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Atraso do Brasil na vacinação acrescenta risco à recuperação econômica, diz Moody's

O governo brasileiro está sob pressão em meio ao ritmo lento do lançamento de vacinas no país

Economia brasileira: a Moody's espera que a economia do Brasil cresça 3,3% neste ano, após uma contração esperada de 5,7% em 2020 (Ricardo Moraes/Reuters)
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Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 16h02.

Última atualização em 13 de janeiro de 2021 às 17h04.

Os atrasos contínuos do Brasil na distribuição de uma vacina contra o coronavírus irão aumentar os riscos para a recuperação econômica projetada para este ano, afirmou nesta quarta-feira a principal analista para o Brasil da agência de classificação de risco Moody's .

O governo brasileiro está sob pressão em meio ao ritmo lento do lançamento de vacinas no país. A imunização ainda não foi iniciada no maior país da América Latina, e a agência reguladora de saúde Anvisa ainda não aprovou nenhuma vacina para uso.

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Em uma entrevista virtual à imprensa abordando as perspectivas econômicas do Brasil, Samar Maziad disse que a vacinação em todo o país limitará o escopo de medidas adicionais de distanciamento social e fechamento de negócios, apoiando assim a economia.

"À medida que vemos atrasos, isso aumentará o risco negativo para a recuperação", disse Maziad.

A Moody's espera que a economia do Brasil cresça 3,3% neste ano, após uma contração esperada de 5,7% em 2020, com a maior parte da recuperação atribuída à base fraca de comparação e não a um processo autossustentável de retomada.

Maziad disse ainda que o fim do auxílio emergencial pago a milhões de famílias no ano passado, no valor de quase 300 bilhões de reais, um dos programas de transferência de renda mais generosos do mundo como proporção do tamanho da economia, pode desacelerar a recuperação e talvez fomentar a agitação social.

“A retirada da ajuda representa algum risco para a agitação social ... [ e ] com o alto desemprego, há alguns riscos [ para a economia ]. Mas não um risco elevado”, disse ela. "Os [ principais ] riscos continuam do lado fiscal."

Maziad disse que o abandono do teto de gastos do governo, principal âncora fiscal do país, teria implicações negativas para o perfil de crédito soberano do Brasil.

Os gastos para combater a crise no ano passado abriram um buraco recorde nas finanças públicas, ameaçando a regra que limita o crescimento dos gastos à taxa de inflação. Muitos analistas dizem que uma violação em algum momento do futuro próximo é ​​altamente provável.

A Moody's tem um rating de Ba2 para o crédito soberano do Brasil, abaixo do chamado grau de investimento, com perspectiva estável.

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