Economia

Argentina decide endurecer as relações com o Brasil

Ministro argentino das Relações Exteriores, Rafael Bielsa, debateu com diplomatas argentinos formas de conter os interesses brasileiros na América do Sul

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h19.

O governo da Argentina decidiu endurecer as relações comerciais e diplomáticas com o Brasil, sob o argumento de que os brasileiros não apóiam as demandas internacionais do país vizinho. Os argentinos também querem conter a pretensão do Brasil de ser o país mais influente da América do Sul e os planos de ocupar cargos importantes em organismos internacionais, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

"O presidente Néstor Kirchner está cansado das travas econômicas brasileiras, da falta de apoio do governo vizinho à Argentina junto ao FMI, e também do protagonismo que o presidente Lula quer conquistar na região", afirmou um diplomata argentino ao jornal El Clarín.

Um passo prático foi dado neste final de semana. O ministro das Relações Exteriores, Rafael Bielsa, convocou vários diplomatas graduados da Argentina para uma reunião em Washington. O grupo permaneceu trabalhando durante os dois dias, com o objetivo de traçar um plano para conter as ambições brasileiras no cenário internacional. A maior parte dos diplomatas argentinos concorda com a avaliação de Kirchner de que as pretensões brasileiras são descabidas.

A impaciência do governo vizinho com o Brasil é relatada por pessoas próximas a Kirchner. "Se há uma vaga na OMC, o Brasil a quer; se há um lugar na ONU, o Brasil a quer, se há uma vaga na FAO, o Brasil a quer. Até o Papa tentaram eleger", teria dito o presidente argentino a seus subordinados recentemente.

De acordo com El Clarín, a gota d água foi a decisão brasileira de mediar a crise equatoriana no âmbito da Confederação Sul-americana de Nações (CSN). A medida contrariou os interesses argentinos, que desejavam ver o assunto discutido na Organização dos Estados Americanos (OEA). O jornal argentino afirma que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, convidou Bielsa para participar dos encontros da CSN, mas o representante de Buenos Aires recusou.

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