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Banco Mundial monitora Fed e está pronto para responder

Órgão está preocupado com os efeitos em países em desenvolvimento de uma desaceleração da criação de dinheiro nos Estados Unidos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 12h00.

Londres - O Banco Mundial está preocupado com os efeitos em países em desenvolvimento de uma desaceleração da criação de dinheiro nos Estados Unidos e irá agir para fornecer capital barato quando os custos de empréstimo subirem, afirmou o presidente da entidade, Jim Yong Kim, nesta quarta-feira.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, provocou agitação nos mercados financeiros desde que seu chairman, Ben Bernanke, anunciou em 22 de maio que o Fed poderia, antes do final do ano, começar a desacelerar o ritmo em que cria dólares.

Mercados emergentes, que recebem a maior parte desse dinheiro, têm aguentado o fardo dos temores dos investidores.

"Estamos constantemente observando quais são os efeitos dessas políticas monetárias não convencionais em países em desenvolvimento especialmente", disse Kim à Reuters em entrevista.

"Se os Estados Unidos recuarem... e reduzirem seu 'quantitative easing' (compra de ativos), os custos de empréstimos vão subir e achamos que eles também vão subir para países em desenvolvimento. E essa é uma preocupação real." O Fed realiza reunião de política monetária nesta quarta-feira. Analistas esperam que o banco mantenha abertas as opções em relação à redução neste ano, após alguns dados econômicos recentes mistos.

Kim não espera uma saída de capitais dos mercados emergentes como a vista na crise financeira asiática do fim dos anos 1990. Ele também não espera que a política do Fed mude para ser "curta e rigorosa".


"Ben Bernanke... tem sido uma voz firme e clara sobre o que é necessário", disse Kim.

Mas ele admitiu que uma economia mundial repleta de dinheiro emitido pelos bancos centrais, e com o Japão agora embarcando em um programa de estímulo sem precedentes, está em "território desconhecido".

"Se o preço do capital começar a subir, então nós vamos ter que nos mexer para encontrar maneiras de criar novos instrumentos para tornar o capital disponível para a infraestrutura", afirmou Kim.

O banco está trabalhando em uma linha global de crédito para infraestrutura para tornar o capital disponível. Kim disse que os países de renda média estão preparados para investir, porque eles sabem que o envolvimento do Banco Mundial também vai "atrair" o capital privado.

Kim disse que é notável como muitos países emergentes se recuperaram tão rapidamente da crise financeira global de 2007 a 2009.

Mas igualmente notável é que em uma época de taxas de juros ultrabaixas, esses países podem não ter acesso ao investimento viável de longo prazo. "Eles estão dizendo que fizeram todas as coisas certas... Mas ainda não têm acesso ao capital, disse Kim.

No longo prazo, o Banco Mundial tem papel crucial em reduzir o risco dos projetos de infraestrutura, particularmente na África, para atrair os investidores privados de longo prazo.

"O investimento do setor privado irá se tornar uma parte muito importante de nossa estratégia", acrescentou Kim.

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Londres - O Banco Mundial está preocupado com os efeitos em países em desenvolvimento de uma desaceleração da criação de dinheiro nos Estados Unidos e irá agir para fornecer capital barato quando os custos de empréstimo subirem, afirmou o presidente da entidade, Jim Yong Kim, nesta quarta-feira.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, provocou agitação nos mercados financeiros desde que seu chairman, Ben Bernanke, anunciou em 22 de maio que o Fed poderia, antes do final do ano, começar a desacelerar o ritmo em que cria dólares.

Mercados emergentes, que recebem a maior parte desse dinheiro, têm aguentado o fardo dos temores dos investidores.

"Estamos constantemente observando quais são os efeitos dessas políticas monetárias não convencionais em países em desenvolvimento especialmente", disse Kim à Reuters em entrevista.

"Se os Estados Unidos recuarem... e reduzirem seu 'quantitative easing' (compra de ativos), os custos de empréstimos vão subir e achamos que eles também vão subir para países em desenvolvimento. E essa é uma preocupação real." O Fed realiza reunião de política monetária nesta quarta-feira. Analistas esperam que o banco mantenha abertas as opções em relação à redução neste ano, após alguns dados econômicos recentes mistos.

Kim não espera uma saída de capitais dos mercados emergentes como a vista na crise financeira asiática do fim dos anos 1990. Ele também não espera que a política do Fed mude para ser "curta e rigorosa".


"Ben Bernanke... tem sido uma voz firme e clara sobre o que é necessário", disse Kim.

Mas ele admitiu que uma economia mundial repleta de dinheiro emitido pelos bancos centrais, e com o Japão agora embarcando em um programa de estímulo sem precedentes, está em "território desconhecido".

"Se o preço do capital começar a subir, então nós vamos ter que nos mexer para encontrar maneiras de criar novos instrumentos para tornar o capital disponível para a infraestrutura", afirmou Kim.

O banco está trabalhando em uma linha global de crédito para infraestrutura para tornar o capital disponível. Kim disse que os países de renda média estão preparados para investir, porque eles sabem que o envolvimento do Banco Mundial também vai "atrair" o capital privado.

Kim disse que é notável como muitos países emergentes se recuperaram tão rapidamente da crise financeira global de 2007 a 2009.

Mas igualmente notável é que em uma época de taxas de juros ultrabaixas, esses países podem não ter acesso ao investimento viável de longo prazo. "Eles estão dizendo que fizeram todas as coisas certas... Mas ainda não têm acesso ao capital, disse Kim.

No longo prazo, o Banco Mundial tem papel crucial em reduzir o risco dos projetos de infraestrutura, particularmente na África, para atrair os investidores privados de longo prazo.

"O investimento do setor privado irá se tornar uma parte muito importante de nossa estratégia", acrescentou Kim.

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