Auxílio-desemprego nos EUA: demissões são mais baixas em mais de 21 anos
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram a 14 mil, para um número com ajuste sazonal de 385 mil na semana encerrada em 31 de julho
Reuters
Publicado em 5 de agosto de 2021 às 11h52.
Última atualização em 5 de agosto de 2021 às 11h52.
O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego recuou ainda mais na semana passada, enquanto as demissões caíram para o patamar mais baixo em mais de 21 anos em julho, com as empresas mantendo seus trabalhadores em meio à escassez de mão de obra.
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Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram a 14 mil, para um número com ajuste sazonal de 385 mil na semana encerrada em 31 de julho, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 384 mil novos pedidos para a última semana.
Quase metade da população norte-americana foi totalmente vacinada contra a covid-19, permitindo que as pessoas viajem, frequentem restaurantes, visitem cassinos, participem de eventos esportivos entre outras atividades relacionadas ao setor de serviços que foram contidas no início da pandemia. Mas os casos estão aumentando, impulsionados pela variante Delta do coronavírus.
Embora os economistas não esperem um fechamento de empresas em grande escala como no início da pandemia, há preocupações de que o aumento dos casos possa desacelerar a recuperação do mercado de trabalho em meio à escassez de trabalhadores. Havia um recorde de 9,2 milhões de vagas de emprego abertas no final de maio. Cerca de 9,5 milhões de pessoas estão oficialmente desempregadas.
"O elefante na sala é a variante Delta", disse James McCann, vice-economista-chefe da Aberdeen Standard Investments. "(A variante) ainda não provocou grandes mudanças nas restrições de saúde pública, mas pode deixar algumas pessoas nervosas sobre voltar ao trabalho, especialmente nos Estados em que a hesitação da vacina tem impedido o progresso".
DE OLHO NOS DADOS DE EMPREGO DE JULHO
Os dados de pedidos de auxílio-desemprego não têm influência no relatório de empregos de julho, a ser divulgado na sexta-feira, uma vez que está fora do período da pesquisa. De acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas, devem ter sido criadas 880 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em julho. A economia criou 850 mil postos de trabalho em junho.
A estimativa para criação de vagas fora do setor agrícola de julho é altamente incerta, com indicadores mistos para o mercado de trabalho.
Em um relatório separado nesta quinta-feira, a multinacional de recolocação Challenger, Gray & Christmas informou que os cortes de empregos anunciados por empregadores com base nos Estados Unidos caíram 7,5% para 18.942 em julho, o patamar mais baixo desde junho de 2000. Até agora este ano, os empregadores anunciaram 231.603 cortes de vagas, queda de 87,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas o ritmo está diminuindo.
"Em uma economia saudável, há uma boa rotatividade. No momento, as coisas parecem estar estagnadas", disse Andrew Challenger, vice-presidente sênior da Challenger, Gray & Christmas. "Os cargos e os trabalhadores não estão se conectando."