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Associtrus volta a denunciar cartel na citricultura

Brasília - O presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flavio Viegas, reafirmou hoje que a citricultura brasileira passa há anos por uma crise financeira causada pela existência de um cartel no setor. Segundo Viegas, os citricultores estão enfrentando o problema sem receber atenção de nenhum dos governos dos últimos anos. Ele fez as declarações […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Brasília - O presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flavio Viegas, reafirmou hoje que a citricultura brasileira passa há anos por uma crise financeira causada pela existência de um cartel no setor. Segundo Viegas, os citricultores estão enfrentando o problema sem receber atenção de nenhum dos governos dos últimos anos. Ele fez as declarações na Câmara dos Deputados, durante audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura.

"Passam os governos, vêm as propostas, e a gente não vê medidas efetivas para resolver esses problemas", disse Viegas. "Estamos nessa situação dramática, com endividamento dos produtores, que perderam parte de seu patrimônio, repassado para a indústria."

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Ao iniciar sua exposição, Viegas apresentou o documento "A Crise do Complexo Citrícola Paulista: uma proposta não excludente", elaborado pelo PT em 2000. "O documento, apesar de ter 10 anos, está atualíssimo", afirmou. Destacou um trecho do texto que apresenta como uma "denúncia" a omissão dos governos estaduais e federal em relação aos prejuízos dos trabalhadores do setor.

O presidente da Associtrus enfatizou que, em 1995, a indústria do setor assinou um contrato de cartel, dividindo os produtores de laranjas para cada empresa. O documento, de acordo com ele, foi entregue à Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, e serviu de base para a "Operação Fanta", deflagrada pela Polícia Federal em 2006. "Mas só agora é que os últimos documentos da 'Operação Fanta' foram deslacrados", disse.

No dia 16, a SDE iniciou a abertura do último lote de documentos da Citrovita, empresa produtora de suco de laranja do grupo Votorantim, para dar continuidade às investigações sobre denúncia de existência de cartel no setor. "Esperamos que, daqui para a frente, os resultados da 'Operação Fanta' apresentem resultados", disse Viegas.

Segundo ele, o problema da concentração é tão evidente que a produção brasileira representa 80% do mercado de suco de laranja mundial, tendo condições de manipular a bolsa de valores. "Isso pode ser visto com o descolamento do preço do suco ao consumidor em relação ao preço da bolsa", disse.

Na avaliação do presidente da Associtrus, a redução dos preços pagos aos produtores foi uma ação planejada para atingir o produtor e excluir os pequenos citricultores, que representam 92% da produção total. "Eram 18 empresas, sobraram quatro, e duas já estão se fundindo. Na próxima safra, teremos apenas três empresas", previu.

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