Argentinos se mostram céticos quanto a recuperação econômica
A flexibilização das restrições cambiais anunciada pelo governo de Cristina Kirchner na semana passada não gerou grandes expectativas entre os cidadãos
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 20h26.
Buenos Aires - Acostumados à incerteza econômica, os argentinos olham com ceticismo a mudança na política cambial do governo, que consideram que "não irá mudar em nada a situação atual", embora se mantenham alerta perante um possível aumento dos preços consequência da desvalorização do peso.
A flexibilização das restrições cambiais anunciada pelo governo de Cristina Kirchner na semana passada e detalhada nesta segunda-feira pelo chefe do Fisco argentino, Ricardo Echegaray, não gerou grandes expectativas entre os cidadãos e também não conseguiu desestabilizar, por enquanto, o mercado informal de divisas.
"Para comprar dólares, primeiro, você precisa ter é um salário de 7.200 pesos (R$ 2.180) provado. O governo retém 20% e a opção, se você não quer a retenção, é deixar a quantia um ano no banco. Eu não vou comprar", explicou, nesta segunda-feira, um morador de Buenos Aires.
"Parece uma boa decisão, acima de tudo, porque baixaria o dólar não oficial. Uma andada pela rua e você vê milhares de pessoas vendendo o não oficial. Acho uma boa oportunidade para economizar em dólar. Resta saber qual o impacto que isso tem na economia", disse um jovem estudante.
Esperando conhecer esse impacto nos próximos dias, os vendedores ilegais da moeda, conhecidos como "arbolitos", oferecem a mesma taxa de câmbio que a da sexta-feira passada.
"Por enquanto tudo continua igual. Mudamos o dólar para 11 pesos para a compra e 12 para a venda. Manteremos assim por enquanto, até que sejam implantadas as novas medidas do governo. O mais certo é que depois abaixe, mas também não acho que será muito", afirmou à Agência Efe Jaime, um dos "arbolitos" do centro de Buenos Aires.
As casas de câmbio não oficiais, conhecidas como "cavernas", oferecem a mesma taxa de câmbio. Contudo, nos últimos dias, "o medo das batidas", destinadas a desmantelar o acesso ao mercado negro, foi sentido na diminuição da demanda.
Nas redes comerciais, a incerteza cambial afeta diretamente os preços, especialmente os de eletrodomésticos. Desde a semana passada, esses artigos permanecem expostos ao público sem preço também à espera de conhecer o alcance do impacto da nova política governamental.
"O cliente nos pergunta o preço, e nós verificamos antes de dizer o valor", contou à Efe o funcionário de uma das principais redes de lojas de eletrodomésticos do país, que explicou que há poucos dias foi notada a falta de estoque pela venda em massa nas horas seguintes à desvalorização da moeda nacional.
O aumento, no entanto, "não deveria acontecer" nos artigos que fazem parte do programa "Preços Cuidados", pactuado neste mês entre o governo, fornecedores e supermercados.
"Esses preços estão estabelecidos dentro do programa e devem ser mantidos apesar do que está acontecendo com o dólar", informou à Efe Romina, que trabalha em uma das redes de supermercados integrantes do acordo.
Além dos produtos que fazem parte da lista definida, o preço dos demais artigos segue aumentando a cada dia, "mas isso é algo habitual", afirma Romina.
"É constante. Hoje, por exemplo, mudamos os rótulos de 100 produtos. É normal aumento de um dia para outro. Os preços sobem entre 1 e 2 pesos a cada dia. Estamos acostumados", garantiu.
Nas agências de viagens, a situação econômica não mudou, por enquanto, a procura por pacotes turísticos, "nem achamos que vá mudar", afirmou Sergio, dono de uma operadora de turismo do centro de Buenos Aires.
"Os argentinos estão acostumado a estas variações surpreendentes. Compram suas viagens com meses de antecedência. Isso o que acontece com o dólar agora não afeta a maioria", argumentou.
Para Ricardo, funcionário de uma agência do bairro de San Telmo, o único inconveniente são os preços das viagens oferecidas pela internet, "que são em dólares" e que há poucos dias não passam de estimativas.
Buenos Aires - Acostumados à incerteza econômica, os argentinos olham com ceticismo a mudança na política cambial do governo, que consideram que "não irá mudar em nada a situação atual", embora se mantenham alerta perante um possível aumento dos preços consequência da desvalorização do peso.
A flexibilização das restrições cambiais anunciada pelo governo de Cristina Kirchner na semana passada e detalhada nesta segunda-feira pelo chefe do Fisco argentino, Ricardo Echegaray, não gerou grandes expectativas entre os cidadãos e também não conseguiu desestabilizar, por enquanto, o mercado informal de divisas.
"Para comprar dólares, primeiro, você precisa ter é um salário de 7.200 pesos (R$ 2.180) provado. O governo retém 20% e a opção, se você não quer a retenção, é deixar a quantia um ano no banco. Eu não vou comprar", explicou, nesta segunda-feira, um morador de Buenos Aires.
"Parece uma boa decisão, acima de tudo, porque baixaria o dólar não oficial. Uma andada pela rua e você vê milhares de pessoas vendendo o não oficial. Acho uma boa oportunidade para economizar em dólar. Resta saber qual o impacto que isso tem na economia", disse um jovem estudante.
Esperando conhecer esse impacto nos próximos dias, os vendedores ilegais da moeda, conhecidos como "arbolitos", oferecem a mesma taxa de câmbio que a da sexta-feira passada.
"Por enquanto tudo continua igual. Mudamos o dólar para 11 pesos para a compra e 12 para a venda. Manteremos assim por enquanto, até que sejam implantadas as novas medidas do governo. O mais certo é que depois abaixe, mas também não acho que será muito", afirmou à Agência Efe Jaime, um dos "arbolitos" do centro de Buenos Aires.
As casas de câmbio não oficiais, conhecidas como "cavernas", oferecem a mesma taxa de câmbio. Contudo, nos últimos dias, "o medo das batidas", destinadas a desmantelar o acesso ao mercado negro, foi sentido na diminuição da demanda.
Nas redes comerciais, a incerteza cambial afeta diretamente os preços, especialmente os de eletrodomésticos. Desde a semana passada, esses artigos permanecem expostos ao público sem preço também à espera de conhecer o alcance do impacto da nova política governamental.
"O cliente nos pergunta o preço, e nós verificamos antes de dizer o valor", contou à Efe o funcionário de uma das principais redes de lojas de eletrodomésticos do país, que explicou que há poucos dias foi notada a falta de estoque pela venda em massa nas horas seguintes à desvalorização da moeda nacional.
O aumento, no entanto, "não deveria acontecer" nos artigos que fazem parte do programa "Preços Cuidados", pactuado neste mês entre o governo, fornecedores e supermercados.
"Esses preços estão estabelecidos dentro do programa e devem ser mantidos apesar do que está acontecendo com o dólar", informou à Efe Romina, que trabalha em uma das redes de supermercados integrantes do acordo.
Além dos produtos que fazem parte da lista definida, o preço dos demais artigos segue aumentando a cada dia, "mas isso é algo habitual", afirma Romina.
"É constante. Hoje, por exemplo, mudamos os rótulos de 100 produtos. É normal aumento de um dia para outro. Os preços sobem entre 1 e 2 pesos a cada dia. Estamos acostumados", garantiu.
Nas agências de viagens, a situação econômica não mudou, por enquanto, a procura por pacotes turísticos, "nem achamos que vá mudar", afirmou Sergio, dono de uma operadora de turismo do centro de Buenos Aires.
"Os argentinos estão acostumado a estas variações surpreendentes. Compram suas viagens com meses de antecedência. Isso o que acontece com o dólar agora não afeta a maioria", argumentou.
Para Ricardo, funcionário de uma agência do bairro de San Telmo, o único inconveniente são os preços das viagens oferecidas pela internet, "que são em dólares" e que há poucos dias não passam de estimativas.