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Arábia Saudita decide investir US$ 10 bilhões no Brasil, dizem ministros

Governo brasileiro vai organizar um conselho de cooperação entre os dois países para coordenar o investimento que será feito por meio de um fundo público

Jair Bolsonaro e Mohammed bin Salman: presidente se encontrou com o príncipe herdeiro do Reino da Arábia Saudita (José Dias/PR/Flickr)
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Reuters

Publicado em 29 de outubro de 2019 às 16h31.

Última atualização em 29 de outubro de 2019 às 16h32.

Os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, anunciaram nesta terça-feira que a Arábia Saudita , por meio de um fundo público, decidiu investir 10 bilhões de dólares no Brasil.

Em entrevista coletiva após uma rodada de conversas com autoridades e investidores sauditas, Onyx disse que o governo brasileiro vai organizar um conselho de cooperação com a participação dos dois países, juntamente com a iniciativa privada, para fazer a definição sobre quais áreas receberão esses recursos.

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O ministro da Casa Civil disse esperar que em 2 a 3 semanas o conselho esteja pronto e que esses investimentos sauditas possam começar a ingressar no país no próximo ano.

Ele citou que esses recursos poderiam, por exemplo, servir para a construção da Ferrogrão, ferrovia com mil quilômetros de extensão que liga Mato Grosso ao Pará, ao custo de 3 bilhões de dólares. Esse empreendimento poderia servir para escoar a produção de soja e outros insumos do centro-oeste brasileiro para exportação.

"Ao longo da última década, não teve nada parecido com isso", disse Onyx, para quem esse fundo é uma "confirmação gigantesca" da retomada da confiança externa no país. Segundo ele, Japão e China demonstraram entusiasmo com as perspectivas do país.

O chanceler disse que o fundo talvez seja o resultado mais concreto do giro internacional que a comitiva liderada pelo presidente Jair Bolsonaro faz. Para ele, isso o anúncio vai gerar uma dinâmica de investimentos no país.

Questionado sobre o respeito aos direitos humanos na Arábia Saudita, alvo de frequentes críticas internacionais, Ernesto Araújo disse que o país é importantíssimo para a estabilidade da região e tem feito um esforço extraordinário de abertura e liberalização.

"Nos sentimos muito bem de ter uma relação com um país importante dessa região", afirmou ele, após citar que a próxima presidência do G-20 --grupo das maiores economias mundiais-- será da Arábia Saudita, que vai sediar o próximo encontro de cúpula da entidade.

O chanceler disse que não foi pedido pelo governo saudita qualquer tipo de contrapartida da gestão brasileira em relação à disputa entre o país e o Irã.

Araújo afirmou ainda que está sendo negociado um acordo de isenção recíproca de visto para brasileiros e sauditas. Disse, sem dar detalhes, que o acerto pode sair ainda nesta terça.

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