média, 13 a menos do que na China. No Paquistão, 17% do PIB corresponde à manufatura.
    População173 milhões de habitantes
    Idade (média)21 anos
    PIB (dólares)174,8 bilhões
    Acordos comerciaisSul da Ásia, China, Irã, Malásia, Ilhas Maurício, Sri Lanka
    ExportaçõesUE (24,6%), EUA (18,3%), Emirados Árabes (8,8%), Afeganistão (7,8%), China (5,7%)
  • 8. Sri Lanka

    8 /11(Wikimedia Commons)

    O Sri Lanka já conta com importantes acordos comerciais para exportação. Atualmente, 36,9% de tudo que o país vende para fora vai para a União Europeia. Outros 23% vão para os Estados Unidos. O país conta com um importante porto para contêineres, o 29º maior do mundo, segundo o estudo da KPMG.
    População20 milhões de habitantes
    Idade (média)31 anos
    PIB (dólares)48,2 bilhões
    Acordos comerciaisSul da Ásia, Ásia-Pacífico, Índia, Paquistão
    ExportaçõesUnião Europeia (36,9%), EUA (23,1%), Índia (5,1%), Emirados Árabes (3,1%), Rússia (2,7%)
  • 9. Tailândia

    9 /11(Wikimedia Commons)

    A Tailândia se destaca, dentre outras áreas, pela produção de componentes de equipamentos eletrônicos para exportar à China. O país firmou tratados comerciais com países do sudeste asiático, China e Japão. E tem a União Europeia como principal destino de suas exportações (11,9%, segundo o estudo da KPMG).
    População68 milhões de habitantes
    Idade (média)33 anos
    PIB (dólares)312,6 bilhões
    Acordos comerciaisSudeste asiático, Austrália, China, Japão, Laos, Nova Zelândia, Coreia do Sul
    ExportaçõesUE (11,9%), EUA (10,9%), China (10,6%), Japão (10,3%), Hong Kong (6,2%)
  • 10. Filipinas

    10 /11(Wikimedia Commons)

    Países “mais jovens e baratos” como as Filipinas são bons para atrair investimentos, segundo aponta o relatório da consultoria KPMG. As ilhas têm importantes acordos comerciais com o sudeste da Ásia, além da Nova Zelândia, Austrália, Índia, Japão, Coreia do Sul e China. A União Europeia é o principal destino das exportações das Filipinas, ficando com 20,7% do que é vendido ao exterior.
    População94 milhões de habitantes
    Idade (média)23 anos
    PIB (dólares)189,1 bilhões
    Acordos comerciaisSudeste asiático, Austrália, China, Japão, Nova Zelândia, Coreia do Sul
    ExportaçõesUE (20,7%), EUA (17,7%), Japão (16,2%), Hong Kong (8,4%), China (7,6%)
  • 11. Vietnã

    11 /11(Wikimedia Commons)

    O Vietnã é um dos principais países produtores de calçados da região. O país tem ainda uma das mais baratas forças de trabalho, assim como baixos custos para instalação de fábricas. Além disso, a escala da produção vietnamita tem aumentado “dramaticamente”, segundo a KPMG, à medida que a infraestrutura do país se desenvolve rapidamente.
    População88 milhões de habitantes
    Idade (média)29 anos
    PIB (dólares)102 bilhões
    Acordos comerciaisSudeste asiático, Austrália, China, Japão, Nova Zelândia, Coreia do Sul
    ExportaçõesEUA (19%), UE (17,4%), Japão (13,5%), China (7,7%), Austrália (6,9%)
  • Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBanco MundialChinaCrescimento econômicoDesenvolvimento econômico

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Economia

    Mais na Exame